Morreu no último domingo, aos 94 anos, segundo informaram hoje (20) seus representantes o designer gráfico norte-americano Alex Steinweiss (à direita). Ele criou a capa de disco nos anos 1930, ao estilizar as embalagens dos LPs, até então papéis pardos monótonos cuja única função era proteger os discos.
Parafrasenado aquele cara que dizem ter ido à Lua, foi um pequeno passo para um homem, mas um grande passo para o mundo da música. Com o vasto universo iconográfico que se constituiu a partir da criação de Steinweiss, a música popular ganharia um forte aliado no seu processo de consolidação como principal produto da indústria cultural, justamente num século em que a imagem se mostrou tão poderosa na comunicação de valores e ideias.
Abaixo, em cinco flashes, um resumo mais que resumido (e bastante pessoal) da história que Steinweiss começou.
Tédio. Antes de Steinweiss, era tudo assim. Alguém consegue decifrar de quem é esse disco?
Singularidade. Quando Steinweiss resolveu levar o design para a música, cada disco ganhou uma capa pra chamar de sua. Acima, primeira capa feita pelo designer, para o disco Smash Song Hits, da dupla Rodgers & Hart, de 1939.
Identificação. Em tempos de domínio do rádio e pré-MTV, era a capa quem apresentava o artista. Roberto Carlos faz pose, em 1964, para seu terceiro álbum, "É proibido fumar".
Referência. Uma certa banda inglesa - sim,
aquela -, contribuiu para elevar a capa de disco ao status de ícone ao estampar um disco já revolucionário com uma imagem sem precedentes e
largamente copiada nos anos que sucederiam o histórico 1967.
Repercussão. Já estabelecidas como elemento integrante do disco, as capas, não raras as vezes, se sobrepuseram, de uma forma ou de outra, à música que ajudavam a divulgar. Uma das mais recentes polêmicas foi a capa de "My Beautiful Dark Twisted Fantasy", de Kanye West, censurada nos EUA no ano passado.