Uma única estrela enfeita o bumbo da lendária Ludwig que Ringo Starr usa ao vivo. Mas o nome do show que o ex-baterista dos Beatles apresenta em Belo Horizonte nesta quarta-feira (16), no Chevrolet Hall, trata de espantar qualquer possibilidade de "propaganda enganosa". "Ringo Starr and His All Starr Band" deixa bem claro: todos no palco são considerados astros.
Os fãs de Beatles que assistiram Paul McCartney destrinchar exclusivamente suas composições feitas para sua ex-banda e sua carreira solo vão se deparar com um formato diferente de show na apresentação da segunda metade viva dos rapazes de Liverpool no Brasil. Este não será somente um show de Ringo. No palco, "com uma pequena ajuda dos amigos", ao longo do show ele divide o repertório com cada um dos músicos de sua banda, que também executam sucessos de suas carreiras.
Diversão
Ringo mantém este formato desde 1989, ano em que voltou a fazer turnês com regularidade. Criado com o intuito de simplesmente reunir alguns amigos no palco em nome da diversão, desde então a All Starr Band abrigou uma constelação. Já são11 formações diferentes, pelas quais passaram membros de importantes bandas do rock, como The Who, Byrds, Cream, Animals, Kinks e Emerson, Lake and Palmer. A formação atual está com Ringo desde o ano passado. Não é a mais estrelada de todas, mas vai despejar alguns hits conhecidos do público brasileiro (veja quadro abaixo).
"Vi um show do Ringo em 1998. Foi um super show, num lugar antológico em Londres, e o George estava no backstage. Nessa época, a banda dele tinha o Jack Bruce, do Cream, e o Peter Frampton. Em termos de comparação, acho aquela formação melhor que a de hoje, mas tudo vai ser relevado pela presença do cara ali. Até porque ele sempre foi o beatle que representava a alegria. Um beatle é sempre um beatle", conta o músico Aggeu Marques.
Nos shows que já fez até o momento em sua turnê latino-americana, que já passou por México, Chile e Argentina, Ringo tem alternado composições de sua carreira solo com músicas dos Beatles. Do período com os Beatles, "Yellow Submarine", "With a Little Help For My Friends" e "Boys" têm sido presença constante. Da fase pós-Beatles, "It Don´t Come Easy" e "Back of Bugaloo" são recorrentes no repertório.
Equilíbrio
"É um show imperdível para quem curte o Ringo e os Beatles porque a cada dia que passa ele prova mais e mais o seu valor como baterista. O Ringo é um cara muito querido e era considerado o ponto de equilíbrio dos Beatles", afirma Beto Arreguy, vocalista e guitarrista da banda Hocus Pocus, que também teve a oportunidade de ver Ringo no exterior.
Uma citação ao ex-companheiro de banda John Lennon também é praticamente presença certa nos atuais shows de Ringo: "Give Peace A Chance", também cantada por Paul McCartney em sua turnê. Na ausência de John, Ringo tem sido o beatle que mais fala de paz. A propósito, além dos sucessos, o público certamente ouvirá, no Chevrolet Hall, durante todo o show, Ringo pronunciar seu atual mantra: peace and love peace and love.
Ringo Starr and His All Starr Band
Quarta-feira (16). Chevrolet Hall (avenida Nossa Senhora do Carmo, 230). Ingressos: R$240 (somente inteira, no 5º lote). Infomações: 3209-8989
*Matéria publicada na edição de 12/11 do Jornal Pampulha