70 Million by Hold Your Horses ! from L'Ogre on Vimeo.
Termino hoje a série de posts, iniciada na segunda, e que teve continuidade ontem, que revela quais são os quadros parodiados no clipe "70 million", da banda Hold Your Horses. Os quadros de hoje aparecem a partir de 1:54 (as pinturas que aparecem no refrão estão no post de ontem).
Salomé Com a Cabeça de São João Batista, Caravaggio Olympia, Manet A Liberdade Guiando o Povo, Delacroix Sylvia van Harden, Otto Dix O Beijo, Gustav Klimt La Mariée, Chagall As Meninas, Velasquez Os Girassóis, Van Gogh
Composition With Red Blue Yellow, Mondriand Auto Retrato, Frida Khalo Dora Maar, Picasso O Grito, Edvard Munch Auto Retrato Com a Orelha Cortada, Van Gogh Marilyns, Andy Warhol Gabrielle d’Estrées et une de ses soeurs, autor desconhecido A Madona de Santa Trinitá, Cimabue
70 Million by Hold Your Horses ! from L'Ogre on Vimeo.
O clipe "70 million", da banda francesa Hold Your Horses, dirigido por David Freymond, é o último grande hit da internet dos últimos tempos da última semana. O motivo é a paródia cheia de graça feita para quadros de nomes importantes da história da arte ocidental. Todo mundo viu, curtiu e repassou o vídeo.
Mas, e os quadros originais? Quais são, quem pintou? Se você ficou com essa dúvida, seus problemas acabaram! Juntando o pouco que sei sobre história da arte com a ajuda mega master poderosa do Google, identifiquei os quadros, que reproduzo abaixo, na ordem em que aparecem no clipe.
Como são 25 obras, vou dividir o post em três partes: hoje coloco as nove primeiras pinturas, amanhã as oito seguintes e, finalmente, na quarta, as oito restantes. Os quadros de hoje aárecem nos primeiros 1:23 do clipe. Voilá!
A última Ceia, Leonardo Da Vinci O Nascimento de Vênus, Botticelli Lição de Anatomia, Rembrandt François I, Jean Clouet Moça com Brinco de Pérola, Johannes Vermeer O barco da Medusa, Theodore Gericault A Morte de Marat, Jean-Louis David A Criação do Mundo, Michelangelo O Filho do Homem, René Magritte
A marca de coturnos Dr. Martens completa 50 anos em 2010 e para celebrar a data vai dar 10 presentinhos ao longo do ano: versões para músicas que, de algum modo, representam o espírito de quem usou o calçado militar convertido em item fashion no último meio século.
Até o momento, 3 das 10 versões já foram lançadas:
"Se um dia na orgia me chamassem
Com saudades perguntassem
Por onde anda Noel?
Com toda a minha fé responderia
Vaga na noite e no dia
Vive na terra e no céu"
Os versos do samba enredo da Vila Isabel para o carnaval deste ano, escritos por Martinho da Vila, encontram correspondência na série de imagens produzidas pelo fotógrafoEdu Simões. Ele saiu pelo Rio de Janeiro e captou lugares onde Noel Rosa, de algum modo, se faz presente. Muito bonito.
Palmas pra Fifa! Finalmente conseguiram escolher uma música para ser tema oficial da Copa do Mundo que não é baranga nem desnecessariamente dramática. Talvez o segredo esteja no fato de que a música em questão, "Wavin' Flag", do rapper somali K'naan, não tenha sido composta especialmente para a competição.
Uma das faixas de seu segundo álbum, "Troubadour", ela fala da superação de um passado de guerras e pobreza (problemas típicos do país de origem de K'naan), sugerindo com muita naturalidade aquele espírito de empolgação e celebração, que tanto serve para a trajetória vitoriosa narrada na música quanto para a mobilização que uma Copa do Mundo provoca nos torcedores.
Quem não se convenceu de que a música é legal para simbolizar a competição deste ano, compare-a com os temas oficiais de copas anteriores:
Alemanha, 2006: "Time of Our Lives" - Il Divo & Tony Braxton
Lembra tudo, menos a excitação de uma Copa do Mundo. Cairia bem como trilha de um dramalhão ou de uma daquelas animações em 2D da Disney da década de 90.
Japão e Coréia do Sul, 2002: "Boom" - Anastaciainha
Musiquinha pra tocar naquelas baladas beeeeem ruins.
França, 1998: "La Copa de La Vida" - Ricky Martin
Pode fazer um desavisado pensar que a França fica em algum lugar entre o México e a Patagônia.
EUA, 1994: "Gloryland"- Daryl Hall & Sounds of Blackness
Representa o que existe de mais barango no pop norte-americano. A única imagem que me vem à mente é de uma aspirante a Mariah Carey cantando essa música no American Idol - com direito a movimentar o braço para cima e para baixo na hora das notas mais altas, do jeito que Mariah gosta.
Foi em 5 de abril de 1994 que Kurt Cobain decidiu estourar os miolos pra deixar esse mundinho nosso. 16 anos depois do acontecido, como estará Kurt? Será que ele se arrepende de ter se matado?
A revista francesa Les Inrockuptibles tem essas respostas, reveladas em uma "entrevista" inventada, inventiva e debochada "dada" pelo vocalista do Nirvana, direto do além. Na "conversa", traduzida humildemente por esta que vos escreve, Kurt fala, entre outras coisas, de sua vida no paraíso, do grupo de disco music que montou por lá e da boate comandada por João Paulo II que bomba no céu.
Oi Kurt. Como você está? Você já atingiu o Nirvana como Bérégovoy, que chegou lá tão rápido quanto Senna? Tudo bem?
Bom, eu vou ser honesto, o que não é problema algum pra mim: vocês estão enchendo meu saco. Vocês não são os primeiros a me procurar aqui, mas serão os últimos. Já fazem 15 anos que eu parti e com esse pedido de vocês já devo ter recebido umas 35 mil solicitações de entrevista. Francamente, já estou por aqui disso tudo. Eu não parti da Terra a troco de nada... Eu tenho conseguido um pouco de sossego, mas nem sempre isso é fácil. São Pedro veio me procurar pessoalmente, me puxou pela mão e me trouxe ao centro de imprensa do além. Resultato: estou numa sala toda branca, algodoada, doce, entendiante, rodeado por assessores de imprensa assexuados, e ainda tive que aturar nos meus ouvidos Hakuna Matata e Phil Collins por uma hora, enquanto esperava pela ligação de vocês. Uma tortura.
Ah, merda, que pena...
Hmmm. Mas, enfim, preciso explicar algumas coisas. Estou cheio desses idiotas que falam por mim e que aparentemente não entenderam absolutamente nada. Nada. Putz, cara, ainda tem aquelas camisetas horríveis, pretas com escrita branca, "Kurt está morto blá blá blá", isso me dá nojo da vida e da morte. Os garotos que usam isso têm uma ideia completamente errada das coisas, é uma vergonha absoluta. Pior, de tempos em tempos eles voltam a vesti-las, como se fosse um uniforme esportivo. Só por isso, faço questão de me desculpar por tudo que fiz.
Seu suicídio te prejudicou?
Olha, de fato, foi um tiro e eu acredito que isso meteu um chumbo na minha cabeça. Eu me sinto mais maduro, mais sereno. Eu fiz bem em dar o fora, as coisas não estavam indo bem e eu percebia isso. Por outro lado, eu tenho um zumbido maldito nos ouvidos que tem durado esses anos todos. "É melhor desaparecer de vez do que sumir aos poucos", eu escrevi. Que curioso. Teria sido melhor eu ter feito tudo aquilo com um silenciador do que com uma espingarda. E eu ainda fico pensando na Juanita, nossa empregada; eu não fui lá tão camarada assim com ela.
Você acabou de se encontrar com Vic Chesnutt e Mark Linkous. Como eles estão?
Sim, foi ótimo, eu já os estava esperando há algum tempo. Nos até já montamos um grupo. Mas é por diversão, uma coisa meio disco, sabe? Nós nos cansamos de composições depressivas. Nós estamos no paraíso, não no inferno. O vocalista é o Claude François. Você o conhece? Ele deu uma entrevista longa, já faz um tempo. Mark, Vic e eu usamos túnicas fluorescentes e fazemos as coreografias. O grupo se chama Cloclo e seus Vagabundos. Nós cantamos "os anjos, as rosas, a chuva" e fazemos o maior sucesso. Quem eu vejo regularmente é o Jeff Buckley. Ele não veio pra cá direto, acho que antes ele passou alguns meses numa espécie de reformatório ou coisa do tipo. No início a gente não se entendia muito, mas acabamos virando amigos e toda semana vamos ao clube juntos. Só pra irritá-lo, toda vez eu lhe pergunto "e aí, Buckley, tá gostando da piscina?" e ele até dá umas risadas. Ele nada muito mal. Isso explica sem dúvida o que aconteceu com ele.
Você mantém contato com Courtney Love?
Não. Eu ouvi dizer que ela avacalhou um pouco as coisas depois que eu parti, que ela ficou prepotente e parecida com Nicoletta. Vamos combinar que ela nunca foi um anjo, né? Ela fez uns filmes também e acho que não se saiu tão mal. Mas tudo isso eu sei a partir do que me contaram as pessoas daqui que trabalharam no cinema - há muitos por aqui. Eu fiquei bastante amigo do David Carradine, nos divertimos muito, ele é muito brincalhão, o velho Kung-Fu. Só espero verdadeiramente que Coutney seja boa com minha filha Frances Bean, que sente muito a minha falta.
Você se arrepende de não ter feito nenhum trabalho no cinema?
Ah, não. Eu tinha um projeto. O Primeiro Cobain, uma ideia meio engraçada com o Ben Stiller, mas eu me matei antes (risos).
E os seus dois companheiros de Nirvana, Kirst Novoselic e Dave Grohl, alguma novidade?
Kirst é um grande amigo o qual eu lamento muito não poder ver. Eu vi fotos recentes dele e deu um pouco de vergonha, ele está parecendo um frentista de um subúrbio do Zagreb; eu sei que a boa aparência nunca foi o nosso forte, mas há limites. Quanto ao Dave, ele é um baterista fantástico, dá pra ouvi-lo daqui quando ele toca bateria. Adorei o Foo Fighters no início, mas com o tempo eles ficaram muito repetitivos, nem sei quem vai dar o passo em falso primeiro, se o Foo Fighters ou o Green Day, vamos esperar para ver. Ainda não ouvi o Them Crooked Vultures, o super grupo dele, mas isso me cheira a um pé de meia e um cheque pra pagar as contas da casa na Flórida. Eu já dei meu jeito de ficar livre disso: vim pra cá.
Você usa suéter o tempo todo?
Não, cara. Eu revi as imagens do Acústico e fiquei com vergonha, eu pareço um fracassado em decadência que acabou de deixar a geladeira e a torradeira num depósito de vendas. Eu fico incomodado com essas imagens, até com os meus cabelos, que parecem penteados como pelos de axilas. Acho isso horrível. O único momento que eu acho legal é o cover do Bowie, "The Man Who Sold The World". Sempre que eu escuto digo pra mim mesmo que foi uma boa maneira de engalobar o público. Acho que eu deveria ter tocado alguma coisa menos óbvia, como Nougayork, ou aquele cantor do sudeste francês, não me lembro mais do nome dele...
Claude Nougaro! Você o conhece?
Meu Deus, sim, ele está sempre no local dos cantores mortos, por onde passo às vezes. Ele fala o tempo todo, sem parar, sempre rimando e batucando na mesa. É insuportável. Ele já falou umas poucas e boas pro Tupac e está sempre tão bêbado que ninguém o encontra mais. Há pessoas que mesmo mortas conseguem te apurrinhar, é uma loucura isso.
Percebo que você nunca escutou Vicent Delerm...
Claro que sim. Eles te fazem escutar isso quando você faz qualquer besteira e leva uma dura dos policiais do além. Eles te colocam numa espécie de solitária e te fazem ouvir Fanny Ardent. Pra mim é a agonia total. Outro dia eu conversei com John Belushi, que me disse que isso o deixou mais louco ainda e que ele vai voltar pra terra pra procurar esse Delerm com um cacetete.
Aí no além você vê muita gente do mundo da música?
Sim, é uma vantagem isso. Mas acho que você vai ficar admirado com uma coisa: eu ando muito com o ciclista Marco Pantani. Ele tem sempre uns programas legais pra fazer à noite e é um cara muito divertido. Às vezes também eu saio com o João Paulo II, que decidiu aproveitar as coisas boas. Ele abriu uma boate, o Paraíso II, e eu te garanto que ele está levando isso muito a sério. E como ele é polonês, tem muita vodca e a gente aproveita isso. Ele é um cara muito gente fina, te juro.