5 de jan. de 2011
By Priscila Brito on janeiro 05, 2011
Não me esqueço de um senhor que estava na minha frente no show do Paul. Em um setor do estádio cujo ingresso custou R$600, lá estava ele, durante as três horas de apresentação: braços esticados, câmera apoiada entre as mãos, gravando tudo. Mas, tenho certeza, ele não viu nada. E não viveu nada.
Ficou o registro tremido e o áudio abafado do show, igual a tantos outros que abundam no YouTube, e passou em branco a oportunidade de viver a experiência única de estar lá e ver, literalmente, com os próprios olhos (e não através do pequeno visor da câmera, com o olhar preocupado em acertar o enquadramento), o que se passava no palco. Afinal, em um show que é idêntico em todo e qualquer canto do mundo, o que faz ele ser diferente e especial é justamente sua presença e envolvimento.
Junto com este senhor, são milhares que, show após show, se deixam acometer por essa síndrome da fotografia-mania e da filmagem-mania. Cuidado. No afã de fazer o registro, você congela o momento, mas perde o calor do instante.
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