Nunca um músico no palco havia me feito derrubar uma lágrima.
Quando percebi que o senhorzinho de terno azul que caminhava da lateral esquerda em direção ao centro do palco era Paul, paralisei. Nos poucos segundos que levou para chegar ao microfone, a única coisa que fez foi acenar para o público. Quanto a mim, me desestabilizei, gritei, levei as mãos à cabeça e, claro, tirei os óculos para não embaçar as lentes com lágrimas.
O choro que não queria parar ao longo de "Venus and Mars", "Rock Show", "Jet" e "All My Loving" foi logo dando lugar a um sorriso abestalhado, desses de gente apaixonada ou de bebê, que se tornou permanente no meu rosto. Estivesse Paul tocando a emotiva "Hey Jude", a sensual "Let me Roll It" ou o pré-heavy metal "Helter Skelter", lá estava eu sorrindo e suspirando, amparada por uma sensação que nem o Aurélio, tampouco o Houaiss, são capazes de definir e que eu mesma ainda preciso de tempo para assimilar.
Nunca um músico no palco havia me feito sorrir tão compulsivamente.
Paul, especialista em colecionar pioneirismos ao lado dos outros três fab (primeira banda a fazer show em estádios, primeira banda a fazer um disco conceitual, primeira banda a gravar video clipes, primeira banda a gravar em quatro canais, primeira banda de rock a lançar disco sem identificação do grupo na capa, etc, etc, etc ad eternum), sem saber, saiu de ontem do Morumbi com mais dois itens na lista.
22 de nov. de 2010
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Eu já tinha prometido que não ia ler mais nada falando do show que não puder ir. Mas era no seu blog né, então tive que ler. Só posso falar do tamanho da minha inveja de todos vocês. E uma certa raiva também. hehehe
ResponderExcluirMas ainda assisto um show dele... nem que demore um pouco.
Rafa, por você, por mim e por todos que estiveram e não estiveram no show, torço para que não demore a chegar o dia em que ele se apresentará novamente por aqui. Todos têm o direito de viver esse momento de felicidade suprema.
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