28 de set. de 2010
27 de set. de 2010
By Priscila Brito on setembro 27, 2010
Uma canta balada ultra melosa para dor de cotovelo. Outra canta música com batidinha moderna pra dançar na pista. Mas... cabelos loiros armados, figurino branco de formas amplas, dançarinos com figurino bizarro, coreografia sem noção e deslocados do contexto do clipe... Foi impossível não lembrar de "Total Eclipse of the Heart", da Bonnie Tyler, quando vi o clipe novo do Goldfrapp, "Alive".
Assim como "Total Eclipse of the Heart", "Alive" é candidato a ser zuado no futuro. Pense nisso.
Assim como "Total Eclipse of the Heart", "Alive" é candidato a ser zuado no futuro. Pense nisso.
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21 de set. de 2010
By Priscila Brito on setembro 21, 2010
Pegando carona no post de ontem, que tratou de Beatles, coloco aqui imagens da nova coleção de óculos do Marc Jacobs que, pelo visto, está querendo ressuscitar, dentro da moda, um dos objetos que ajudou a tornar a imagem de John Lennon icônica: os óculos de aros redondos.
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20 de set. de 2010
By Priscila Brito on setembro 20, 2010
Na semana passada, escrevi aqui no blog sobre um sonho que tive com John Lennon. Na ocasião, disse que vocês entenderiam melhor o porquê do sonho esta semana. Eis a explicação: estava fazenso uma reportagem que pedia a fãs de Beatles que imaginassem como a banda estaria em 2010 caso John e George não tivessem morrido e os quatro tivessem continuado juntos. Acho que me envolvi tanto com a apuração que acabei imaginando, em sonho, essa situação - mas só John entrou na brincadeira. O post sobre o tal sonho (que me sugere que John estaria tocando ainda, em carreira solo, teria tido uma filha e estaria lutando por causas ambientais) está neste link; a reportagem, logo abaixo.
E se...
No ano em que Lennon completaria 70 anos e a banda meio século de sua criação, imaginamos como seria se John e George fossem vivos e os Beatles ainda tocassem juntos
Desde o início do ano, John, Paul, George e Ringo viajam o mundo com a turnê que celebra os 50 anos de existência dos Beatles. O anúncio dos shows, feito de supetão por Lennon no início do ano em sua página no Twitter (twitter.com/lennon), deixou fãs ao redor do mundo histéricos e surpresos, uma vez que a banda vinha se mostrando resistente aos palcos desde a década de 1960 - depois de 1966, quando deixaram de se apresentar ao vivo por causa da gritaria das fãs, os Beatles voltaram aos palcos somente em 1985, no Live Aid, motivados (principalmente John) pelo objetivo central do megafestival de rock de arrecadar recursos para o combate à fome na África. Após esse retorno, a banda ainda fez duas turnês, ambas para divulgar um trabalho lançado no fim da década de 1980 e outro em meados dos anos 1990.
Coerente com esse histórico, a banda foi econômica e decidiu fazer apenas dez disputadíssimos shows ao longo do ano para marcar seu meio século de atividade. São Paulo, Nova York, Tóquio, Sydney e Londres foram algumas das capitais mundiais eleitas para receber as apresentações. Em seu país de origem, um show especial no Hyde Park, ao lado de outros gigantes do rock, como os Rolling Stones e Bob Dylan, e de novos nomes da música, como Black Eyed Peas e Lady Gaga - uma participação controversa. No repertório das apresentações, os hits do auge da beatlemania, clássicos de "Sgt. Peppers..." com novos arranjos e uns poucos sucessos dos discos sucessores de "Abbey Road", gravados entre os anos 1970 e 1990 e nem tão aclamados assim.
Combinando as várias sugestões de beatlemaníacos ouvidos pelo Pampulha e com um pouco mais de imaginação, é mais ou menos assim que os Beatles estariam hoje, caso a banda não tivesse terminado e John e George não tivessem morrido. A brincadeira de imaginar ocorre em um ano emblemático: 2010 marca os 50 anos do início da banda, 40 anos de seu fim, 30 anos da morte e 70 do nascimento de John .
No exercício de futurologia de fãs, músicos e estudiosos, o mais comum foi associar a versão 2010 dos garotos de Liverpool a uma das bandas com mais longevidade do rock. "Se eles não tivessem acabado, acho que virariam uma banda como os Rolling Stones, que se juntam de quatro em quatro anos para gravar álbum, fazer turnê, ganhar dinheiro e depois sair em carreira solo", sugere André Katz, tecladista da banda Sgt. Peppers, cover de Beatles.
A ideia de uma grande turnê comemorativa também é dele, que sugeriu como convidados os Rolling Stones, Eric Clapton, e as jovens cantoras Lilly Allen, Joss Stone e Lady Gaga. “Sinal dos novos tempos, em que tudo se mistura”, justifica. Mas talvez os fãs da banda não entendessem nesses termos. Recentemente, Gaga irritou os beatlemaníacos depois que Sean Lennon, filho de John, divulgou em seu Twitter uma foto da cantora tocando o piano que era do músico, durante uma visita à casa de Yoko Ono, viúva de Jonh. Mesmo com a irritação dos fãs, a cantora foi convidada por Yoko a participar de um show em homenagem aos 70 anos de seu marido, nos dias 1º e 2 de outubro, em Los Angeles.
Lelo Zaneti, baixista do Skank, também imagina uma turnê grandiosa, com nomes como Bob Dylan e Black Eyed Peas, com direito a shows no Brasil e desempenho impecável dos fab four. “Hoje existe uma estrutura de som incrível pra shows”, observa, lembrando que um dos motivos que levaram os Beatles a abandonarem o palco, além do barulho provocado pelas fãs, foi a dificuldade de executar ao vivo a crescente complexificação de suas composições.
Beto Arreguy, guitarrista e vocalista da banda Hocus Pocus, cover dos ingleses, também acha que o máximo que os fãs veriam em 2010 seriam colaborações de um beatle com outro nos trabalhos solo. “Eu não tenho essa ilusão. Isso foi cogitado na época em que eles se separaram, teve um dinheiro grande, e eles não aceitaram”, lembra, completando que o fim da banda, apesar de inevitável, ocorreu no momento certo. “Vejo como positivo eles terem parado no auge com um disco arrasa quarteirão, o ‘Abbey Road’. Eles terminaram no auge, sem estarem decadentes.”
A observação de Beto encontra eco nas fontes consultadas. Apesar de todos lamentarem o fim da banda, que durou apenas dez anos, o sentimento comum é de que a banda foi extraordinária o suficiente. “As coisas duram o que têm que durar”, resume Flávio.
Coerente com esse histórico, a banda foi econômica e decidiu fazer apenas dez disputadíssimos shows ao longo do ano para marcar seu meio século de atividade. São Paulo, Nova York, Tóquio, Sydney e Londres foram algumas das capitais mundiais eleitas para receber as apresentações. Em seu país de origem, um show especial no Hyde Park, ao lado de outros gigantes do rock, como os Rolling Stones e Bob Dylan, e de novos nomes da música, como Black Eyed Peas e Lady Gaga - uma participação controversa. No repertório das apresentações, os hits do auge da beatlemania, clássicos de "Sgt. Peppers..." com novos arranjos e uns poucos sucessos dos discos sucessores de "Abbey Road", gravados entre os anos 1970 e 1990 e nem tão aclamados assim.
Combinando as várias sugestões de beatlemaníacos ouvidos pelo Pampulha e com um pouco mais de imaginação, é mais ou menos assim que os Beatles estariam hoje, caso a banda não tivesse terminado e John e George não tivessem morrido. A brincadeira de imaginar ocorre em um ano emblemático: 2010 marca os 50 anos do início da banda, 40 anos de seu fim, 30 anos da morte e 70 do nascimento de John .
No exercício de futurologia de fãs, músicos e estudiosos, o mais comum foi associar a versão 2010 dos garotos de Liverpool a uma das bandas com mais longevidade do rock. "Se eles não tivessem acabado, acho que virariam uma banda como os Rolling Stones, que se juntam de quatro em quatro anos para gravar álbum, fazer turnê, ganhar dinheiro e depois sair em carreira solo", sugere André Katz, tecladista da banda Sgt. Peppers, cover de Beatles.
Nem tão brilhantes assim
Tornar-se uma banda estável, como os Rolling Stones, seria o destino mais provável dos Beatles. O professor da Universidade Federal de Alagoas, Jeder Janotti Júnior, pesquisador de música popular, explica o porquê. “Ao contrário da música erudita, onde os compositores atingem a maturidade criativa com o avanço da idade, no rock, que está ligado à cultura juvenil, o melhor das bandas é feito no período inicial da carreira. Depois, a tendência é de estabilização”, explica. A consequência, segundo ele, seria um quarteto muito menos inventivo e revolucionário que aquele que o mundo conheceu na década de 1970, opinião compartilhada pelo jornalista e produtor musical Flávio Henrique Silveira. “Acho até que eles teriam feito uns dois discos de repertório inédito, mas as músicas nunca mais teriam o mesmo apelo dos anos 1960. O brilhantismo está condenado aos primeiros anos de carreira”, lamenta. Mesmo assim, Flávio não deixa de fantasiar. “Em 2007, eles teriam regravado o Sgt. Peppers, para celebrar os 40 anos do disco. Seria uma revisita ao álbum, com novos arranjos feitos pelo Paul”. A ideia de uma grande turnê comemorativa também é dele, que sugeriu como convidados os Rolling Stones, Eric Clapton, e as jovens cantoras Lilly Allen, Joss Stone e Lady Gaga. “Sinal dos novos tempos, em que tudo se mistura”, justifica. Mas talvez os fãs da banda não entendessem nesses termos. Recentemente, Gaga irritou os beatlemaníacos depois que Sean Lennon, filho de John, divulgou em seu Twitter uma foto da cantora tocando o piano que era do músico, durante uma visita à casa de Yoko Ono, viúva de Jonh. Mesmo com a irritação dos fãs, a cantora foi convidada por Yoko a participar de um show em homenagem aos 70 anos de seu marido, nos dias 1º e 2 de outubro, em Los Angeles.
Lelo Zaneti, baixista do Skank, também imagina uma turnê grandiosa, com nomes como Bob Dylan e Black Eyed Peas, com direito a shows no Brasil e desempenho impecável dos fab four. “Hoje existe uma estrutura de som incrível pra shows”, observa, lembrando que um dos motivos que levaram os Beatles a abandonarem o palco, além do barulho provocado pelas fãs, foi a dificuldade de executar ao vivo a crescente complexificação de suas composições.
Bom enquanto durou
Há quem fique com os pés mais próximos do chão e acredite que o fim da banda era mesmo inevitável, dado o temperamento de cada beatle. “Eu acho que eles não teriam saco pra continuar como banda. Cada um deles tem um talento criador tão gigantesco que eles teriam, mesmo, partido para a carreira solo”, defende Lô Borges. Beto Arreguy, guitarrista e vocalista da banda Hocus Pocus, cover dos ingleses, também acha que o máximo que os fãs veriam em 2010 seriam colaborações de um beatle com outro nos trabalhos solo. “Eu não tenho essa ilusão. Isso foi cogitado na época em que eles se separaram, teve um dinheiro grande, e eles não aceitaram”, lembra, completando que o fim da banda, apesar de inevitável, ocorreu no momento certo. “Vejo como positivo eles terem parado no auge com um disco arrasa quarteirão, o ‘Abbey Road’. Eles terminaram no auge, sem estarem decadentes.”
A observação de Beto encontra eco nas fontes consultadas. Apesar de todos lamentarem o fim da banda, que durou apenas dez anos, o sentimento comum é de que a banda foi extraordinária o suficiente. “As coisas duram o que têm que durar”, resume Flávio.
Em plena atividade
Aos 70 anos, John continuaria conciliando ativismo político e rock’ n’ roll; internet seria incorporada pelo músico
John não imaginava que teria de passar tantas décadas pedindo ao mundo que desse uma chance à paz. O protesto contra a guerra do Vietnã foi só o primeiro de uma série que ele se sentiu obrigado a liderar: ele não poupou de críticas as guerras do Golfo, no início da década de 1990, do Afeganistão e do Iraque, nos anos 2000. Depois de Nixon, nos anos 1970, os governos de Bush "pai" e de Bush "filho" foram seus alvos quando, finalmente, em 2008, acreditou na promessa de Obama e decidiu apoiá-lo.
Na imaginação de músicos e fãs ouvidos pelo Pampulha, esta teria sido a provável trajetória de John se o dia 8 de dezembro de 1980 não tivesse existido na história: naquele dia, o beatle foi morto com quatro tiros, disparados por Mark Chapman, preso até hoje pelo assassinato. Mas, se é consenso o embate de Lennon com os Estados Unidos, os beatlemaníacos divergem sobre o imaginário futuro político de Lennon. O jornalista e produtor musical Flávio Henrique Silveira acredita que os primeiros anos do governo Obama teriam decepcionado o músico. "Talvez fosse o último esforço dele de apoiar um político, uma causa", supõe. André Katz, tecladista da banda Sgt. Peppers, cover de Beatles, enxerga um caminho exatamente oposto. Ao invés de desistir da política, John se envolveria com ela em um nível extremo. "Acho que ele ia acabar se candidatando à presidência dos Estados Unidos. É uma loucura, mas você poderia esperar mil coisas do John", assegura. Lelo Zaneti, baixista do Skank, aposta que John seria um grande parceiro e divulgador do trabalho de Michael Moore, cineasta famoso por seus documentários contra as ações do governo norte-americano.
Mas nem só de política viveria Lennon, no alto de seus 70 anos. "O John estaria fazendo rock’n’ roll de primeira", imagina Beto Arreguy, guitarrista e vocalista da banda Hocus Pocus. A idade também não o impediria de fazer uso de ferramentas modernas. Para Fábio, ele teria um blog polêmico, aos moldes do de Caetano Veloso. Já Gustavo Sampaio, guitarrista da banda Revolver, acha que John não perderia a chance de propagar suas ideias em 140 caracteres. "Quem sabe não teria um twitter.com/lennon, né?", sugere.
Na imaginação de músicos e fãs ouvidos pelo Pampulha, esta teria sido a provável trajetória de John se o dia 8 de dezembro de 1980 não tivesse existido na história: naquele dia, o beatle foi morto com quatro tiros, disparados por Mark Chapman, preso até hoje pelo assassinato. Mas, se é consenso o embate de Lennon com os Estados Unidos, os beatlemaníacos divergem sobre o imaginário futuro político de Lennon. O jornalista e produtor musical Flávio Henrique Silveira acredita que os primeiros anos do governo Obama teriam decepcionado o músico. "Talvez fosse o último esforço dele de apoiar um político, uma causa", supõe. André Katz, tecladista da banda Sgt. Peppers, cover de Beatles, enxerga um caminho exatamente oposto. Ao invés de desistir da política, John se envolveria com ela em um nível extremo. "Acho que ele ia acabar se candidatando à presidência dos Estados Unidos. É uma loucura, mas você poderia esperar mil coisas do John", assegura. Lelo Zaneti, baixista do Skank, aposta que John seria um grande parceiro e divulgador do trabalho de Michael Moore, cineasta famoso por seus documentários contra as ações do governo norte-americano.
Mas nem só de política viveria Lennon, no alto de seus 70 anos. "O John estaria fazendo rock’n’ roll de primeira", imagina Beto Arreguy, guitarrista e vocalista da banda Hocus Pocus. A idade também não o impediria de fazer uso de ferramentas modernas. Para Fábio, ele teria um blog polêmico, aos moldes do de Caetano Veloso. Já Gustavo Sampaio, guitarrista da banda Revolver, acha que John não perderia a chance de propagar suas ideias em 140 caracteres. "Quem sabe não teria um twitter.com/lennon, né?", sugere.
No forno
Veja aqui lançamentos relacionados aos Beatles que estão chegando ao mercado.Posted in beatles | 3 comments
17 de set. de 2010
By Priscila Brito on setembro 17, 2010
Vai aí um samba cantado em francês por um judeu de origem turca?
Vejam e escutem Dario Moreno. Figuraça.
Vejam e escutem Dario Moreno. Figuraça.
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15 de set. de 2010
By Priscila Brito on setembro 15, 2010
Frente a frente, estamos eu e John sentados em um café qualquer de Londres. De boina, cobrindo parte dos cabelos que chegam até os ombros, ele quase lembra a imagem eternizada de Che, não fossem os óculos de aros redondos, que se converteram em ícone para seu próprio rosto. Sem fazer pausas, ele reitera sua entrega total à música e de como a arte é uma necessidade vital. "I'm AN artist", ele diz, frisando o "an" como uma forma de reforçar que a arte se confunde com seu ser. Após uma intervenção minha, John menciona a viagem que fez com a filha a São Paulo. Lamenta a poluição e as enchentes do rio Tietê.
***
A essa hora (mais de 22h), esse é o pouco que eu consigo lembrar do sonho que tive com John na última noite. Semana que vem vocês vão entender melhor porque, exatamente, decidi compartilhar este "encontro" nonsense.
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14 de set. de 2010
By Priscila Brito on setembro 14, 2010
No último sábado (11), Otto lançou em BH seu disco "Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos". Conversei com o cantor sobre o show nesta matéria para o Pampulha e, logo abaixo, reproduzo a entrevista na íntegra, na qual tratamos de outros assuntos, relacionados à repercussão de seu último disco. Como vocês vão ver, Otto é puro otimismo e felicidade com sua condição de artista independente que consegue circular por ambientes mais atrelados ao mainstream.
Seu último disco, "Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos", foi apontado como sendo mais dramático, mais triste, em comparação com outros trabalhos seus. Você concorda com essas avaliações?
Ele é um disco bem melancólico, bem forte, mas é um disco pra frente, é uma coisa bem pura do ser humano. É muito mais uma esperança do que essa coisa da tristeza.
Você está com duas músicas em trilhas de novelas. "Crua", em "Passione", da Globo, e "Naquela Mesa" [Regravação de Sérgio Bittencourt], na Record. Você percebe alguma diferença na recepção do seu trabalho tendo músicas nas novelas?
Essa coisa do cabeça, do cult, do alternativo, do underground, está mudando. Eu achava, Desde o primeiro disco, eu achava que ninguém ia cantar e hoje todo mundo canta desde a primeira música do show. É uma vitória, porque é uma música inovadora, contemporânea e o resultado é que hoje, com 42, estou mais forte. Eu consigo ter um público forte, a música está mudando e eu venho evoluindo. Sou um comunicador, nasci para o palco, para o público.
Você concorre no VMB aos prêmios de Artista do Ano, Show do Ano e MPB. Que nível de importância você dá para essas premiações?
Todo mundo que é indicado por um veículo de comunicação é sempre bom. No meu caso, já ganhei revelação com o primeiro disco e agora estou nuns prêmios cascudos. Pra mim, que fiz esse disco independente, estar nessas categorias de gravadoras é uma vitória. Eu sou um azarão, o sonho americano. Americano, não, o sonho brasileiro! (risos). Eu sou um cara que vê contemporaneidade na minha cultura, que trabalha com a língua portuguesa. Quando você vê que uma pessoa dessas pode, é uma vitória. É bom até pro pego. Eu gosto de estar presente, não fiquei naquela de alternativo. Os prêmios estão mudando, a política está mudando. Não fiz política para participar de novela porque nem tinha gravadora. Foi a música que venceu.
Como vê esse seu enquadramento na categoria MPB?
Quando fui revelação na MTV [Otto ganhou o prêmio de artista revelação no VMB 1999], concorri com Maurício Manieri, Vinny e Pepê e Nenem. Eles eram muito rádio e eu ganhei. Ali já começou a mudar alguma coisa. Estava mostrando que é possível eu estar entre grandes artistas. Era tudo gravadora e eu vim com um disco louco, uma música louca e fiquei. O Samba pra Burro é um divisor de águas. Hoje, eu vejo que na MPB eu estou concorrendo com o Lucas Santana, o Diogo Nogueira, a Céu. Todo mundo novo, uma geração nova. Já competi com o Frejat e agora, quando olho para o lado, tem todos os meus amigos sendo premiados. É uma mudança e a MTV é boa como casa de música, foi um lugar que sempre abrigou a minha música. É uma alegria melhor ainda tocar ao vivo lá, que era meu sonho [Otto faz show no Vídeo Music Brasil, na próxima quinta, 16].
Você levou seis anos entre um disco de inéditas ("Sem Gravidade", 2003) e outro ("Certa Manhã"...). Já faz um ano desde o lançamento do “Certa noite...”. Acha que vai levar tanto tempo para lançar o próximo?
No final do ano quero começar a preparar. Ele vai sair no dia 11/11/2011 e vai se chamar "The Moon 1111". A data é porque tem um portal que se abre no dia 11/11. Tem a ver com os dígitos, eu não sei bem explicar, mas eu vejo esse disco como se fosse um portal meu, como se eu fosse abrir. Ele tem a ver com Truffaut, é espacial, tem que ir pro espaço.
Já tem algum material?
Tem umas burilações, umas coisas pequenas, mas eu vou fazer na hora. Tem a ver com Fahrenheit 451, do Truffaut. Tem que fazer na hora porque já queimaram a escrita. Está tudo na memória, como em Fahrenheit.
Pretende lançar esse novo disco indepente, como aconteceu com o trabalho atual?
Eu não espero que ninguém me compre. Quero fazer o meu trabalho e mostrá-lo, seja na internet ou onde for. De qualquer forma, há de existir público, independente de eu participar de uma gravadora. Se tiver alguém para acreditar na ideia, eu quero muito também, mas o que eu quero é fazer o meu trabalho. Construir sua máquina, trazer suas ferramentas, conceituar e fazer isso virar música. Isso é que é difícil.
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13 de set. de 2010
By Priscila Brito on setembro 13, 2010
"Everything is Everything
Everything is everything
What is meant to be, will be
After winter, must come spring
Change, it comes eventually
O que tornou Lauryn interessante, lá em meados dos anos 90, foi combinar a beleza e o poder vocal historicamente característico de grandes cantoras negras da música americana com a postura de palco e a capacidade rítmica dos MCs, em um universo predominantemente masculino e sexista. Com a voz bem menos encorpada que quando jovem, como muita gente já havia destacado a respeito das outras apresentações que fez no Brasil, no show aqui em BH, na última sexta (10), a cantora não conseguiu manter o nível do primeiro elemento da combinação de seu sucesso, cujo auge foi em 1998, com o seu único disco de estúdio "The Miseducation of Lauryn Hill". Mas não deixou nada a dever no segundo quesito.
Movimentando-se muito no pouco espaço que lhe sobrava no palco (dois guitarristas, baixista, baterista, DJ e duas backing vocals e tecladista, a "crew" da cantora, lotaram o palco), interpelando a banda e o público, e improvisando, Lauryn, ausente dos palcos e do showbiz há anos, lembrou quem estava no Chevrolet Hall porque ela saiu tão facilmente do papel de coadjuvante nos Fugges e se revelou como uma das grandes promessas do hip hop.
Como sabemos, sua condição feminina, que tornava tudo isso ainda mais singular e significativo, foi, ao mesmo tempo, o que impediu que essa promessa se concretizasse. Lauryn abdicou do trabalho para se dedicar ao filho Zion (hoje ele tem mais quatro irmãos), numa atitude que, provavelmente, muitas mulheres na mesma situação já se sentiram impelidas a tomar - ou culpadas por não tomar ou por não poder fazê-lo.
O quanto Lauryn se sente artística e pessoalmente satisfeita com essa decisão, só ela sabe. Quanto ao público, acho que deixamos de ganhar muito nesses anos todos em que Lauryn não produziu nada. Mas, ao mesmo, a julgar pelo show, não perdemos o que ela já tinha nos dado quando mais jovem, apesar das mudanças na voz e na imagem - da mocinha estilosa para a mãezona vestida em uma bata. Num universo como o do hip hop americano, que ainda insiste em colocar as mulheres apenas como objeto dos "pimps", já é muita coisa.
Curtas
O baixista tocou o show inteiro com uma mochila nas costas. Oi?
***
O público presente era uma fauna humana: gente do hip hop, do reggae, cults, patricinhas, playboys. Lauryn agrada, mesmo.
***
Os engenheiros de som vacilaram no início do show e permitiram que a microfonia desse as caras nas primeiras músicas.
***
As primeiras músicas do show ganharam uma roupagem mais rock 'n' roll, com direito até a solo de guitarra em X-Factor. Não ficou ruim, mas o que Lauryn sabe fazer é hip hop.
***
Assim como nas outras apresentações pelo pais, Lauryn demorou para subir no palco. Aqui, mais precisamente, ela atrasou 1h20min. Conforme apurou a colega de redação Soraya Belusi, o atraso se deveu à dificuldade na hora de escolher o figurino. Ok, Lauryn. Te entendo!
***
No YouTube há trechos do show da cantora aqui em BH.
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10 de set. de 2010
By Priscila Brito on setembro 10, 2010
Já está dando sopa por aí faz um tempo, mas vale falar: The Johhny Cash Project é uma iniciativa que constrói colaborativamente um clipe para a música "Ain't no Grave", do Johnny Cash. Funciona assim: quem quiser, manda uma sequência de animação para o site, e o trabalho é então combinado com todos os demais que já foram enviados. Enquanto houver envio de animações, sempre haverá novas versões do vídeo, prometem os organizadores do projeto. Também dá para ver um vídeo diferente de cada vez "costumizando" a exibição, escolhendo o estilo de desenho (realista, abstrato) que se quer ver.
Vá lá: www.thejohnnycashproject.com
Vá lá: www.thejohnnycashproject.com
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8 de set. de 2010
By Priscila Brito on setembro 08, 2010
Fãs de Beatles em terras brasileiras certamente estão irrequietos nos últimos dias devido aos boatos de que Paul, finalmente, voltaria a se apresentar no país este ano - ele já tocou aqui em 90 e 93.
É claro que o meu desejo é que o boato se torne fato, mas a experiência me obriga a ser comedida a fim de evitar mais frustrações. Não é de hoje que, configurando uma novela, surgem notícias que especulam sobre a vinda do beatle canhoto ao país. Vejam só:
Capítulo 1
Há sete anos, em 2003, um jornal carioca afirmou que a prefeitura do Rio, a EMI e o próprio Paul haviam acertado um show na cidade. Ocorreria até 14 de junho do ano seguinte, na Enseada de Botafogo, gratuitamente.
Capítulo 2
O provável show de 2004 foi confirmado novamente naquele mesmo ano, mas com uma mudança de lugar: da Enseada de Botafogo para o aterro do Flamengo. Até uma passagem da novela Celebridade, na qual a personagem Maria Clara, uma produtora de shows interpretada por Malu Mader, viaja para Londres para negociar uma apresentação de Paul no Brasil foi usada como indício de que o músico estaria mesmo vindo ao país. Céus!
Capítulo 3
Em meados de 2008, quando começaram a surgir notícias de uma nova turnê de Paul, uma nova vinda do músico ao país foi cogitada.
Capítulo 4
No ano passado, durante os preparativos para a festa dos 50 anos de Brasília, que viria a ocorrer em abril deste ano, o ex-governador do Distrito Federal, Paulo Octávio, revelou que negociava a vinda de Paul para a comemoração. Ele se apresentaria na Esplanada dos Ministérios, gratuitamente. Se você acompanha o noticiário de política, sabe que a promessa afundou junto com toda a cúpula do governo do DF, que naufragou no barco do mensalão do DEM.
Capítulo 5
Poucas semanas depois de o governo do DF criar expectativas nos fãs de Beatles, o site SoungKick nos fez acreditar que a coisa era melhor do que parecia. Paul não se apresentaria apenas em Brasília; faria shows também no Rio, em São Paulo, Curitiba, Recife e BH.
Capítulo 6 - The final one?
Nesta semana, Lúcio Ribeiro - o jornalista antecipador oficial de shows estrangeiros no país, disse que Paul estaria preparando uma turnê sul-americana. Dias depois, o Clarín afirmou que o ex-beatle faria dois shows na Argentina, nos dias 14 e 15, e também passaria por Brasil, Chile e Peru. Até agora, o site de Paul não confirma nada.
Aguardo cenas dos próximos capítulos. Quem mais?
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