31 de ago. de 2010
Quem são os Jolly Boys?
Nos últimos dias, recebi via Twitter e Facebook links que direcionavam para o vídeo de uns senhores super simpáticos fazendo uma versão bem calminha de "Rehab", da Amy Winehouse. Gostei e fui atrás de mais coisa sobre eles. Fiz uma descoberta ótima: os Jolly Boys.
A banda, original de Port Antonio, na Jamaica, foi fundada na década de 1950 e é uma das precursoras do mento, ritmo local surgido no século XIX com instrumentos acústicos. Mesmo passando por mudanças na formação ao longo desses 60 anos, a banda nunca deixou de se apresentar ao vivo. Em 2008, o proprietário de um hotel em Port Antonio, onde os Jolly Boys são a banda residente, decidiu produzir um novo álbum da banda, "Great Expectation", que traz versões mento para sucessos do pop rock mundial, dentre elas "Rehab", "Blue Monday", do New Order, "Perfect Day", do Lou Reed, dentre outras.
No site da banda, há um minidocumentário contando sua história e áudios antigos em streaming. Uma busca no You Tube também retorna alguns vídeos do grupo.
Seriam os Jolly Boys o novo Buena Vista Social Club?
27 de ago. de 2010
De graça
Zeca Baleiro prepara o lançamento de dois novos discos, "Trilha", uma coletânea de suas composições que serviram de trilhas para o cinema e espetáculos de dança, e "Concerto", registro de um show feito em março deste ano. Para adiantar as coisas, o cantor e compositor liberou o download de quatro faixas, duas de cada disco. Tem ainda outros "brindes", como o download do vídeo de "Toca Raul", acima.
É só passar no site do Zeca.
26 de ago. de 2010
A César o que é de César
Li ontem (25) no New York Times que um certo senhor chamado George David Weiss, compositor norte-americano, falecera. Ao ler o texto, comecei a pensar sobre como esse mundo pop pode ser, em partes, injusto. Não é novidade reconhecer a força da interpretação de Louis Armstrong para "What a Wonderful World" e a versão definitiva que Elvis deu para "I Can't Help Falling in Love", mas raramente se pergunta quem deu vida aos versos dessas músicas.
Obrigada New York Times, por diminuir minha ignorância e dar a César o que é de César - ou melhor, dar a Weiss o que é de Weiss.
"I Can't Help Falling in Love", composição de Weiss de 1961
"What a Wonderful World", composição de Weiss de 1967
"The Lion Sleeps Tonight", composição de Weiss de 1961
23 de ago. de 2010
Aquecimento Lauryn Hill
"Repercussions", música inédita de Lauryn Hill depois de um intervalo de 11 anos sem material novo, caiu na rede dia desses. Bem a tempo de entrar para o aquecimento para os shows que a cantora faz por aqui mês que vem (dia 3 em Florianópolis, dia 6 no Rio, dia 7 em São Paulo, dia 10 em BH e dia 12 em Brasília).
20 de ago. de 2010
Uma bobagem
Só eu acho que, nesta foto de 67, usada para a capa da Bravo! deste mês, o Caetano está a cara da Zélia Duncan?
18 de ago. de 2010
I met the Walrus
Nunca é tarde para descobrirmos coisas legais. Dia desses, fazendo uma pesquisa no Google para uma pauta sobre animação, descobri o curta "I met the Walrus". Produzido em 2007, ele é uma animação produzida a partir de uma entrevista que John Lennon deu em 1969 para o canadense Jerry Levitan, então um adolescente de 14 anos que, ao descobrir que John e Yoko estavam hospedados em Toronto, matou aula para ir até o hotel onde o casal estava, bateu de quarto em quarto até encontrá-los e, com seu gravador, registrou 40 minutos de conversa com os dois.
Os pouco mais de cinco minutos do curta abarcam apenas falas de John que, nos trechos selecionados, fala de sua aversão à guerra e a necessidade de engajamento de todos na causa pacifista, dentre outros assuntos relativos aos Beatles. A animação segue o fluxo da fala de John, operando como uma materialização de seu pensamento.
Os pouco mais de cinco minutos do curta abarcam apenas falas de John que, nos trechos selecionados, fala de sua aversão à guerra e a necessidade de engajamento de todos na causa pacifista, dentre outros assuntos relativos aos Beatles. A animação segue o fluxo da fala de John, operando como uma materialização de seu pensamento.
16 de ago. de 2010
A matemática do Rock in Rio
Hoje o jornal O Globo publicou uma reportagem mostrando como, nos últimos anos, os preços dos ingressos de shows internacionais subiram muito mais que a inflação e o dólar. Vale a leitura completa, mas vou resumir o que me interessa para este post.
O ponto de referência é o ano de 2001, quando foi realizado o último Rock in Rio no país. Naquela edição do festival, os ingressos custaram R$35. Segundo o texto, com o valor reajustado pela inflação do período 2001-2010, que foi de 84,78%, as entradas deveriam custar hoje R$64,67.
Como o texto foi publicado antes da coletiva de imprensa dada hoje à tarde pela organização do Rock in Rio (para tratar da edição do ano que vem, aqui no Brasil), ele não faz comparações com os valores de ingressos anunciados na entrevista. Resolvi, então, fazer as contas.
O valor previsto para os ingressos da próxima edição é R$180, 414% mais caro. A não ser que o país volte a viver uma totalmente improvável onda inflacionária, semelhante à dos anos 80, esse é um aumento, no mínimo, irreal. E ainda querem engalobar o público com shows de Pitty, Capital Inicial e NX Zero, gente que toca sempre em todo o Brasil, por muito menos.
O ponto de referência é o ano de 2001, quando foi realizado o último Rock in Rio no país. Naquela edição do festival, os ingressos custaram R$35. Segundo o texto, com o valor reajustado pela inflação do período 2001-2010, que foi de 84,78%, as entradas deveriam custar hoje R$64,67.
Como o texto foi publicado antes da coletiva de imprensa dada hoje à tarde pela organização do Rock in Rio (para tratar da edição do ano que vem, aqui no Brasil), ele não faz comparações com os valores de ingressos anunciados na entrevista. Resolvi, então, fazer as contas.
O valor previsto para os ingressos da próxima edição é R$180, 414% mais caro. A não ser que o país volte a viver uma totalmente improvável onda inflacionária, semelhante à dos anos 80, esse é um aumento, no mínimo, irreal. E ainda querem engalobar o público com shows de Pitty, Capital Inicial e NX Zero, gente que toca sempre em todo o Brasil, por muito menos.
10 de ago. de 2010
A nerdice do Weezer
Ontem, li várias notinhas sobre o novo disco do Weezer, "Hurley", referência direta ao personagem homônimo de Lost comprovada pela foto do mesmo na capa. "Inusitado", "inesperado" e "surpreendente" foram alguns dos adjetivos usados nesses textos para qualificar a novidade. Surpresa ficou eu com esse tipo de reação. A considerar por seu histórico, o Weezer, desde os primórdios conhecido como uma banda nerd, não fez mais do que o esperado. Vejam só:
Óculos nerd
Rivers Cuomo usa estes óculos gigantes e com armação grossa, típicos de nerd, sem menor o constrangimento, desde sempre. Muito antes de fashionistas elevarem o modelo ao status de cool. Muito antes ainda de os garotinhos do happy rock sonharem em nascer.
Harvard
Rivers é formado em Harvard, que é SÓ uma das mais conceituadas universidades do mundo. É fato que ele largou o curso de inglês por dez anos, em função do sucesso do Weezer, mas, como bom nerd, retornou num dos intervalos entre uma turnê e outra para concluir a graduação.
Pork and Beans
Em 2008, todo mundo já tinha sacado que o YouTube era o máximo e já se divertia com algum viral surgido no site. Mas só um bando de nerds para compilar com maestria estes virais num vídeo só e, ainda, fazer referências bacanas a alguns deles.
Para chegar no Hurley era um passo só, né?
9 de ago. de 2010
A tal da pista premium
Fãs ensandecidos nasceram junto com a música pop. Um dos primeiros (e cruciais) registros que se tem desse tipo de fã tem relação direta com o Big Bang do pop, ou seja, os Beatles. Foram os gritos ensurdecedores de jovens garotas que ajudaram a medir, no início, o sucesso sem igual que os Fab Four faziam. Foram esses mesmos gritos, só para justificar o adjetivo "cruciais", que contribuíram para que os Beatles abandonassem as apresentações ao vivo. Somada à baixa tecnologia da época, a barulheira impedia que a banda ouvisse o retorno do som no palco.
Pois bem. Desta forma impulsiva de comportamento, as (e os) tietes evoluíram para ações mais sistematizadas para mostrar sua admiração por seus ídolos da música. Montaram fãs-clubes, criaram acervos com discos, recortes de revistas e pôsteres, fizeram vigílias em portas de hotéis e, por último, mas não menos importante, passaram a chegar horas, até mesmo dias, antes do início de um show só para conseguir ficar o mais próximo do palco possível. Nascia a "turma do gargarejo", um pessoal que, por meio de uma penitência (acampar na porta de um estádio), atinge a melhor das recompensas (ver o ídolo de perto, o que permite a dupla felicidade de realizar um sonho e comprovar sua existência, inconscientemente inconcebível pela idealização e pelo distanciamento).
Eis que, de uns tempos pra cá, produtores espertinhos, para nos fazer lembrar que, no fim das contas, tudo não passa de um negócio, inventaram a "pista premium". Basicamente, dividiram a pista (o habitat natural da turma do gargarejo) em duas partes, uma delas mais próxima do palco que a outra, cobrando (muito) mais pelo ingresso da primeira. Só para ficar em dois exemplos recentes, no show do Guns, em BH, os ingressos para a pista premium custaram R$500, enquanto para a pista "tradicional" custaram R$200. No excessivamente badalado SWU, que ocorre em Outubro, em SP, cobra R$640 para o famigerado e inventado novo setor de shows e R$240 para a pista "comum".
Em outros termos, a pista premium modifica a razão de ser da turma do gargarejo. Fica perto do palco quem (pode) pagar mais. Tiete que pode, fica livre da penitência de ter que chegar horas ou dias antes do show, mas, ao mesmo tempo, perde o prazer da espera e da recompensa em troca de tanto sacrifício - sim, os fãs se divertem com essa "vigília" antes do show. Mais objetivamente, perde também algumas centenas de reais a mais. Tiete que não pode pagar perde tudo: o lugar mais próximo do palco, a felicidade de ver sua banda preferida mais de perto. No fim das contas, a pista premium não premia ninguém.
Pois bem. Desta forma impulsiva de comportamento, as (e os) tietes evoluíram para ações mais sistematizadas para mostrar sua admiração por seus ídolos da música. Montaram fãs-clubes, criaram acervos com discos, recortes de revistas e pôsteres, fizeram vigílias em portas de hotéis e, por último, mas não menos importante, passaram a chegar horas, até mesmo dias, antes do início de um show só para conseguir ficar o mais próximo do palco possível. Nascia a "turma do gargarejo", um pessoal que, por meio de uma penitência (acampar na porta de um estádio), atinge a melhor das recompensas (ver o ídolo de perto, o que permite a dupla felicidade de realizar um sonho e comprovar sua existência, inconscientemente inconcebível pela idealização e pelo distanciamento).
Eis que, de uns tempos pra cá, produtores espertinhos, para nos fazer lembrar que, no fim das contas, tudo não passa de um negócio, inventaram a "pista premium". Basicamente, dividiram a pista (o habitat natural da turma do gargarejo) em duas partes, uma delas mais próxima do palco que a outra, cobrando (muito) mais pelo ingresso da primeira. Só para ficar em dois exemplos recentes, no show do Guns, em BH, os ingressos para a pista premium custaram R$500, enquanto para a pista "tradicional" custaram R$200. No excessivamente badalado SWU, que ocorre em Outubro, em SP, cobra R$640 para o famigerado e inventado novo setor de shows e R$240 para a pista "comum".
Em outros termos, a pista premium modifica a razão de ser da turma do gargarejo. Fica perto do palco quem (pode) pagar mais. Tiete que pode, fica livre da penitência de ter que chegar horas ou dias antes do show, mas, ao mesmo tempo, perde o prazer da espera e da recompensa em troca de tanto sacrifício - sim, os fãs se divertem com essa "vigília" antes do show. Mais objetivamente, perde também algumas centenas de reais a mais. Tiete que não pode pagar perde tudo: o lugar mais próximo do palco, a felicidade de ver sua banda preferida mais de perto. No fim das contas, a pista premium não premia ninguém.
4 de ago. de 2010
Ao vivo
A exemplo de shows do U2 e de Paul McCartney, o You Tube transmite ao vivo, à meia-noite desta sexta-feira (horário de Brasília), o show que o Arcade Fire fará no Madison Square Garden, em Nova York.
Com todo o tititi em torno do novo disco da banda, The Suburbs, que andam dizendo ser melhor que Ok Computer, do Radiohead, o show não deixa de ser uma boa oportunidade para conferir se, além de tão boas, mesmo, as músicas funcionam ao vivo.
Acompanhe o show neste link.
Com todo o tititi em torno do novo disco da banda, The Suburbs, que andam dizendo ser melhor que Ok Computer, do Radiohead, o show não deixa de ser uma boa oportunidade para conferir se, além de tão boas, mesmo, as músicas funcionam ao vivo.
Acompanhe o show neste link.
3 de ago. de 2010
Almaz
De tão boa, a existência da Nação Zumbi já bastaria por si mesma. Mas, de tão talentosos, os caras se desdobram em projetos paralelos igualmente bons, como os Los Sebosos Postizos (a mesma formação da Nação fazendo releitura do repertório menos óbvio de Jorge Ben Jor), Maquinado (projeto solo de Lúcio Maia) e 3namassa (Dengue e Pupilo, mais o Rica Amabis do instituto mais mulheres convidadas nos vocais). Melhor, impossível. Mas eles não se satisfazem (ainda bem) e nos presenteiam com mais um projeto, o Almaz, com Pupilo, Lúcio e Seu Jorge nos vocais.
A banda surgiu quase sem querer, quando se reuniu em estúdio para gravar uma versão para "Juízo Final", de Nelson Cavaquinho, para a trilha de "Linha de Passe". A química rolou e os três decidiram gravar um disco inteiro com releituras de músicas de gente como Martinho da Vila, Michael Jackson e Krafwerk.
A estreia nos palcos foi em Nova York. De lá, o Almaz deve ir ainda para a Ásia e a Oceania, antes de vir para o Brasil.
Ouça e baixe o disco no sempre camarada Pernambuco Nação Cultural.
Saiba mais no seujorgealmaz.com
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