3 notas sobre a morte de David Bowie

O que eu trouxe na bagagem da Colômbia

A(s) pergunta(s) que eu não fiz para Steve Aoki

31 de jan. de 2012

Para quem esteve em  Saturno nos últimos dias e não sabe, o jornal O Tempo revelou que o presidente da câmara de BH, Leo Burguês, utilizou parte da verba indenizatória, por mais de um ano, para comprar lanches no buffet da madrasta. Atento à repercussão do caso, o compositor Flávio Henrique escreveu uma marchinha fazendo troça do caso, batizada de "A Coxinha da Madrasta".

Tão logo virou hit e se espalho na internet, sinhozinho Burguês acionou seu advogado para que Flávio retirasse a gravação da internet, num ato de duplo anacronismo: pela tentativa de censura e por achar que as coisas somem da internet. Não, não somem. É como rabo de lagartixa, você corta e nasce outra vez. Multiplicado. E a proibição mal-sucedida só fez tudo ficar mais gostoso.

O fato é que a marchinha foi inscrita em um concurso realizado pela Banda Mole e está entre as dez finalistas - de um total de 52 enviadas. No próximo sábado, 4, quando ocorre o baile e a decisão, um juri vai escolher as três melhores e o público decidirá a vencedora.  "A Coxinha da Madrasta" deve sagrar-se vitoriosa. A julgar pelos comentários na página do baile, ninguém quer cantar outra coisa no carnaval de rua da cidade - que vem sendo revitalizado, ao contrário dos planos do Burguês, que disse querer transformar a cidade em um local de retiro espiritual.



30 de jan. de 2012

Está no ar o site do projeto "Que Bloco É Esse?", iniciativa da Petrobrás que pretende valorizar e aproximar de um público mais amplo os blocos afro de Salvador. Para tanto, promoveu o encontro entre quatro blocos e artistas de linguagem pop diferenciadas. A parceria de Criolo com o Ilê Ayiê, mais antigo bloco afro da capital baiana, abre o projeto. Nas próximas semanas, serão divulgadas as músicas gravadas por Nação Zumbi e Muzenza, Emicida e Malê de Balê e Preta Gil e Cortejo Afro. Documentários sobre esses blocos e registros de seus desfiles também integram o projeto e vão ser divulgados em breve.

Vá lá: http://www.petrobras.com.br/queblocoeesse/

25 de jan. de 2012

Carlinhos Brown e Sérgio Mendes foram indicados ao Oscar de Melhor Canção Original por "Real in Rio", faixa que abre a trilha sonora da animação "Rio". Abaixo, o vídeo com a canção. Quem quiser ir além, toda a trilha está disponível em streaming na Rádio Uol. A maior parte das músicas é de canções compostas originalmente para o filme, mas há clássicos da música brasileira para gringo ouvir, caso de "Samba de Orly" (interpretada por Bebel Gilberto) e "Mas Que Nada".

23 de jan. de 2012

A campanha "Paul, vem falar uai", que pretende mobilizar o público e produtores para trazer Macca a BH, e da qual faço parte da "cúpula" organizadora, segue caminhando. Mais de mil pessoas aderiram à ideia no Facebook - por enquanto. Estado de Minas e Rede Minas noticiaram. Agora, o convite foi formalizado pelos próprios fãs em vídeo que manda a mensagem de forma bastante objetiva para o Sir: Paul, come to Belo Horizonte. Uai not, Paul?

Saiba mais e curta a página da campanha no Facebook: tinyurl.com/paulvemfalaruai




19 de jan. de 2012


Amiga e biógrafa de Elis Regina, a jornalista Regina Echeverria se surpreende ao perceber que se passaram três décadas da morte da cantora. "Trinta anos te dá uma dimensão de um tempo muito grande. E você toma um susto quando fala trinta anos. Já são três gerações. Pra mim, parece que ela está viva ainda", comenta a jornalista.

Na memória, ao menos, Elis, morta aos 36 anos, ainda está aí. Já nos anos 1970 Miele a taxava de "a primeira, a segunda e a terceira cantora do Brasil" e afirmações desse tipo não mudaram muito desde então. Elis ainda é considerada a melhor cantora do Brasil, sem hesitação, pelo menos por aqueles que conviveram e trabalharam com ela, ouvidos pelo Pampulha. Ninguém se arrisca a dizer que a cantora é insuperável, mas também não há quem conteste o consenso firmado ao longo desses anos. "É só ouvir os discos dela para confirmar isso. Mas nada é insuperável. Seria uma temeridade dizer isso", pondera o musicólogo Zuza Homem de Mello.

O resultado é que Elis se faz presente hoje mais até que 20 anos atrás, quando se completou uma década de sua morte. "Nos primeiros dez anos talvez ela tenha sido menos lembrada", compara Regina. Essa presença surpreende um dos filhos de Elis, o primogênito João Marcello Bôscoli, que um dia chegou a duvidar da permanência da mãe na memória do país. "Eu não imaginava que 30 anos depois houvesse tanta presença dela. Havia quase que uma preocupação minha. Eu me perguntava se num país que não tem exatamente como hábito cultuar suas estrelas: será que um dia a Elis vai ser uma artista que poucas pessoas vão conhecer?", confessa. Ele atribui ao uso da obra da mãe pelos veículos de comunicação um dos responsáveis pela persistência de Elis na memória do público brasileiro.

Tendo sido uma cantora que nasceu e se firmou na televisão (como certa vez observou Caetano Veloso), começando pelo festival da TV Excelsior, em 1965, quando cantou "Arrastão", e passando para a TV Record, no programa "Fino da Bossa, entre 1965 e 1967, ao lado de Jair Rodrigues, Elis lá permaneceu. Conforme lembra João, a cantora é figura recorrente em trilhas sonoras de novelas. Só no ano passado foram três: "20 anos Blues" em "Insensato Coração", da Globo, "Preciso Aprender a Ser Só", em "Amor e Revolução", do SBT, e "Aprendendo a Jogar", em "Vidas em Jogo", da Record. Desde a década de 1970, cerca de 40 novelas e séries incluiram músicas gravadas pela cantora em suas trilhas.

Maria Rita
Para os mais jovens soma-se ainda o "fator Maria Rita", ressalta João. "O aparecimento da Maria Rita foi um momento indiscutivelmente forte na trajetória da Elis. A gente percebe por pesquisas que ela apresentou a Elis para uma outra geração", comenta.

Ser lembrada como uma grande cantora já era predestinado para quem tinha naturalidade ao cantar, segundo quem a viu de perto e ao vivo, como o radialista Tutti Maravilha, amigo íntimo de Elis, a quem chama de "comadre". "O irmão dela tinha cabelo lisinho igual de índio e ela brincava: ‘Rogério, eu não tenho cabelo liso, mas eu canto!’. Pra Elis, cantar era como respirar. Ela soltava a voz e simplesmente cantava", afirma Tutti, que diariamente toca duas músicas de Elis em seu programa na Inconfidência FM.

Elis gravaria três de Telo
João Bosco, Belchior, Renato Teixeira, Ivan Lins. É grande a lista de compositores que Elis Regina ajudou a revelar para a música brasileira. Para o musicólogo Zuza Homem de Mello, esta é a principal referência deixada pela cantora. "Ela sempre estava à procura de novos compositores pro seu repertório e sabia escolhê-los e transformá-los de desconhecidos em ídolos nacionais", observa. Se estivesse viva, estaria fazendo o mesmo, ele opina. "Em Minas há muita gente que ela teria capacidade de descobrir, como o Kadu Vianna", sugere.

Mineiros sempre estiveram no repertório de Elis, caso de Milton Nascimento ("Maria Maria"), Lô Borges e Ronaldo Bastos ("Trem Azul") e Márcio e Telo Borges ("Vento de Maio"). Enquanto selecionava repertório para o sucessor de seu último disco de estúdio, "Elis", de 1980, pensou em incluir mais Minas eu seu repertório, segundo o compositor Telo Borges. "Mandei uma fita com umas dez músicas minhas. A gente trocou cartas e em uma delas ela falou que ia gravar no mínimo três músicas. Ela tinha me garantido isso e aí teve aquela fatalidade". Ainda inéditas, as músicas escolhidas por Elis eram "Alma de Borracha", "Quando Alguém me Abraça", ambas em parceria com o irmão Márcio, e "Sentimento".

*Reportagem publicada na edição de 7/01/2012

18 de jan. de 2012


Vida e obra de Elis Regina podem em breve ganhar um espaço permanente de exposição. Espécie de museu ou memorial, o espaço deve abrigar todo o acervo da exposição que vai correr algumas capitais do país a partir de abril, dentro do projeto Viva Elis, capitaneado pelo filho da cantora João Marcello Bôscoli.

"A ideia é ter um espaço permanente de exposição. Eu tenho uma propriedade em São Paulo onde eu poderia fazer isso, mas tem cidades disponibilizando espaços próprios também. No transcorrer desse processo a gente pode ter a chance de escolher um lugar, mas na pior das hipóteses a gente vai fazer num imóvel próprio. Será um local para visitação, mas também com possibilidade de ter aulas de música para manter o espaço vivo", antecipa.

Muito antes de concretizar a ideia, porém, João finaliza o projeto Viva Elis, que além da exposição, também inclui apresentações de Maria Rita, nas quais a cantora interpretará o repertório da mãe, um documentário e um livro. Mais que uma lembrança dos 30 anos da morte de Elis, o projeto é um trabalho de fortalecimento da memória da cantora, garante João. Tudo acontece no ano da efeméride, mas o pontapé inicial do projeto será somente em março, mês de aniversário de Elis. Mais precisamente, tudo começará com o show de Maria Rita em São Paulo no dia 17 de março, data de nascimento da cantora. "O hábito de comemorar as efemérides transcende a minha vontade. É um hábito humano. Quero fazer uma homenagem bonita. O dia da morte não é exatamente um dia feliz pras pessoas, já o nascimento é uma data mais solar, mais alegre", comenta.

Depois de São Paulo, o show de Maria Rita vai passar por Rio de Janeiro, Recife Porto Alegre e BH, sempre em locais públicos e entrada gratuita. Por aqui, a apresentação deve ocorrer em abril ou maio, segundo a produtora Malab, que organizará o show na cidade.

Exposição
Pelas mesmas capitais, também começando por São Paulo, em abril, vai passar a exposição que vai contar a trajetória pessoal e profissional da cantora. A entrada será gratuita. Há a possibilidade de outras cidades receberem a mostra em 2013, segundo João.

Multimídia, a exposição terá material de jornais, rádio e TV e muitas fotografias, retiradas de um acervo de cerca de 9.000 imagens. Parte desse material vem de doações de fãs. "Uma pessoa que acompanhou a Elis por muito tempo nos procurou. Ela tem todos os ingressos dos shows que a Elis fez e fotos que ela tirou por conta própria", revela. Uma gravação em super oito de parte da última apresentação da cantora no Rio de Janeiro também faz parte desse material cedido por anônimos.

Site terá "extras"
Em abril, simultaneamente à abertura da exposição dedicada a Elis Regina, em São Paulo, o projeto Viva Elis ganhará um site que vai abrigar material extra.

O "pacote" do projeto inclui ainda um livro que costura depoimentos de gente que fez parte da vida de Elis com declarações da cantora, contextualizando fatos históricos e de sua carreira. "Queremos que seja um livro de consulta", explica João Marcelo. O livro está sendo escrito por Allen Guimarães, "um estudante de 34 anos. É o olhar de uma outra geração". A obra será distribuída em escolas e bibliotecas públicas, mas João afirma que editoras já manifestaram o interesse de publicar o livro para comercialização. Está em fase de produção também um documentário sobre a cantora, que integrará a exposição. Com direção de Daniela Baranzini, da TV Cultura, terá dezenas de depoimentos, como o do radialista Walter Silva, o Pica-Pau, e Milton Nascimento.



*Reportagem publicada na edição de 7/01/2012 do Jornal Pampulha

17 de jan. de 2012



A autobiografia de André Midani, um dos principais executivos da indústria fonográfica brasileira, está disponível para download. Foi o próprio Midani quem decidiu colocar online "Música, ídolos e poder - Do vinil ao download", depois do livro ter sido retirado do mercado por ordem judicial.

É possível baixar o livro por capítulos ou em sua íntegra.

Vá lá: http://andremidani.blogspot.com/

16 de jan. de 2012

"Figaro... Figaro... Figaro! Figaro! Figaro!". "O Barbeiro de Sevilha", ópera composta pelo italiano Rossini no século XIX, é um hit dos desenhos animados. Um dos episódios mais famosos do Pica-Pau, por exemplo, é justamente aquele em que personagem canta uma das árias da ópera. É também o que normalmente se associa à ópera em questão quando o assunto é cultura pop. Mas Pernalonga e Tom & Jerry também já se valeram da composição para fazer uma graça. Para rir e ouvir o trecho mais conhecido da ópera três vezes:



11 de jan. de 2012

Bateu um vazio

Tumblrs, em sua maioria, são engraçadinhos, descolados, críticos, debochados. O Live! I see dead people é o primeiro tumblr triste com o qual me deparo. A proposta da página é reproduzir capas de discos retirando da imagem original os músicos já falecidos. Uma ideia simples, executada na base do photoshop e genéricos, mas um choque de realidade, um sentimento de vazio.

A fotografia imortaliza. "Só que não", gritam em tom "memeistíco" as interferências feitas nas capas. Aí sua ficha cai e você se lembra que só sobrou um quarto dos Ramones. Metade dos Beatles. E nada de Elvis ou Jeff Buckley. Para sofrer um pouquinho é só visitar http://liveiseedeadpeoples.tumblr.com/

10 de jan. de 2012


Ainda é janeiro, mas já se esboça uma considerável agenda cultural para BH neste ano. Abaixo, algumas das atrações que já estão confirmadas (ou sendo negociadas) para passarem pela cidade nos próximos 12 meses. As informações são resultado de apuração que fiz para o Jornal Pampulha de 7/01.

A reportagem também aborda os novos espaços que a cidade ganha este ano para abrigar eventos culturais: o estádio Independência, o Centro Cultural Banco do Brasil e o Centro de Arte Popular Cemig. Leia aqui.

Janeiro
6 Campanha de Popularização do Teatro e da Dança (até 4/03)
8 David Guetta
12 Verão Arte Contemporânea (até 12/02)
19 Cirque du Soleil (até 12/02)
22 James Blunt
26 Bruno Mars
28 Fatboy Slim

Fevereiro
3 Beth Carvalho

Março
1 Orquestra Filarmônica de Minas Gerais (abertura da temporada 2012)
9 a 11 “Sem Pensar” (com Denise Fraga)
31 Joe Cocker
Espetáculo “Arlecchino servitore di due padroni”
Mostra De Chirico

Abril
13 a 15 “O Libertino” (com Cássio Scapin)
27 Roger Hodgson
Festival Cidade Eletronika (pode ocorrer em maio)
Maria Rita (pode ocorrer em maio)
Mostra Caravaggio e os Caravaggescos
Virsky – Balé Nacional da Ucrânia

Maio
13 Crosby, Stills & Nash
18 a 20 “Palácio do Fim” (com Vera Holtz)
19 e 20 Los Hermanos

Junho
Alvin Ailey II – American Dance Theatre
Festival Saci (Sociabilização, Arte e Cultura na Infância)
Ópera "Otello", do Teatro Regio di Parma

Julho
Ballet alla Scalla de Milão

Agosto
3 a 5 “Maria do Caritó” (com Lilia Cabral)

Setembro
Inhotim: Inauguração das galerias Tunga, Lygia Pape, Claudia Andujar e Olafur Eliasson
Nuevo Ballet Español

Outubro
11 a 14 “Gonzagão” (musical de João Falcão)
Balé de Monte Carlo

Novembro
The Giacomo Variations (com John Malkovich)

Mês a definir
Festival Eletronika
Alice no País das Maravilhas (novo espetáculo do grupo Giramundo)

A confirmar
Música
Barão Vermelho (turnê de comemoração dos 30 anos da banda)
BH Music Station
Marisa Monte
Ney Matrogrosso
Roberta Sá

Teatro
“A Lua Vem da Ásia” (com Chico Diaz)
Hell (direção de Hector Babenco)
“A propósito de Srta. Júlia” (com Alessandra Negrini)
“Tim Maia – Vale Tudo, o musical”
“Romeu e Julieta” (Grupo Galpão)





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