Tão vasta quanto a produção de Roberto e Erasmo Carlos - são cerca de 500 composições juntos - parece ser a predileção dos fãs da dupla por sua obra. Foram 20 músicas diferentes citadas pelos dez entrevistados do Pampulha. Entre as apontadas, hits da Jovem Guarda, sucessos românticos e exemplares religiosos, que resumem a diversidade da produção da dupla.
No primeiro lugar, com quatro votos, a influência clara da soul music nos anos 1970, com "As Curvas da Estrada de Santos", divide a preferência com "Detalhes".
"Por causa de ‘As Curvas...’, fiz até uma viagem para Santos, só para conhecer a estrada. Fiz questão de pegar o carro e ir dirigindo", revela Ivo Faria, chef do restaurante Vecchio Sogno. "Detalhes" também ganha o topo, na condição de um dos marcos da fase romântica de Roberto. "É como `Carinhoso´ (Pixinguinha), você ouve os acordes e já reconhece, não precisa nem cantar", justifica o historiador Paulo César de Araújo, autor da biografia "Roberto Carlos em Detalhes".
Na sequência, com três votos, "Quero que Vá Tudo pro Inferno". "Se tem uma música que consolidou Roberto, Rei da Juventude e nome principal da Jovem Guarda, é esta. É de modernidade e rebeldia na dose exata. Naquele ano (1965), a dupla Roberto e Erasmo fez tanto sucesso no Brasil quanto Beatles (‘Help’) e Rolling Stones (‘Satisfaction’)", observa Milton Luiz, subeditor do Pampulha.
A fase religiosa garantiu, com dois votos, o terceiro lugar, com "Nossa Senhora", oração em formato de canção. "Apesar de não seguir a religião católica, me sinto muito bem escutando esta música. Se colocar um desses padres cantores e o Roberto, acho que ele canta com mais sentimento", garante Ana Lúcia Damasceno, designer de jóias.
Ainda que em seus discos Erasmo também tenha gravado músicas assinadas com Roberto, a preferência do público aponta para as canções popularizadas pela voz do amigo. Para Paulo César de Araújo, Roberto é rei, mas sua história não se separa da de Erasmo. "O Roberto é o cantor mais popular da música brasileira e o Erasmo não pode acompanhar isso. Mas, como parceiro e amigo, ele é fundamental por causa do equilíbrio que traz. Talvez a obra do Roberto seria muito mais melosa e não teria tantas nuances se não fosse Erasmo", conclui.
*Texto publicado na edição de 2/04 do Jornal Pampulha.
5 de abr. de 2011
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