2010 já ia quase acabando sem que um artista ou banda novos me provocassem aquela vontade de ouvir um disco seguidas vezes. Até que, aos 45' do segundo tempo, me aparece o Marcelo Jeneci com seu "Feito pra Acabar".
Do pop descolado às referências sonoras da Jovem Guarda que desaguam no romântico/brega, o disco é um mistura de estilos, o que talvez reflita a trajetória musical do paulista. Jeneci começou a carreira de músico na banda de apoio de Chico César e compôs músicas que ganharam vozes diferentes e circularam por vias populares - caso de "Amado", gravada por Vanessa da Mata e trilha de A Favorita, novela das oito da Globo, e "Longe", gravada por Arnaldo Antunes e trilha de Paraíso, novela exibida no horário das seis.
A despeito da diversidade, o denominador comum das músicas é a sensibilidade das composições de Jeneci, muitas delas com temática amorosa, mas que não caem no lugar-comum do, talvez, assunto mais explorado pela música popular. Destaque também para os vocais de Laura Lavieri, que complementam - e não somente apoiam - a voz de Jeneci.
17 de dez. de 2010
15 de dez. de 2010
Genealogia de uma música
De vez em quando a gente descobre umas coisas legais, meio que sem querer. Vejam só: em 1973, o francês Romuald Figuier canta "Laisse-moi le temps" no Festival de Viña del Mar, no Chile.
No mesmo ano, Paul Anka compra os direitos da música, faz uma versão em inglês batizada de "Let me Try Again", que é gravada por Sinatra.
Em 1992, o Skank regrava a versão em inglês em seu primeiro disco, o independente também chamado "Skank".*
*Se alguém tiver notícia de um link para o clipe que o Skank fez para "Let me Try Again", favor avisar. Revirei o YouTube e o Vimeo, mas não encontrei nada. Para quem não se lembra, o clipe é em preto e branco, e traz a banda tocando em um pequeno palco, com seu tradicional "traje anos 90": bermudas e tênis pretos e meias brancas.
No mesmo ano, Paul Anka compra os direitos da música, faz uma versão em inglês batizada de "Let me Try Again", que é gravada por Sinatra.
Em 1992, o Skank regrava a versão em inglês em seu primeiro disco, o independente também chamado "Skank".*
*Se alguém tiver notícia de um link para o clipe que o Skank fez para "Let me Try Again", favor avisar. Revirei o YouTube e o Vimeo, mas não encontrei nada. Para quem não se lembra, o clipe é em preto e branco, e traz a banda tocando em um pequeno palco, com seu tradicional "traje anos 90": bermudas e tênis pretos e meias brancas.
10 de dez. de 2010
Noel da Vila... e de Minas
As celebrações atravessaram o ano, mas é exatamente amanhã (11) que se completa o centenário de Noel Rosa. Para comemorar, resgato uma matéria feita lááááá no Carnaval que liga os pontos entre Noel e Minas.
Feitiço mineiro no samba de Noel
Morador de Vila Isabel, parceiro de sambistas dos morros, frequentador dos cabarés da Lapa... Noel Rosa, considerado um dos maiores compositores da música brasileira e um dos responsáveis pela modernização do samba, foi o que se chamaria hoje de "carioca da gema".
Mas, quem diria, parte de suas raízes eram mineiras. As avós e os pais do compositor nasceram em Leopoldina, na Zona da Mata. O avô materno também é de Minas, ainda que não se saiba a cidade exata em que nasceu. "Ele tinha muito sangue mineiro", revela o pesquisador Carlos Didier, co-autor de "Noel Rosa - Uma Biografia".
Muito mais que o sangue, Noel herdou da parte mineira da família o talento, segundo Didier. "A musicalidade de Noel vem de Minas, de sua avó materna Rita de Cássia, pianista e mãe de Carmem, tia de Noel, que era dona de ouvido absoluto", afirma.
O destino cuidou que Noel nascesse carioca, quando o avô paterno decidiu levar parte da família para o Rio de Janeiro, sua cidade natal, mas também promoveu o reencontro do sambista com suas origens mineiras no fim de sua vida.
Em 1935, depois de ser diagnosticado com tuberculose, Noel passou uma temporada em Belo Horizonte, considerada à época um dos melhores locais para a reabilitação dos portadores da doença, por causa de seu ar puro.
Durante quatro meses, ele se hospedou na casa dos tios Carmem e Mário, na rua São Manoel, na Floresta.
Longe do Rio, Noel tratou de reproduzir por aqui a vida que levava em Vila Isabel. "Ele participou de programas da rádio Mineira, que ficava na esquina da rua da Bahia com a avenida Augusto de Lima", conta o professor da UFMG Fábio Martins, que coordenou a produção de um vídeo sobre a passagem do compositor pela cidade.
Foi na extinta emissora que Noel cultivou no breve período que esteve por aqui um círculo de amigos com quem pôde manter seus hábitos boêmios. Um deles foi o diretor da rádio, José Vaz, já falecido.
Colega do radialista, o compositor Gervásio Horta recorda os relatos do companheiro sobre a estada de Noel na cidade. "Ele dizia que Noel não se tratava coisa nenhuma. Ficava bebendo, na boemia".
O diretor artístico da emissora, Roberto Ceschiatti, também já falecido, foi outro parceiro das noitadas de Noel. "Eles gostavam de tocar violão até tarde da noite no viaduto Santa Tereza", conta Andréa Ceschiati, filha de Roberto.
Compositor fértil - foram mais de 200 composições nos seus 26 anos de vida -, Noel escreveu algumas de suas canções aqui: "Cansei de Pedir", "Uatchf", marchinha inscrita em um concurso promovido na cidade que alcançou o quinto lugar, e "Yolanda", que nasceu de uma serenata dedicada à pretendente de um amigo que o compositor participou, em frente à igreja da Boa Viagem.
Ele também improvisou uma homenagem à cidade, parodiando a letra de "Looking Over a Four Leaf Clover": "Belo Horizonte, deixe que eu conte, bom mesmo é estar aqui". Bondade de Noel. Segundo relata a biografia do músico, em uma conversa com o tio aqui na cidade, ele disse que preferia viver um ano no Rio a dez anos na capital mineira.
O biógrafo Didier garante que a confissão não tem "nada a ver com qualquer bronca em relação a BH", mas é compreensível. A despeito do sangue mineiro, a alma de Noel era mesmo carioca.
Belo Horizonte
Noel Rosa, 1935
Deixa que eu conte
O que há de melhor pra mim
Não é o bordão
deste meu violão
Nem é a prima que eu firo assim
Não é a cachaça
Nem a fumaça
Que no meu
cigarro vi
Belo Horizonte
Deixa que eu conte
Bom mesmo é estar aqui...
Leia mais aqui.
Mais Noel
Em sua sexta edição, o Prêmio Bravo! Bradesco Prime de Cultura homenageou Noel Rosa durante a cerimônia e na categoria recém-criada, de Arte Digital. Videomakers que quisessem concorrrer ao prêmio desta categoria tiveram que criar vídeos cujo tema era o sambista. O vencendor foi o mineiro Leandro Araújo, abaixo. Os outros vídeos estão aqui.
8 de dez. de 2010
8 de dezembro: John Lennon
John, Mark Chapman, cinco tiros. Não é a melhor das efemérides para se lembrar, mas a data redonda - 30 anos - impõe a lembrança. A proximidade com a data da morte do George (último dia 29), só atrai ainda mais esse tipo de recordação.
O contrapeso dessa história toda é que com o coração ainda batendo sob efeito do show do Paul, essas lembranças competem com a sensação (talvez ilusória e momentânea, mas intensa o bastante para não se ignorar) de que o sonho ainda não acabou - mesmo que a contragosto do John.
Por isso, escolho como trilha sonora deste dia "All Those Years Ago", que desde a primeira escuta provoca em mim o sentimento de que "todos aqueles anos", de alguma forma, não morreram junto com o passado.
7 de dez. de 2010
Desatando os nós
No livro Tropicália - Uma Revolução na Cultura, catálogo da exposição de mesmo nome, Hermano Vianna, em um dos vários artigos que compõem a publicação, diz que o movimento tropicalista deu um nó dificílimo de ser desatado na cultura brasileira. O recém-lançado livro "Tropicália ou Panis et Circensis", da pesquisadora Ana de Oliveira, parece sustentar essa observação.
Partindo do disco homônimo, lançado em 1968, e que reuniu Caetano, Gil, Tom Zé, Mutantes e cia., pensadores e artistas plásticos refletem sobre e reinterpretam cada uma das 12 faixas do disco, indicando que ainda há muito o que entender daquele movimento.
No hotsite do livro, é possível ler trechos dos textos escritos para cada uma das músicas e baixar as imagens criadas a partir de cada uma delas, como a que foi feita para "Geléia Geral" (ao lado).
Mais tropicalismo
Vale uma visita o site tropicalia.com.br, uma espécie de acervo sobre o movimento, mantido há cerca de dez anos pela prória Ana, organizadora do livro.
Partindo do disco homônimo, lançado em 1968, e que reuniu Caetano, Gil, Tom Zé, Mutantes e cia., pensadores e artistas plásticos refletem sobre e reinterpretam cada uma das 12 faixas do disco, indicando que ainda há muito o que entender daquele movimento.
No hotsite do livro, é possível ler trechos dos textos escritos para cada uma das músicas e baixar as imagens criadas a partir de cada uma delas, como a que foi feita para "Geléia Geral" (ao lado).
Mais tropicalismo
Vale uma visita o site tropicalia.com.br, uma espécie de acervo sobre o movimento, mantido há cerca de dez anos pela prória Ana, organizadora do livro.
6 de dez. de 2010
Social 50
Em julho, escrevi aqui sobre como um dos principais termômetros da música pop, a parada de sucessos, notadamente a da Billboard, um das mais tradicionais, precisava se renovar para acompanhar as mudanças no modo como se consome e se ouve música nesses tempos virtuais - clicks e views com mais peso que execuções em rádios e vendas de discos.
Na última semana, a Billboard deu o grande sinal de que está, sim atenta a isso e lançou a Social 50, parada de sucessos baseada na repercussão de bandas e cantores em sites de música e redes sociais. Para fazer o ranking, são contabilizados os números de fãs, a quantidade de pageviews e de músicas reproduzidas em páginas como o YouTube, MySpace, Twitter e Facebook.
A liderança da primeira semana ficou com Rihanna, seguida de Justin Bieber. Eminen, Lady Gaga e Nicki Minaj completam o top 5. Michael Jackson (12º), Bob Marley (24º) e Beatles (41º) também marcam presença, honrando o movimento old school.
Veja aqui a Social 50.
Na última semana, a Billboard deu o grande sinal de que está, sim atenta a isso e lançou a Social 50, parada de sucessos baseada na repercussão de bandas e cantores em sites de música e redes sociais. Para fazer o ranking, são contabilizados os números de fãs, a quantidade de pageviews e de músicas reproduzidas em páginas como o YouTube, MySpace, Twitter e Facebook.
A liderança da primeira semana ficou com Rihanna, seguida de Justin Bieber. Eminen, Lady Gaga e Nicki Minaj completam o top 5. Michael Jackson (12º), Bob Marley (24º) e Beatles (41º) também marcam presença, honrando o movimento old school.
Veja aqui a Social 50.
2 de dez. de 2010
2 de dezembro: Dia do Samba
O samba não é só ritmo nem dança, é também personagem e tema de si mesmo, afinal, quantos sambas não falam sobre o próprio samba? Nessa brincadeira de metalinguagem - que, acho, só teve paralelo com algumas composições nas primeiras décadas de rock, quando Chuck Berry, por exemplo, quando cantava sobre uma tal de "rock 'n' roll music" - o que mais gosto é quando, mais que tema, o samba é personificado nas músicas e ganha feições humanas, sentimentos e poder de ação, talvez para lembrar o quanto ele se assemelha a nós.
"Samba, negro forte destemido
Foi duramente perseguido
Nas esquinas, no botequim, no terreiro"
"O samba ainda vai nascer
O samba ainda não chegou
O samba não vai morrer
Veja o dia ainda não raiou
O samba é o pai do prazer
O samba é o filho da dor"
"Eu sou o rei do terreiro
Eu sou o samba
Sou natural daqui do Rio de Janeiro
Sou eu quem levo a alegria
Para milhões de corações brasileiros"
1 de dez. de 2010
É pra acordar, mesmo
Pelo visto, John Legend e The Roots querem todos em alerta. Juntos, lançaram um disco com regravações de grandes nomes do soul, originalmente feitas nos anos 60 em meio às lutas dos negros pelos direitos civis nos EUA, com toda a carga política do momento. Batizaram o disco de "Wake Up", e escolheram a faixa "Wake Up Everybody" como primeiro single.
A julgar não só pelo repertório, mas também pelo clipe da música de trabalho, o desejo é de não perder a herança engajada das canções (a propósito, "Wake Up Everybody" já havia sido regravada por aritstas do hip hop e do R&B, em 2008, em apoio a Obama durante a camapanha presidencial).
Ouça todo o disco "Wake Up" aqui.
Aproveitando o encontro, cantor e banda também regravaram uma música do Arcade Fire. Qual? "Wake Up". Não sai muito da linha do que os canadenses fizeram, mas guarda uma boa surpresa para o final.
A julgar não só pelo repertório, mas também pelo clipe da música de trabalho, o desejo é de não perder a herança engajada das canções (a propósito, "Wake Up Everybody" já havia sido regravada por aritstas do hip hop e do R&B, em 2008, em apoio a Obama durante a camapanha presidencial).
Ouça todo o disco "Wake Up" aqui.
Aproveitando o encontro, cantor e banda também regravaram uma música do Arcade Fire. Qual? "Wake Up". Não sai muito da linha do que os canadenses fizeram, mas guarda uma boa surpresa para o final.
26 de nov. de 2010
Simonal + Sarah Vaughan
Em breve, a íntegra deste encontro de Simonal com Sarah Vaughan, exibido pela TV Tupi em 1970, estará disponível para o público. Em entrevista que fiz com Simoninha para o Pampulha, em função da vinda do Baile do Simonal para BH, o músico disse que um DVD com o dueto deve ser lançado no ano que vem, depois do carnaval. "A gravadora quer fazer um lançamento mundial, até porque tem pouco material de imagem da Sarah", afirmou.
A repercussão da obra do pai no exterior também motiva o lançamento mundial. "Já em 2003, 2004, com a força da música eletrônica, os DJs vinham pra cá, compravam discos dele e voltavam pra lá, 'Nem Vem que Não Tem' virou trilha de uma campanha internacional da Nike. Eu estive há dois meses nos Estados Unidos e tinha jornalistas querendo conversar sobre o Simonal", conta Simoninha.
Segundo ele, o Baile do Simonal também tem propostas de apresentação nos Estados Unidos e na Europa. Por enquanto, o show acontece aqui mesmo em BH, hoje (26).
Baile do Simonal
Lapa Multishow (r. Álvares Maciel, 312, Santa Efigênia, 3241-2074). Às 22h. R$ 80 (inteira)
24 de nov. de 2010
Mercado futuro?
VMB, Prêmio Multishow e afins ganharam um priminho no Brasil: o Prêmio Música Digital, cuja primeira cerimônia ocorreu ontem. A ideia é dar a conhecer quem são os artistas recordistas de downloads legais no país (leia-se pagos), mas acho que, lá no fundo, gravadoras e empresas de telefonia, que encabeçam o prêmio, querem mesmo é badalar essa forma de comércio que ainda representa 12% das receitas da combalida indústria fonográfica no país, que deixou de arrecadar quase meio bilhão de reais de 2002 a 2009.
Observando os números e a lista de vencedores, o que concluo é que o mercado vai ter que ralar muito para conseguir tornar esse prêmio relevante e rentável. As vendas digitais equivalem, hoje, no país, a quase metade das vendas físicas (9 milhões de downloads pagos contra 20 milhões de CDs vendidos em 2009). Parece bastante representativo, mas um olhar mais atento para a lista dos vencedores quebra essa ilusão. Note que a premiação é para a música mais vendida em determinada categoria. Em outros termos, quando falamos de compra de música digital, falamos de um perfil diferente de consumo, fragmentado, em que se compra a unidade (faixa) e não o conjunto (álbum), e isso é muito pouco rentável para a indústria. Enquanto as vendas de CDs renderam R$215 milhões no ano passado, os downloads pagos renderam R$42, praticamente cinco vezes menos.
Ah, claro, além disso tudo, ainda tem a concorrência de torrents, Pirate Bay e rádios online (UOL, Sonora) que, com ou sem a permissão dos artistas e das gravadoras, colocam tudo "free" na rede.
Pois é...
Abaixo, a lista dos "vencedores":
Premiação por vendas:
Música mais vendida no Brasil: "Halo" - Beyonce
Música mais vendida internacional: "Halo" - Beyonce
Música mais vendida MPB: "Shimbalaiê" - Maria Gadú
Música mais vendida pop: "Borboletas" - Victor & Leo
Música mais vendida regional: "Chora, me liga (ao vivo)" - João Bosco e Vinícius
Música mais vendida religiosa: "Faz um milagre em mim" - Régis Danese
Música mais vendida rock: "Me adora" - Pitty
Música mais vendida samba e pagode: "Valeu" - Exaltasamba
Música mais vendida sertanejo: "Meteoro" - Luan Santana
Música mais vendida urbana: "Desabafo / deixa eu dizer" - Marcelo D2
Premiação por voto popular:
Música do ano: "Meteoro" - Luan Santana
Artista do ano: Móveis Coloniais de Acaju
Artista revelação do ano: Restart
Premiação por reconhecimento digital:
Marca mais engajada digitalmente: Terra Sonora
Artista mais engajado digitalmente: Skank
Observando os números e a lista de vencedores, o que concluo é que o mercado vai ter que ralar muito para conseguir tornar esse prêmio relevante e rentável. As vendas digitais equivalem, hoje, no país, a quase metade das vendas físicas (9 milhões de downloads pagos contra 20 milhões de CDs vendidos em 2009). Parece bastante representativo, mas um olhar mais atento para a lista dos vencedores quebra essa ilusão. Note que a premiação é para a música mais vendida em determinada categoria. Em outros termos, quando falamos de compra de música digital, falamos de um perfil diferente de consumo, fragmentado, em que se compra a unidade (faixa) e não o conjunto (álbum), e isso é muito pouco rentável para a indústria. Enquanto as vendas de CDs renderam R$215 milhões no ano passado, os downloads pagos renderam R$42, praticamente cinco vezes menos.
Ah, claro, além disso tudo, ainda tem a concorrência de torrents, Pirate Bay e rádios online (UOL, Sonora) que, com ou sem a permissão dos artistas e das gravadoras, colocam tudo "free" na rede.
Pois é...
Abaixo, a lista dos "vencedores":
Premiação por vendas:
Música mais vendida no Brasil: "Halo" - Beyonce
Música mais vendida internacional: "Halo" - Beyonce
Música mais vendida MPB: "Shimbalaiê" - Maria Gadú
Música mais vendida pop: "Borboletas" - Victor & Leo
Música mais vendida regional: "Chora, me liga (ao vivo)" - João Bosco e Vinícius
Música mais vendida religiosa: "Faz um milagre em mim" - Régis Danese
Música mais vendida rock: "Me adora" - Pitty
Música mais vendida samba e pagode: "Valeu" - Exaltasamba
Música mais vendida sertanejo: "Meteoro" - Luan Santana
Música mais vendida urbana: "Desabafo / deixa eu dizer" - Marcelo D2
Premiação por voto popular:
Música do ano: "Meteoro" - Luan Santana
Artista do ano: Móveis Coloniais de Acaju
Artista revelação do ano: Restart
Premiação por reconhecimento digital:
Marca mais engajada digitalmente: Terra Sonora
Artista mais engajado digitalmente: Skank
23 de nov. de 2010
Brian Ray, guitarrista do Paul e tuiteiro
"Sao Paulo.. I'll never forget your beautiful smiles and tears.. and 60,000 white balloons!" Foi o que Brian Ray, que se alterna entre o baixo e a guitarra na banda que acompanha Paul, disse a respeito desse momento lindo do show de domingo no Morumbi. (digo lindo sem exagerar porque, mesmo já sabendo que essa homenagem vinha sendo planejada na internet, ela não deixou de me impactar emocionalmente. Oh, wait! O que não me emocionaria naquele show?).
Acho que Brian errou propositalmente na conta dos balões para ser gentil, mas não deixa de ser grata surpresa descobrir que ele retribuiu de alguma forma esse momento "show do público", e também que ele é um tuiteiro assíduo. Não só sua satisfação com os balões brancos, mas muitos dos rastros de sua passagem pelo Brasil ficaram registrados em sua conta no Twitter, onde responde por @brianrayguitar.
Nos dias que esteve por aqui, trocou muitos tweets com fãs brasileiros, divulgou seu disco solo e o clipe com o baterista e figuraça da banda de Paul, Abe Laboriel Jr, com direito a pedidos de tradução das mensagens para o português, prontamente atendidos pelos seguidores brazucas.
Brian também pediu sugestões de baladas para os paulistas e, como todo bom gringo, acabou indo parar em um ensaio de escola de samba, devidamente registrado.
Pelo visto, todo mundo se divertiu com essa história de Up and Coming Tour no Brasil.
PS: Este é o último post com a temática "show do Paul". Este blog, no entanto, jamais deixará de falar de Beatles.
22 de nov. de 2010
Paul
Nunca um músico no palco havia me feito derrubar uma lágrima.
Quando percebi que o senhorzinho de terno azul que caminhava da lateral esquerda em direção ao centro do palco era Paul, paralisei. Nos poucos segundos que levou para chegar ao microfone, a única coisa que fez foi acenar para o público. Quanto a mim, me desestabilizei, gritei, levei as mãos à cabeça e, claro, tirei os óculos para não embaçar as lentes com lágrimas.
O choro que não queria parar ao longo de "Venus and Mars", "Rock Show", "Jet" e "All My Loving" foi logo dando lugar a um sorriso abestalhado, desses de gente apaixonada ou de bebê, que se tornou permanente no meu rosto. Estivesse Paul tocando a emotiva "Hey Jude", a sensual "Let me Roll It" ou o pré-heavy metal "Helter Skelter", lá estava eu sorrindo e suspirando, amparada por uma sensação que nem o Aurélio, tampouco o Houaiss, são capazes de definir e que eu mesma ainda preciso de tempo para assimilar.
Nunca um músico no palco havia me feito sorrir tão compulsivamente.
Paul, especialista em colecionar pioneirismos ao lado dos outros três fab (primeira banda a fazer show em estádios, primeira banda a fazer um disco conceitual, primeira banda a gravar video clipes, primeira banda a gravar em quatro canais, primeira banda de rock a lançar disco sem identificação do grupo na capa, etc, etc, etc ad eternum), sem saber, saiu de ontem do Morumbi com mais dois itens na lista.
Quando percebi que o senhorzinho de terno azul que caminhava da lateral esquerda em direção ao centro do palco era Paul, paralisei. Nos poucos segundos que levou para chegar ao microfone, a única coisa que fez foi acenar para o público. Quanto a mim, me desestabilizei, gritei, levei as mãos à cabeça e, claro, tirei os óculos para não embaçar as lentes com lágrimas.
O choro que não queria parar ao longo de "Venus and Mars", "Rock Show", "Jet" e "All My Loving" foi logo dando lugar a um sorriso abestalhado, desses de gente apaixonada ou de bebê, que se tornou permanente no meu rosto. Estivesse Paul tocando a emotiva "Hey Jude", a sensual "Let me Roll It" ou o pré-heavy metal "Helter Skelter", lá estava eu sorrindo e suspirando, amparada por uma sensação que nem o Aurélio, tampouco o Houaiss, são capazes de definir e que eu mesma ainda preciso de tempo para assimilar.
Nunca um músico no palco havia me feito sorrir tão compulsivamente.
Paul, especialista em colecionar pioneirismos ao lado dos outros três fab (primeira banda a fazer show em estádios, primeira banda a fazer um disco conceitual, primeira banda a gravar video clipes, primeira banda a gravar em quatro canais, primeira banda de rock a lançar disco sem identificação do grupo na capa, etc, etc, etc ad eternum), sem saber, saiu de ontem do Morumbi com mais dois itens na lista.
19 de nov. de 2010
Eu vou
Há alguns meses, escrevi aqui sobre a eterna privação que os fãs de Beatles vão sofrer da emoção singular de se ter uma experiência ao vivo com a banda. Algum tempo depois, postei uma reportagem que fiz, na qual fãs da banda tentavam imaginar como estariam hoje os fab four se o destino não os tivesse separado e levado John e George.
Escrevendo por linhas tortas, Deus fez com que estas duas situações, de alguma forma, se cruzassem neste fim de ano, e ainda me colocou no meio disso tudo. Paul vem tocar no Brasil e eu vou. Não são os Beatles - é só um deles, mas vou ter o prazer de ouvir ao vivo algumas das grandes composições da banda executadas pelo cara que concebeu o Sgt. Pepper's, o que já é demais para uma pessoa só.
Por conta disso, minha emoção e minha razão estão entregues a este show. Emoção porque sou fã há anos da banda, o que no meu caso está longe de ser um clichê. Os Beatles foram uma das pouquíssimas bandas que sobreviveram às bruscas oscilações do meu gosto musical que, esquizofrênico, eclético, ecumênico ou seja lá o que for, vem passeando por alguns extremos da música desde a pré-adolescência. Se você visse os meus arquivos de MP3 que mantenho há pelo menos dez anos, veria que, para o sujeito se manter firme nessa montanha-russa musical, só mesmo conseguindo enraizar um sentimento profundo de admiração em mim - e os Beatles conseguiram.
Razão porque, acima de tudo, tenho um interesse imenso por música popular, na sua dimensão histórica e social, logo, estar presente em uma apresentação do Paul é também ter uma experiência direta com um cara que, ao lado de outros três, criou padrões e referências para muito do que é feito no mundo da música ainda hoje. É manter um diálogo com parte viva dessa história.
É sob essa dupla condição, que me deixa emocionada e ao mesmo tempo instigada, que vou ver um Beatle no domingo. Quando voltar, conto como foi.
18 de nov. de 2010
Phoenix fala
Domingo (21) é dia de Paul McCartney em São Paulo, mas também é dia de Phoenix em BH, às 20h, no Chevrolet Hall. Vale lembrar, é em uma posição muito diferente que o Phoenix faz sua segunda passagem pelo Brasil. Quando veio ao país em 2007 para o festival de tendências Nokia Trends, em São Paulo, a banda era "o grupo do marido de Sophia Coppola" (o vocalista Thomas Mars é casado com a cineasta), referência que só não servia para os "iniciados" na cena alternativa. Três anos depois, o show da banda é anunciado no horário nobre da TV, as FMs tocam suas músicas e fãs disputam ingressos em sorteios na internet. Para quem é fã da banda francesa, segue uma pequena entrevista que fiz com o baixista, Deck D'Arcy, na semana passada, por telefone.
Vocês estão no seu quinto álbum, fazendo turnês pelo mundo e tocando em grandes festivais, como o Coachella. Qual a razão para este sucesso mais abrangente somente agora?
Não fazemos a menor ideia e também não queremos tentar explicar as razões desse sucesso. Fizemos este álbum da mesma maneira que fizemos os anteriores, da maneira que queríamos e, quando terminamos, sentimos que tínhamos feito um bom disco. Não estamos tão entusiasmados, estamos mais ou menos assim: “ok, legal, mas não importa”. Aconteceu de ser o nosso disco mais bem sucedido e acho que desta vez também estivemos mais próximos dos fãs, mas não nos importamos com as razões disso.
Muitas rádios aqui em Belo Horizonte começaram a tocar com frequência “Everything is Everything”, que é uma música do disco que vocês lançaram em 2004. O que acha disso?
Legal! Tentamos fazer músicas que não carreguem a marca do tempo, então é uma honra saber disso.
O que estão preparando para o setlist aqui no Brasil?
Nós tocamos muitas das músicas novas porque elas foram pensadas para serem tocadas ao vivo mais do que as dos outros discos, mas sempre brigamos para decidir o set, então não posso te dizer agora como vai ser o repertório. É sempre diferente, cada show é um set diferente.
Música de graça na internet é uma questão que ainda divide os músicos, e recentemente vocês disponibilizaram na íntegra o último álbum da banda na internet para que os fãs fizessem remixes das faixas que eles quisessem. Como a banda lida com esses dilemas da internet?
Fomos muito mais generosos com este disco e os fãs estão nos dando o retorno, isso é muito bom. Nós liberamos uma música de graça na internet, “1901”. Fizemos isso sem nenhuma contrapartida, só mesmo para que as pessoas ouvissem e conhecessem a música e, surpreendentemente, virou uma coisa grande na internet. Percebemos então que era bom sermos generosos e liberamos todas as faixas do disco, mas não temos mais nenhuma estratégia a esse respeito. Só sentimos que, quando você curte uma banda, você gostaria de ter as músicas dela, então fizemos isso com bastante generosidade. Sentimos bem em estarmos nessa posição.
“Lisztomania” faz referência à histeria dos fãs de Franz Liszt, o pianista polonês, e é também o nome de um dos singles mais bem sucedidos do Phoenix este ano e que recebeu homenagens de fãs na internet, que fizeram vídeos mesclando imagens de suas cidades com a música. Não é um pouco curioso isso?
É ótimo, nós adoramos. Nós fizemos contato com a menina que fez o primeiro vídeo. Ela tem 15 anos e é americana. Nós a conhecemos no show que fizemos em Boston, onde ela mora. É um ótimo vídeo.
Vocês viram um vídeo semelhante que fãs do Rio de Janeiro fizeram?
Não, não vi, mas vou procurar. O que eu tenho que digitar no YouTube para encontrar esse vídeo?
“Mash up”, “Lisztomania” e “Rio de Janeiro”. Você encontrar com facilidade.
Ok, vou procurar assim que terminarmos a entrevista.
O Phoenix ganhou o Grammy de Melhor Disco Alternativo este ano. Você acha que isso provocou alguma mudança na banda?
(Pensa um pouco) Espero que não.
Por que não?
Espero que não tenha mudado nada. É um pouco difícil falar disso porque ainda é muito recente, ainda nem compusemos músicas novas. Estamos muito felizes de ter ganho esse Grammy, mas tentamos não pensar muito nisso. Nós nem guardamos as estatuetas em casa, nós demos para os nossos pais. É muito bom ter esse prêmio, mas parece que você chegou a um certo nível de genialidade e nós não queremos ser gênios. Só queremos continuar fazendo música do mesmo jeito que fazíamos antes.
Como foi a última vez de vocês aqui no Brasil?
Foi frustrante da última vez que estivemos aí porque fomos para São Paulo e só ficamos um dia, não vimos nada. Só fizemos o show e fomos embora. Desta vez, vamos ficar um pouco mais. Mas o show foi legal, o público era realmente bom e estamos felizes de voltar. Queríamos tocar na América do Sul, e especialmente no Brasil, há um bom tempo.
Você acha que desta vez vão tocar numa condição diferente?
Eu espero. É sempre diferente e espero que realmente seja, no bom sentido.
17 de nov. de 2010
Top 5 das excluídas
Conforme vocês viram por aqui, numa atitude de gente muito à toa, identifiquei nos setlists de todos os shows da atual turnê do Paul quais as músicas que menos apareceram no repertório. Levando esta "atoice" ao extremo, também verifiquei quais as músicas que eu AMO e que não foram incluídas em NENHUM show da Up and Coming Tour.
Eu sei, não é justo reclamar de um repertório tão generoso com fãs de Beatles como o desta turnê, que inclui muitos dos grandes - e melhores - sucessos da banda (Let It Be, Yesterday, Sgt. Peppers, Something, A Day in the Life), mas sempre temos nossas preferências particulares e um setlist nunca é bom o suficiente para atendê-las. Eis as excluídas que gostaria que Paul tocasse no Brasil:
5)I'm Down
A fase iê-iê-iê foi praticamente limada do repertório desta turnê (salvaram-se "Yesterday" e "And I Love Her"), porém, se, de última hora, ela ganhasse mais espaço no set, acho que teria que ser com "I'm Down". Queria ter meu momento Shea Stadium. Além disso, a-d-o-r-o quando o Paul canta gritando.
4)Maybe I'm Amazed
Das baladas românticas da fase solo, acho a mais bonita, a declaração de amor mais rasgada pela Linda. Além disso, a-d-o-r-o quando o Paul canta gritando. (2)
3)Real Love
Eu sei que pensar nesta música dentro do repertório é puro delírio. Resgatada para fazer parte do Anthology, é uma composição muito particular do John e provavelmente Paul tem identificação zero com ela. Mas a única possibilidade de ouvi-la ao vivo, tocada por um Beatle, acredito eu, seria em um show do Paul. E ela é tão linda... Ok. Parei de sonhar.
2)I Me Mine
A composição é do George, mas, se Paul toca "Something" em homenagem a George em praticamente todos os shows, por que não esta também (pelo menos no meu mundo ideal)?
1)Oh Darling
Reza a lenda que Paul escreveu esta música para John no auge dos desentendimentos entre os dois. Não duvido nada, a julgar pela sinceridade da interpretação dele - o que mais me faz admirar esta música. E eu a-d-o-r-o quando o Paul canta gritando. Já disse isso, né? Tem sido a minha música preferida dos Beatles nos últimos meses. Se tocar no show, me descabelo.
Eu sei, não é justo reclamar de um repertório tão generoso com fãs de Beatles como o desta turnê, que inclui muitos dos grandes - e melhores - sucessos da banda (Let It Be, Yesterday, Sgt. Peppers, Something, A Day in the Life), mas sempre temos nossas preferências particulares e um setlist nunca é bom o suficiente para atendê-las. Eis as excluídas que gostaria que Paul tocasse no Brasil:
5)I'm Down
A fase iê-iê-iê foi praticamente limada do repertório desta turnê (salvaram-se "Yesterday" e "And I Love Her"), porém, se, de última hora, ela ganhasse mais espaço no set, acho que teria que ser com "I'm Down". Queria ter meu momento Shea Stadium. Além disso, a-d-o-r-o quando o Paul canta gritando.
4)Maybe I'm Amazed
Das baladas românticas da fase solo, acho a mais bonita, a declaração de amor mais rasgada pela Linda. Além disso, a-d-o-r-o quando o Paul canta gritando. (2)
3)Real Love
Eu sei que pensar nesta música dentro do repertório é puro delírio. Resgatada para fazer parte do Anthology, é uma composição muito particular do John e provavelmente Paul tem identificação zero com ela. Mas a única possibilidade de ouvi-la ao vivo, tocada por um Beatle, acredito eu, seria em um show do Paul. E ela é tão linda... Ok. Parei de sonhar.
2)I Me Mine
A composição é do George, mas, se Paul toca "Something" em homenagem a George em praticamente todos os shows, por que não esta também (pelo menos no meu mundo ideal)?
1)Oh Darling
Reza a lenda que Paul escreveu esta música para John no auge dos desentendimentos entre os dois. Não duvido nada, a julgar pela sinceridade da interpretação dele - o que mais me faz admirar esta música. E eu a-d-o-r-o quando o Paul canta gritando. Já disse isso, né? Tem sido a minha música preferida dos Beatles nos últimos meses. Se tocar no show, me descabelo.
9 de nov. de 2010
As menos tocadas
Há alguns dias, o site oficial da turnê do Paul pelo Brasil vem revelando, pouco a pouco, a lista das músicas mais tocadas na Up and Coming Tour. Por um impulso típico de gente muito à toa, resolvi fazer o caminho inverso: a partir dos 26 shows da turnê, feitos de março até o último domingo (7), em Porto Alegre, listei as músicas que menos integraram os setlists.
Mull of Kintyre - Single de 1977, da época do Wings, só apareceu três vezes, uma delas na Escócia, país que abriga a região homenageada na música.
(I Want to) Come Home - Paul só tocou duas vezes a música composta para a trilha do filme "Estão Todos Bem", de 2009.
Every Night - A faixa do primeiro disco solo de Paul, "McCartney", de 1970, só entrou uma vez no setlist.
Michelle - Empatada com "Every Night", está este cláááássico fofíssimo do Rubber Soul. Paul a tocou apenas na apresentação em Montreal, provavelmente para agradar o público, cuja língua é o francês.
Mull of Kintyre - Single de 1977, da época do Wings, só apareceu três vezes, uma delas na Escócia, país que abriga a região homenageada na música.
(I Want to) Come Home - Paul só tocou duas vezes a música composta para a trilha do filme "Estão Todos Bem", de 2009.
Every Night - A faixa do primeiro disco solo de Paul, "McCartney", de 1970, só entrou uma vez no setlist.
Michelle - Empatada com "Every Night", está este cláááássico fofíssimo do Rubber Soul. Paul a tocou apenas na apresentação em Montreal, provavelmente para agradar o público, cuja língua é o francês.
5 de nov. de 2010
It's evolution, baby!
Boa sacada a do cara que fez essa montagem (há outras aqui). Afinal, passar de composições simplesinhas (I Wana Hold Your Hand) para o universo conceitual de Sgt. Peppers, em aproximadamente cinco anos, é uma das maiores provas de que o ser humano pode evoluir, e muito.
3 de nov. de 2010
Figlio Unico
Vendo o "Por Toda a Minha Vida" que a Globo transmitiu na semana passada sobre o Adoniran Barbosa, descobri que sua composição mais conhecida, "Trem das Onze", foi regravada por um cantor italiano nos anos 60. Fui atrás do vídeo. Taí.
25 de out. de 2010
Ferry para todos
Não disse que não é preciso mais correr atrás de música, já que ela vem, gratuita, até nós? Entrei do El País e com o que o bondoso jornal me presenteia? O novo disco de Bryan Ferry, Olympia, que é digno da elegância e glamour pela qual este senhor ficou conhecido e de toda a deliciosa breguice que isso implica.
Para ouvir, clique na capa do disco, uma versão século XXI para a Olympia de Manet encarnada por Kate Moss.
15 de out. de 2010
Bomba Estereo
Já falei aqui da dupla colombiana Bomba Estereo neste post, quando os ouvi pela primeira vez. Volto a falar novamente, porque, nestes últimos dias, eles têm sido, para mim, "a melhor banda de todos os tempos da última semana". Afinal, uma dupla que define a música que faz como "canção popular melodramática/electro/folclórica" é, no mínimo, instigante.
Ouçam: www.myspace.com/bombaestereo
Ouçam: www.myspace.com/bombaestereo
13 de out. de 2010
Metade vazio
Ontem, numa terça-feira bem britânica - frio e nublado; só faltou a chuva -, o Echo & the Bunnymen tocou em BH, saldando a dívida deixada em 2006 - naquele ano, a banda agendou shows em várias cidades, incluindo BH. Por problemas de última hora, as apresentações foram canceladas. Posteriormente, as datas foram remarcadas, mas belzonte ficou de fora. Todos os hits estiveram presentes no show: "Bringing Down the Dancing Horses", "The Cutter", "Lips Like Sugar" e "The Killing Moon" - óbvio. Só faltou encher a casa.
Quando entrei no Chevrolet Hall, me deparei com longas faixas pretas presas entre o teto e a arquibancada, "decoração" já repetida em outras ocasiões, como os shows do Placebo e do Interpol. Já era o primeiro sinal de que a casa não lotaria - como não havia gente suficiente para preencher as arquibancadas, as faixas cobriram o local. Bastou olhar para a pista para confirmar a suposição: o público ocupava metade do espaço, mas há que se considerar que boa parte dele estava bastante "espalhada".
Tenho duas hipóteses para tentar entender esse show metade vazio:
1)O público de BH, com a preguiça do final do feriado, preferiu não comparecer
2)O Chevrolet era grande demais para o Echo
A primeira hipótese reforça o clichê de que o público de BH reclama que não recebe tantos shows quanto São Paulo ou Rio, mas não comparece quando um ou outro artista vem aqui. Tendo a descartá-la, porque ela não é uma constante. Em março, o A-Ha lotou o mesmo Chevrolet Hall. Lauryn Hill não abarrotou a casa, mas conseguiu esgotar o primeiro lote. Nando Reis e Mart'nália, que só tocam daqui a dez dias, há mais de uma semana esgotaram três lotes da pista e um da arquibancada.
Sobra, então, a hipótese número 2, que pode ser colocada em outros termos: "O Echo não tem um público suficientemente grande em BH". Reconheçamos, o Echo não é uma banda que arrasta multidões. Obviamente, isso não impede a realização de um show. Basta que se faça a apresentação em um local menor, para que se evite o constrangimento de se receber a banda em uma casa onde o só falta ouvir o canto dos grilos. Temos alternativas?
Lapa? Sem querer dicotomizar, num espectro que vai do underground ao mainstream, o Lapa se consolidou por fazer produções mais próximas do primeiro termo - mais independentes, de custo mais baixo. Music Hall? O Music Hall caminhava para o segundo termo, e poderia ser uma alternativa para este caso, mas a perda de patrocínio obrigou a casa a se voltar para o primeiro termo.
Conclusão: quando o problema não é o público, é a falta de espaços adequados para determinados tipos de shows. Sai desse mato sem cachorro, BH!
PS: Considero que este blábláblá também se aplica ao natimorto show do Air, que ocorreria na próxima sexta (15), no mesmo Chevrolet, mas foi cancelado por baixas vendas. Não quer dizer que a dupla francesa não tenha público, apenas que superestimaram o tamanho deste. Enquanto aqui a banda tocaria num lugar com lotação de 5.800 pessoas, por exemplo, no Rio - onde o show continua marcado - o Air se apresenta no Circo Voador, com capacidade muito mais modesta e adequada para o seu público: 2500 pessoas.
Quando entrei no Chevrolet Hall, me deparei com longas faixas pretas presas entre o teto e a arquibancada, "decoração" já repetida em outras ocasiões, como os shows do Placebo e do Interpol. Já era o primeiro sinal de que a casa não lotaria - como não havia gente suficiente para preencher as arquibancadas, as faixas cobriram o local. Bastou olhar para a pista para confirmar a suposição: o público ocupava metade do espaço, mas há que se considerar que boa parte dele estava bastante "espalhada".
Tenho duas hipóteses para tentar entender esse show metade vazio:
1)O público de BH, com a preguiça do final do feriado, preferiu não comparecer
2)O Chevrolet era grande demais para o Echo
A primeira hipótese reforça o clichê de que o público de BH reclama que não recebe tantos shows quanto São Paulo ou Rio, mas não comparece quando um ou outro artista vem aqui. Tendo a descartá-la, porque ela não é uma constante. Em março, o A-Ha lotou o mesmo Chevrolet Hall. Lauryn Hill não abarrotou a casa, mas conseguiu esgotar o primeiro lote. Nando Reis e Mart'nália, que só tocam daqui a dez dias, há mais de uma semana esgotaram três lotes da pista e um da arquibancada.
Sobra, então, a hipótese número 2, que pode ser colocada em outros termos: "O Echo não tem um público suficientemente grande em BH". Reconheçamos, o Echo não é uma banda que arrasta multidões. Obviamente, isso não impede a realização de um show. Basta que se faça a apresentação em um local menor, para que se evite o constrangimento de se receber a banda em uma casa onde o só falta ouvir o canto dos grilos. Temos alternativas?
Lapa? Sem querer dicotomizar, num espectro que vai do underground ao mainstream, o Lapa se consolidou por fazer produções mais próximas do primeiro termo - mais independentes, de custo mais baixo. Music Hall? O Music Hall caminhava para o segundo termo, e poderia ser uma alternativa para este caso, mas a perda de patrocínio obrigou a casa a se voltar para o primeiro termo.
Conclusão: quando o problema não é o público, é a falta de espaços adequados para determinados tipos de shows. Sai desse mato sem cachorro, BH!
PS: Considero que este blábláblá também se aplica ao natimorto show do Air, que ocorreria na próxima sexta (15), no mesmo Chevrolet, mas foi cancelado por baixas vendas. Não quer dizer que a dupla francesa não tenha público, apenas que superestimaram o tamanho deste. Enquanto aqui a banda tocaria num lugar com lotação de 5.800 pessoas, por exemplo, no Rio - onde o show continua marcado - o Air se apresenta no Circo Voador, com capacidade muito mais modesta e adequada para o seu público: 2500 pessoas.
12 de out. de 2010
Passatempo
Passatempo para o feriado:
1)Acesse o YouTube
2)Digite "seu madruga cantando" na caixa de busca
3)Have fun
1)Acesse o YouTube
2)Digite "seu madruga cantando" na caixa de busca
3)Have fun
5 de out. de 2010
Pega na mentira - Epílogo
No início do ano, fiz um post sobre a polêmica provocada por uma campanha da Citroën veiculada no Reino Unido. Ela usava imagens de John Lennon nas quais o beatle falava sobre a necessidade de inovação e condenava ondas que copiavam o passado. As ideias casavam justamente com a mensagem da campanha, que era apresentar um carro moderno e "anti-retro". Muita gente questionou a veracidade dessa fala, sugerindo que o vídeo havia sido alterado. Realmente, foi. Alguém encontrou as imagens originais, feitas para uma entrevista para a BBC. No trecho usado na propaganda, John fala, na verdade, sobre sua experiência ao escrever o livro "A Spaniard in the Works". Vejam e comparem.
1 de out. de 2010
Curti
Adoro esse pessoal que "desloca" as músicas de seu gênero original para outro totalmente diferente. Por isso, curti descobrir o Brad Mehldau.
Isso nasceu grunge. Virou jazz.
Isso nasceu grunge. Virou jazz.
28 de set. de 2010
Sonho de uma noite de verão beatlemaníaca
27 de set. de 2010
Associações
Uma canta balada ultra melosa para dor de cotovelo. Outra canta música com batidinha moderna pra dançar na pista. Mas... cabelos loiros armados, figurino branco de formas amplas, dançarinos com figurino bizarro, coreografia sem noção e deslocados do contexto do clipe... Foi impossível não lembrar de "Total Eclipse of the Heart", da Bonnie Tyler, quando vi o clipe novo do Goldfrapp, "Alive".
Assim como "Total Eclipse of the Heart", "Alive" é candidato a ser zuado no futuro. Pense nisso.
Assim como "Total Eclipse of the Heart", "Alive" é candidato a ser zuado no futuro. Pense nisso.
21 de set. de 2010
Ainda John
Pegando carona no post de ontem, que tratou de Beatles, coloco aqui imagens da nova coleção de óculos do Marc Jacobs que, pelo visto, está querendo ressuscitar, dentro da moda, um dos objetos que ajudou a tornar a imagem de John Lennon icônica: os óculos de aros redondos.
20 de set. de 2010
E se...
Na semana passada, escrevi aqui no blog sobre um sonho que tive com John Lennon. Na ocasião, disse que vocês entenderiam melhor o porquê do sonho esta semana. Eis a explicação: estava fazenso uma reportagem que pedia a fãs de Beatles que imaginassem como a banda estaria em 2010 caso John e George não tivessem morrido e os quatro tivessem continuado juntos. Acho que me envolvi tanto com a apuração que acabei imaginando, em sonho, essa situação - mas só John entrou na brincadeira. O post sobre o tal sonho (que me sugere que John estaria tocando ainda, em carreira solo, teria tido uma filha e estaria lutando por causas ambientais) está neste link; a reportagem, logo abaixo.
E se...
No ano em que Lennon completaria 70 anos e a banda meio século de sua criação, imaginamos como seria se John e George fossem vivos e os Beatles ainda tocassem juntos
Desde o início do ano, John, Paul, George e Ringo viajam o mundo com a turnê que celebra os 50 anos de existência dos Beatles. O anúncio dos shows, feito de supetão por Lennon no início do ano em sua página no Twitter (twitter.com/lennon), deixou fãs ao redor do mundo histéricos e surpresos, uma vez que a banda vinha se mostrando resistente aos palcos desde a década de 1960 - depois de 1966, quando deixaram de se apresentar ao vivo por causa da gritaria das fãs, os Beatles voltaram aos palcos somente em 1985, no Live Aid, motivados (principalmente John) pelo objetivo central do megafestival de rock de arrecadar recursos para o combate à fome na África. Após esse retorno, a banda ainda fez duas turnês, ambas para divulgar um trabalho lançado no fim da década de 1980 e outro em meados dos anos 1990.
Coerente com esse histórico, a banda foi econômica e decidiu fazer apenas dez disputadíssimos shows ao longo do ano para marcar seu meio século de atividade. São Paulo, Nova York, Tóquio, Sydney e Londres foram algumas das capitais mundiais eleitas para receber as apresentações. Em seu país de origem, um show especial no Hyde Park, ao lado de outros gigantes do rock, como os Rolling Stones e Bob Dylan, e de novos nomes da música, como Black Eyed Peas e Lady Gaga - uma participação controversa. No repertório das apresentações, os hits do auge da beatlemania, clássicos de "Sgt. Peppers..." com novos arranjos e uns poucos sucessos dos discos sucessores de "Abbey Road", gravados entre os anos 1970 e 1990 e nem tão aclamados assim.
Combinando as várias sugestões de beatlemaníacos ouvidos pelo Pampulha e com um pouco mais de imaginação, é mais ou menos assim que os Beatles estariam hoje, caso a banda não tivesse terminado e John e George não tivessem morrido. A brincadeira de imaginar ocorre em um ano emblemático: 2010 marca os 50 anos do início da banda, 40 anos de seu fim, 30 anos da morte e 70 do nascimento de John .
No exercício de futurologia de fãs, músicos e estudiosos, o mais comum foi associar a versão 2010 dos garotos de Liverpool a uma das bandas com mais longevidade do rock. "Se eles não tivessem acabado, acho que virariam uma banda como os Rolling Stones, que se juntam de quatro em quatro anos para gravar álbum, fazer turnê, ganhar dinheiro e depois sair em carreira solo", sugere André Katz, tecladista da banda Sgt. Peppers, cover de Beatles.
A ideia de uma grande turnê comemorativa também é dele, que sugeriu como convidados os Rolling Stones, Eric Clapton, e as jovens cantoras Lilly Allen, Joss Stone e Lady Gaga. “Sinal dos novos tempos, em que tudo se mistura”, justifica. Mas talvez os fãs da banda não entendessem nesses termos. Recentemente, Gaga irritou os beatlemaníacos depois que Sean Lennon, filho de John, divulgou em seu Twitter uma foto da cantora tocando o piano que era do músico, durante uma visita à casa de Yoko Ono, viúva de Jonh. Mesmo com a irritação dos fãs, a cantora foi convidada por Yoko a participar de um show em homenagem aos 70 anos de seu marido, nos dias 1º e 2 de outubro, em Los Angeles.
Lelo Zaneti, baixista do Skank, também imagina uma turnê grandiosa, com nomes como Bob Dylan e Black Eyed Peas, com direito a shows no Brasil e desempenho impecável dos fab four. “Hoje existe uma estrutura de som incrível pra shows”, observa, lembrando que um dos motivos que levaram os Beatles a abandonarem o palco, além do barulho provocado pelas fãs, foi a dificuldade de executar ao vivo a crescente complexificação de suas composições.
Beto Arreguy, guitarrista e vocalista da banda Hocus Pocus, cover dos ingleses, também acha que o máximo que os fãs veriam em 2010 seriam colaborações de um beatle com outro nos trabalhos solo. “Eu não tenho essa ilusão. Isso foi cogitado na época em que eles se separaram, teve um dinheiro grande, e eles não aceitaram”, lembra, completando que o fim da banda, apesar de inevitável, ocorreu no momento certo. “Vejo como positivo eles terem parado no auge com um disco arrasa quarteirão, o ‘Abbey Road’. Eles terminaram no auge, sem estarem decadentes.”
A observação de Beto encontra eco nas fontes consultadas. Apesar de todos lamentarem o fim da banda, que durou apenas dez anos, o sentimento comum é de que a banda foi extraordinária o suficiente. “As coisas duram o que têm que durar”, resume Flávio.
Coerente com esse histórico, a banda foi econômica e decidiu fazer apenas dez disputadíssimos shows ao longo do ano para marcar seu meio século de atividade. São Paulo, Nova York, Tóquio, Sydney e Londres foram algumas das capitais mundiais eleitas para receber as apresentações. Em seu país de origem, um show especial no Hyde Park, ao lado de outros gigantes do rock, como os Rolling Stones e Bob Dylan, e de novos nomes da música, como Black Eyed Peas e Lady Gaga - uma participação controversa. No repertório das apresentações, os hits do auge da beatlemania, clássicos de "Sgt. Peppers..." com novos arranjos e uns poucos sucessos dos discos sucessores de "Abbey Road", gravados entre os anos 1970 e 1990 e nem tão aclamados assim.
Combinando as várias sugestões de beatlemaníacos ouvidos pelo Pampulha e com um pouco mais de imaginação, é mais ou menos assim que os Beatles estariam hoje, caso a banda não tivesse terminado e John e George não tivessem morrido. A brincadeira de imaginar ocorre em um ano emblemático: 2010 marca os 50 anos do início da banda, 40 anos de seu fim, 30 anos da morte e 70 do nascimento de John .
No exercício de futurologia de fãs, músicos e estudiosos, o mais comum foi associar a versão 2010 dos garotos de Liverpool a uma das bandas com mais longevidade do rock. "Se eles não tivessem acabado, acho que virariam uma banda como os Rolling Stones, que se juntam de quatro em quatro anos para gravar álbum, fazer turnê, ganhar dinheiro e depois sair em carreira solo", sugere André Katz, tecladista da banda Sgt. Peppers, cover de Beatles.
Nem tão brilhantes assim
Tornar-se uma banda estável, como os Rolling Stones, seria o destino mais provável dos Beatles. O professor da Universidade Federal de Alagoas, Jeder Janotti Júnior, pesquisador de música popular, explica o porquê. “Ao contrário da música erudita, onde os compositores atingem a maturidade criativa com o avanço da idade, no rock, que está ligado à cultura juvenil, o melhor das bandas é feito no período inicial da carreira. Depois, a tendência é de estabilização”, explica. A consequência, segundo ele, seria um quarteto muito menos inventivo e revolucionário que aquele que o mundo conheceu na década de 1970, opinião compartilhada pelo jornalista e produtor musical Flávio Henrique Silveira. “Acho até que eles teriam feito uns dois discos de repertório inédito, mas as músicas nunca mais teriam o mesmo apelo dos anos 1960. O brilhantismo está condenado aos primeiros anos de carreira”, lamenta. Mesmo assim, Flávio não deixa de fantasiar. “Em 2007, eles teriam regravado o Sgt. Peppers, para celebrar os 40 anos do disco. Seria uma revisita ao álbum, com novos arranjos feitos pelo Paul”. A ideia de uma grande turnê comemorativa também é dele, que sugeriu como convidados os Rolling Stones, Eric Clapton, e as jovens cantoras Lilly Allen, Joss Stone e Lady Gaga. “Sinal dos novos tempos, em que tudo se mistura”, justifica. Mas talvez os fãs da banda não entendessem nesses termos. Recentemente, Gaga irritou os beatlemaníacos depois que Sean Lennon, filho de John, divulgou em seu Twitter uma foto da cantora tocando o piano que era do músico, durante uma visita à casa de Yoko Ono, viúva de Jonh. Mesmo com a irritação dos fãs, a cantora foi convidada por Yoko a participar de um show em homenagem aos 70 anos de seu marido, nos dias 1º e 2 de outubro, em Los Angeles.
Lelo Zaneti, baixista do Skank, também imagina uma turnê grandiosa, com nomes como Bob Dylan e Black Eyed Peas, com direito a shows no Brasil e desempenho impecável dos fab four. “Hoje existe uma estrutura de som incrível pra shows”, observa, lembrando que um dos motivos que levaram os Beatles a abandonarem o palco, além do barulho provocado pelas fãs, foi a dificuldade de executar ao vivo a crescente complexificação de suas composições.
Bom enquanto durou
Há quem fique com os pés mais próximos do chão e acredite que o fim da banda era mesmo inevitável, dado o temperamento de cada beatle. “Eu acho que eles não teriam saco pra continuar como banda. Cada um deles tem um talento criador tão gigantesco que eles teriam, mesmo, partido para a carreira solo”, defende Lô Borges. Beto Arreguy, guitarrista e vocalista da banda Hocus Pocus, cover dos ingleses, também acha que o máximo que os fãs veriam em 2010 seriam colaborações de um beatle com outro nos trabalhos solo. “Eu não tenho essa ilusão. Isso foi cogitado na época em que eles se separaram, teve um dinheiro grande, e eles não aceitaram”, lembra, completando que o fim da banda, apesar de inevitável, ocorreu no momento certo. “Vejo como positivo eles terem parado no auge com um disco arrasa quarteirão, o ‘Abbey Road’. Eles terminaram no auge, sem estarem decadentes.”
A observação de Beto encontra eco nas fontes consultadas. Apesar de todos lamentarem o fim da banda, que durou apenas dez anos, o sentimento comum é de que a banda foi extraordinária o suficiente. “As coisas duram o que têm que durar”, resume Flávio.
Em plena atividade
Aos 70 anos, John continuaria conciliando ativismo político e rock’ n’ roll; internet seria incorporada pelo músico
John não imaginava que teria de passar tantas décadas pedindo ao mundo que desse uma chance à paz. O protesto contra a guerra do Vietnã foi só o primeiro de uma série que ele se sentiu obrigado a liderar: ele não poupou de críticas as guerras do Golfo, no início da década de 1990, do Afeganistão e do Iraque, nos anos 2000. Depois de Nixon, nos anos 1970, os governos de Bush "pai" e de Bush "filho" foram seus alvos quando, finalmente, em 2008, acreditou na promessa de Obama e decidiu apoiá-lo.
Na imaginação de músicos e fãs ouvidos pelo Pampulha, esta teria sido a provável trajetória de John se o dia 8 de dezembro de 1980 não tivesse existido na história: naquele dia, o beatle foi morto com quatro tiros, disparados por Mark Chapman, preso até hoje pelo assassinato. Mas, se é consenso o embate de Lennon com os Estados Unidos, os beatlemaníacos divergem sobre o imaginário futuro político de Lennon. O jornalista e produtor musical Flávio Henrique Silveira acredita que os primeiros anos do governo Obama teriam decepcionado o músico. "Talvez fosse o último esforço dele de apoiar um político, uma causa", supõe. André Katz, tecladista da banda Sgt. Peppers, cover de Beatles, enxerga um caminho exatamente oposto. Ao invés de desistir da política, John se envolveria com ela em um nível extremo. "Acho que ele ia acabar se candidatando à presidência dos Estados Unidos. É uma loucura, mas você poderia esperar mil coisas do John", assegura. Lelo Zaneti, baixista do Skank, aposta que John seria um grande parceiro e divulgador do trabalho de Michael Moore, cineasta famoso por seus documentários contra as ações do governo norte-americano.
Mas nem só de política viveria Lennon, no alto de seus 70 anos. "O John estaria fazendo rock’n’ roll de primeira", imagina Beto Arreguy, guitarrista e vocalista da banda Hocus Pocus. A idade também não o impediria de fazer uso de ferramentas modernas. Para Fábio, ele teria um blog polêmico, aos moldes do de Caetano Veloso. Já Gustavo Sampaio, guitarrista da banda Revolver, acha que John não perderia a chance de propagar suas ideias em 140 caracteres. "Quem sabe não teria um twitter.com/lennon, né?", sugere.
Na imaginação de músicos e fãs ouvidos pelo Pampulha, esta teria sido a provável trajetória de John se o dia 8 de dezembro de 1980 não tivesse existido na história: naquele dia, o beatle foi morto com quatro tiros, disparados por Mark Chapman, preso até hoje pelo assassinato. Mas, se é consenso o embate de Lennon com os Estados Unidos, os beatlemaníacos divergem sobre o imaginário futuro político de Lennon. O jornalista e produtor musical Flávio Henrique Silveira acredita que os primeiros anos do governo Obama teriam decepcionado o músico. "Talvez fosse o último esforço dele de apoiar um político, uma causa", supõe. André Katz, tecladista da banda Sgt. Peppers, cover de Beatles, enxerga um caminho exatamente oposto. Ao invés de desistir da política, John se envolveria com ela em um nível extremo. "Acho que ele ia acabar se candidatando à presidência dos Estados Unidos. É uma loucura, mas você poderia esperar mil coisas do John", assegura. Lelo Zaneti, baixista do Skank, aposta que John seria um grande parceiro e divulgador do trabalho de Michael Moore, cineasta famoso por seus documentários contra as ações do governo norte-americano.
Mas nem só de política viveria Lennon, no alto de seus 70 anos. "O John estaria fazendo rock’n’ roll de primeira", imagina Beto Arreguy, guitarrista e vocalista da banda Hocus Pocus. A idade também não o impediria de fazer uso de ferramentas modernas. Para Fábio, ele teria um blog polêmico, aos moldes do de Caetano Veloso. Já Gustavo Sampaio, guitarrista da banda Revolver, acha que John não perderia a chance de propagar suas ideias em 140 caracteres. "Quem sabe não teria um twitter.com/lennon, né?", sugere.
No forno
Veja aqui lançamentos relacionados aos Beatles que estão chegando ao mercado.17 de set. de 2010
Dario Moreno
Vai aí um samba cantado em francês por um judeu de origem turca?
Vejam e escutem Dario Moreno. Figuraça.
Vejam e escutem Dario Moreno. Figuraça.
15 de set. de 2010
#9 Dream
Frente a frente, estamos eu e John sentados em um café qualquer de Londres. De boina, cobrindo parte dos cabelos que chegam até os ombros, ele quase lembra a imagem eternizada de Che, não fossem os óculos de aros redondos, que se converteram em ícone para seu próprio rosto. Sem fazer pausas, ele reitera sua entrega total à música e de como a arte é uma necessidade vital. "I'm AN artist", ele diz, frisando o "an" como uma forma de reforçar que a arte se confunde com seu ser. Após uma intervenção minha, John menciona a viagem que fez com a filha a São Paulo. Lamenta a poluição e as enchentes do rio Tietê.
***
A essa hora (mais de 22h), esse é o pouco que eu consigo lembrar do sonho que tive com John na última noite. Semana que vem vocês vão entender melhor porque, exatamente, decidi compartilhar este "encontro" nonsense.
14 de set. de 2010
Otto fala
No último sábado (11), Otto lançou em BH seu disco "Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos". Conversei com o cantor sobre o show nesta matéria para o Pampulha e, logo abaixo, reproduzo a entrevista na íntegra, na qual tratamos de outros assuntos, relacionados à repercussão de seu último disco. Como vocês vão ver, Otto é puro otimismo e felicidade com sua condição de artista independente que consegue circular por ambientes mais atrelados ao mainstream.
Seu último disco, "Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos", foi apontado como sendo mais dramático, mais triste, em comparação com outros trabalhos seus. Você concorda com essas avaliações?
Ele é um disco bem melancólico, bem forte, mas é um disco pra frente, é uma coisa bem pura do ser humano. É muito mais uma esperança do que essa coisa da tristeza.
Você está com duas músicas em trilhas de novelas. "Crua", em "Passione", da Globo, e "Naquela Mesa" [Regravação de Sérgio Bittencourt], na Record. Você percebe alguma diferença na recepção do seu trabalho tendo músicas nas novelas?
Essa coisa do cabeça, do cult, do alternativo, do underground, está mudando. Eu achava, Desde o primeiro disco, eu achava que ninguém ia cantar e hoje todo mundo canta desde a primeira música do show. É uma vitória, porque é uma música inovadora, contemporânea e o resultado é que hoje, com 42, estou mais forte. Eu consigo ter um público forte, a música está mudando e eu venho evoluindo. Sou um comunicador, nasci para o palco, para o público.
Você concorre no VMB aos prêmios de Artista do Ano, Show do Ano e MPB. Que nível de importância você dá para essas premiações?
Todo mundo que é indicado por um veículo de comunicação é sempre bom. No meu caso, já ganhei revelação com o primeiro disco e agora estou nuns prêmios cascudos. Pra mim, que fiz esse disco independente, estar nessas categorias de gravadoras é uma vitória. Eu sou um azarão, o sonho americano. Americano, não, o sonho brasileiro! (risos). Eu sou um cara que vê contemporaneidade na minha cultura, que trabalha com a língua portuguesa. Quando você vê que uma pessoa dessas pode, é uma vitória. É bom até pro pego. Eu gosto de estar presente, não fiquei naquela de alternativo. Os prêmios estão mudando, a política está mudando. Não fiz política para participar de novela porque nem tinha gravadora. Foi a música que venceu.
Como vê esse seu enquadramento na categoria MPB?
Quando fui revelação na MTV [Otto ganhou o prêmio de artista revelação no VMB 1999], concorri com Maurício Manieri, Vinny e Pepê e Nenem. Eles eram muito rádio e eu ganhei. Ali já começou a mudar alguma coisa. Estava mostrando que é possível eu estar entre grandes artistas. Era tudo gravadora e eu vim com um disco louco, uma música louca e fiquei. O Samba pra Burro é um divisor de águas. Hoje, eu vejo que na MPB eu estou concorrendo com o Lucas Santana, o Diogo Nogueira, a Céu. Todo mundo novo, uma geração nova. Já competi com o Frejat e agora, quando olho para o lado, tem todos os meus amigos sendo premiados. É uma mudança e a MTV é boa como casa de música, foi um lugar que sempre abrigou a minha música. É uma alegria melhor ainda tocar ao vivo lá, que era meu sonho [Otto faz show no Vídeo Music Brasil, na próxima quinta, 16].
Você levou seis anos entre um disco de inéditas ("Sem Gravidade", 2003) e outro ("Certa Manhã"...). Já faz um ano desde o lançamento do “Certa noite...”. Acha que vai levar tanto tempo para lançar o próximo?
No final do ano quero começar a preparar. Ele vai sair no dia 11/11/2011 e vai se chamar "The Moon 1111". A data é porque tem um portal que se abre no dia 11/11. Tem a ver com os dígitos, eu não sei bem explicar, mas eu vejo esse disco como se fosse um portal meu, como se eu fosse abrir. Ele tem a ver com Truffaut, é espacial, tem que ir pro espaço.
Já tem algum material?
Tem umas burilações, umas coisas pequenas, mas eu vou fazer na hora. Tem a ver com Fahrenheit 451, do Truffaut. Tem que fazer na hora porque já queimaram a escrita. Está tudo na memória, como em Fahrenheit.
Pretende lançar esse novo disco indepente, como aconteceu com o trabalho atual?
Eu não espero que ninguém me compre. Quero fazer o meu trabalho e mostrá-lo, seja na internet ou onde for. De qualquer forma, há de existir público, independente de eu participar de uma gravadora. Se tiver alguém para acreditar na ideia, eu quero muito também, mas o que eu quero é fazer o meu trabalho. Construir sua máquina, trazer suas ferramentas, conceituar e fazer isso virar música. Isso é que é difícil.
13 de set. de 2010
O que tem que ser, será
"Everything is Everything
Everything is everything
What is meant to be, will be
After winter, must come spring
Change, it comes eventually
O que tornou Lauryn interessante, lá em meados dos anos 90, foi combinar a beleza e o poder vocal historicamente característico de grandes cantoras negras da música americana com a postura de palco e a capacidade rítmica dos MCs, em um universo predominantemente masculino e sexista. Com a voz bem menos encorpada que quando jovem, como muita gente já havia destacado a respeito das outras apresentações que fez no Brasil, no show aqui em BH, na última sexta (10), a cantora não conseguiu manter o nível do primeiro elemento da combinação de seu sucesso, cujo auge foi em 1998, com o seu único disco de estúdio "The Miseducation of Lauryn Hill". Mas não deixou nada a dever no segundo quesito.
Movimentando-se muito no pouco espaço que lhe sobrava no palco (dois guitarristas, baixista, baterista, DJ e duas backing vocals e tecladista, a "crew" da cantora, lotaram o palco), interpelando a banda e o público, e improvisando, Lauryn, ausente dos palcos e do showbiz há anos, lembrou quem estava no Chevrolet Hall porque ela saiu tão facilmente do papel de coadjuvante nos Fugges e se revelou como uma das grandes promessas do hip hop.
Como sabemos, sua condição feminina, que tornava tudo isso ainda mais singular e significativo, foi, ao mesmo tempo, o que impediu que essa promessa se concretizasse. Lauryn abdicou do trabalho para se dedicar ao filho Zion (hoje ele tem mais quatro irmãos), numa atitude que, provavelmente, muitas mulheres na mesma situação já se sentiram impelidas a tomar - ou culpadas por não tomar ou por não poder fazê-lo.
O quanto Lauryn se sente artística e pessoalmente satisfeita com essa decisão, só ela sabe. Quanto ao público, acho que deixamos de ganhar muito nesses anos todos em que Lauryn não produziu nada. Mas, ao mesmo, a julgar pelo show, não perdemos o que ela já tinha nos dado quando mais jovem, apesar das mudanças na voz e na imagem - da mocinha estilosa para a mãezona vestida em uma bata. Num universo como o do hip hop americano, que ainda insiste em colocar as mulheres apenas como objeto dos "pimps", já é muita coisa.
Curtas
O baixista tocou o show inteiro com uma mochila nas costas. Oi?
***
O público presente era uma fauna humana: gente do hip hop, do reggae, cults, patricinhas, playboys. Lauryn agrada, mesmo.
***
Os engenheiros de som vacilaram no início do show e permitiram que a microfonia desse as caras nas primeiras músicas.
***
As primeiras músicas do show ganharam uma roupagem mais rock 'n' roll, com direito até a solo de guitarra em X-Factor. Não ficou ruim, mas o que Lauryn sabe fazer é hip hop.
***
Assim como nas outras apresentações pelo pais, Lauryn demorou para subir no palco. Aqui, mais precisamente, ela atrasou 1h20min. Conforme apurou a colega de redação Soraya Belusi, o atraso se deveu à dificuldade na hora de escolher o figurino. Ok, Lauryn. Te entendo!
***
No YouTube há trechos do show da cantora aqui em BH.
10 de set. de 2010
The Johhny Cash Project
Já está dando sopa por aí faz um tempo, mas vale falar: The Johhny Cash Project é uma iniciativa que constrói colaborativamente um clipe para a música "Ain't no Grave", do Johnny Cash. Funciona assim: quem quiser, manda uma sequência de animação para o site, e o trabalho é então combinado com todos os demais que já foram enviados. Enquanto houver envio de animações, sempre haverá novas versões do vídeo, prometem os organizadores do projeto. Também dá para ver um vídeo diferente de cada vez "costumizando" a exibição, escolhendo o estilo de desenho (realista, abstrato) que se quer ver.
Vá lá: www.thejohnnycashproject.com
Vá lá: www.thejohnnycashproject.com
8 de set. de 2010
A novela Paul no Brasil
Fãs de Beatles em terras brasileiras certamente estão irrequietos nos últimos dias devido aos boatos de que Paul, finalmente, voltaria a se apresentar no país este ano - ele já tocou aqui em 90 e 93.
É claro que o meu desejo é que o boato se torne fato, mas a experiência me obriga a ser comedida a fim de evitar mais frustrações. Não é de hoje que, configurando uma novela, surgem notícias que especulam sobre a vinda do beatle canhoto ao país. Vejam só:
Capítulo 1
Há sete anos, em 2003, um jornal carioca afirmou que a prefeitura do Rio, a EMI e o próprio Paul haviam acertado um show na cidade. Ocorreria até 14 de junho do ano seguinte, na Enseada de Botafogo, gratuitamente.
Capítulo 2
O provável show de 2004 foi confirmado novamente naquele mesmo ano, mas com uma mudança de lugar: da Enseada de Botafogo para o aterro do Flamengo. Até uma passagem da novela Celebridade, na qual a personagem Maria Clara, uma produtora de shows interpretada por Malu Mader, viaja para Londres para negociar uma apresentação de Paul no Brasil foi usada como indício de que o músico estaria mesmo vindo ao país. Céus!
Capítulo 3
Em meados de 2008, quando começaram a surgir notícias de uma nova turnê de Paul, uma nova vinda do músico ao país foi cogitada.
Capítulo 4
No ano passado, durante os preparativos para a festa dos 50 anos de Brasília, que viria a ocorrer em abril deste ano, o ex-governador do Distrito Federal, Paulo Octávio, revelou que negociava a vinda de Paul para a comemoração. Ele se apresentaria na Esplanada dos Ministérios, gratuitamente. Se você acompanha o noticiário de política, sabe que a promessa afundou junto com toda a cúpula do governo do DF, que naufragou no barco do mensalão do DEM.
Capítulo 5
Poucas semanas depois de o governo do DF criar expectativas nos fãs de Beatles, o site SoungKick nos fez acreditar que a coisa era melhor do que parecia. Paul não se apresentaria apenas em Brasília; faria shows também no Rio, em São Paulo, Curitiba, Recife e BH.
Capítulo 6 - The final one?
Nesta semana, Lúcio Ribeiro - o jornalista antecipador oficial de shows estrangeiros no país, disse que Paul estaria preparando uma turnê sul-americana. Dias depois, o Clarín afirmou que o ex-beatle faria dois shows na Argentina, nos dias 14 e 15, e também passaria por Brasil, Chile e Peru. Até agora, o site de Paul não confirma nada.
Aguardo cenas dos próximos capítulos. Quem mais?
31 de ago. de 2010
Quem são os Jolly Boys?
Nos últimos dias, recebi via Twitter e Facebook links que direcionavam para o vídeo de uns senhores super simpáticos fazendo uma versão bem calminha de "Rehab", da Amy Winehouse. Gostei e fui atrás de mais coisa sobre eles. Fiz uma descoberta ótima: os Jolly Boys.
A banda, original de Port Antonio, na Jamaica, foi fundada na década de 1950 e é uma das precursoras do mento, ritmo local surgido no século XIX com instrumentos acústicos. Mesmo passando por mudanças na formação ao longo desses 60 anos, a banda nunca deixou de se apresentar ao vivo. Em 2008, o proprietário de um hotel em Port Antonio, onde os Jolly Boys são a banda residente, decidiu produzir um novo álbum da banda, "Great Expectation", que traz versões mento para sucessos do pop rock mundial, dentre elas "Rehab", "Blue Monday", do New Order, "Perfect Day", do Lou Reed, dentre outras.
No site da banda, há um minidocumentário contando sua história e áudios antigos em streaming. Uma busca no You Tube também retorna alguns vídeos do grupo.
Seriam os Jolly Boys o novo Buena Vista Social Club?
27 de ago. de 2010
De graça
Zeca Baleiro prepara o lançamento de dois novos discos, "Trilha", uma coletânea de suas composições que serviram de trilhas para o cinema e espetáculos de dança, e "Concerto", registro de um show feito em março deste ano. Para adiantar as coisas, o cantor e compositor liberou o download de quatro faixas, duas de cada disco. Tem ainda outros "brindes", como o download do vídeo de "Toca Raul", acima.
É só passar no site do Zeca.
26 de ago. de 2010
A César o que é de César
Li ontem (25) no New York Times que um certo senhor chamado George David Weiss, compositor norte-americano, falecera. Ao ler o texto, comecei a pensar sobre como esse mundo pop pode ser, em partes, injusto. Não é novidade reconhecer a força da interpretação de Louis Armstrong para "What a Wonderful World" e a versão definitiva que Elvis deu para "I Can't Help Falling in Love", mas raramente se pergunta quem deu vida aos versos dessas músicas.
Obrigada New York Times, por diminuir minha ignorância e dar a César o que é de César - ou melhor, dar a Weiss o que é de Weiss.
"I Can't Help Falling in Love", composição de Weiss de 1961
"What a Wonderful World", composição de Weiss de 1967
"The Lion Sleeps Tonight", composição de Weiss de 1961
23 de ago. de 2010
Aquecimento Lauryn Hill
"Repercussions", música inédita de Lauryn Hill depois de um intervalo de 11 anos sem material novo, caiu na rede dia desses. Bem a tempo de entrar para o aquecimento para os shows que a cantora faz por aqui mês que vem (dia 3 em Florianópolis, dia 6 no Rio, dia 7 em São Paulo, dia 10 em BH e dia 12 em Brasília).
20 de ago. de 2010
Uma bobagem
Só eu acho que, nesta foto de 67, usada para a capa da Bravo! deste mês, o Caetano está a cara da Zélia Duncan?
18 de ago. de 2010
I met the Walrus
Nunca é tarde para descobrirmos coisas legais. Dia desses, fazendo uma pesquisa no Google para uma pauta sobre animação, descobri o curta "I met the Walrus". Produzido em 2007, ele é uma animação produzida a partir de uma entrevista que John Lennon deu em 1969 para o canadense Jerry Levitan, então um adolescente de 14 anos que, ao descobrir que John e Yoko estavam hospedados em Toronto, matou aula para ir até o hotel onde o casal estava, bateu de quarto em quarto até encontrá-los e, com seu gravador, registrou 40 minutos de conversa com os dois.
Os pouco mais de cinco minutos do curta abarcam apenas falas de John que, nos trechos selecionados, fala de sua aversão à guerra e a necessidade de engajamento de todos na causa pacifista, dentre outros assuntos relativos aos Beatles. A animação segue o fluxo da fala de John, operando como uma materialização de seu pensamento.
Os pouco mais de cinco minutos do curta abarcam apenas falas de John que, nos trechos selecionados, fala de sua aversão à guerra e a necessidade de engajamento de todos na causa pacifista, dentre outros assuntos relativos aos Beatles. A animação segue o fluxo da fala de John, operando como uma materialização de seu pensamento.
16 de ago. de 2010
A matemática do Rock in Rio
Hoje o jornal O Globo publicou uma reportagem mostrando como, nos últimos anos, os preços dos ingressos de shows internacionais subiram muito mais que a inflação e o dólar. Vale a leitura completa, mas vou resumir o que me interessa para este post.
O ponto de referência é o ano de 2001, quando foi realizado o último Rock in Rio no país. Naquela edição do festival, os ingressos custaram R$35. Segundo o texto, com o valor reajustado pela inflação do período 2001-2010, que foi de 84,78%, as entradas deveriam custar hoje R$64,67.
Como o texto foi publicado antes da coletiva de imprensa dada hoje à tarde pela organização do Rock in Rio (para tratar da edição do ano que vem, aqui no Brasil), ele não faz comparações com os valores de ingressos anunciados na entrevista. Resolvi, então, fazer as contas.
O valor previsto para os ingressos da próxima edição é R$180, 414% mais caro. A não ser que o país volte a viver uma totalmente improvável onda inflacionária, semelhante à dos anos 80, esse é um aumento, no mínimo, irreal. E ainda querem engalobar o público com shows de Pitty, Capital Inicial e NX Zero, gente que toca sempre em todo o Brasil, por muito menos.
O ponto de referência é o ano de 2001, quando foi realizado o último Rock in Rio no país. Naquela edição do festival, os ingressos custaram R$35. Segundo o texto, com o valor reajustado pela inflação do período 2001-2010, que foi de 84,78%, as entradas deveriam custar hoje R$64,67.
Como o texto foi publicado antes da coletiva de imprensa dada hoje à tarde pela organização do Rock in Rio (para tratar da edição do ano que vem, aqui no Brasil), ele não faz comparações com os valores de ingressos anunciados na entrevista. Resolvi, então, fazer as contas.
O valor previsto para os ingressos da próxima edição é R$180, 414% mais caro. A não ser que o país volte a viver uma totalmente improvável onda inflacionária, semelhante à dos anos 80, esse é um aumento, no mínimo, irreal. E ainda querem engalobar o público com shows de Pitty, Capital Inicial e NX Zero, gente que toca sempre em todo o Brasil, por muito menos.
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