Maria Bethânia, como muitos que circulam por essa terra sem lei chamada internet devem saber, apresentou projeto ao Ministério da Cultura para criação de um blog ao custo de R$1,3 milhão. A ideia é postar, diariamente, vídeos nos quais ela declama poesias. Em tempos de Blogger, Wordpress e Tumblr, muita gente chiou. Por que todo esse montante é necessário se tanta gente posta faz blogs e vídeos de graça, a torto e a direito?
Obviamente, houve também quem defendesse a ideia e tentasse pôr freios nas críticas. De fato, como alguns defensores do projeto argumentaram, o Ministério da Cultura não repassou este valor à equipe do projeto, apenas autorizou que a quantia fosse captada junto a empresas (que teriam o valor dedudzido do imposto de renda). Nesse sentido, não há garantia de que se obtenha o dinheiro, principalmente depois do furdunço gerado pelo projeto - imagino que muitas empresas hesitariam em associar seu nome ao controverso blog.
Mas, e se os R$1,3 milhão previstos forem captados? Seguindo à risca o que consta no relatório do projeto, chegamos ao X da questão (ao meu ver):
1) R$600 mil seriam pagos ao diretor artístico (Bethânia, conforme especificado em trecho do relatório)
2) R$120 mil seriam pagos ao coordenador do projeto
3) R$120 mil seriam pagos ao coordenador editorial
Desconsiderando a dificuldade de diferenciar essas três funções, que se sobrepõem umas as outras, R$840 mil, o equivalente a 64%, iriam direto para o bolso de três pessoas. Ou, em outras palavras, mais da metade do dinheiro não seria usada para a execução direta do blog.
Alguém pode pensar: "mas ninguém trabalha de graça, certo?". Certo, mas a essa altura do campeonato os envolvidos no projeto (Bethânia, Andrucha, Hermano Vianna) já têm suas carreiras consolidadas, respeitadas, reconhecidas e são muito bem remunerados pelo que fazem. Não dependem do blog como fonte primária de renda. Ponto.
17 de mar. de 2011
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