Partindo dos 70 anos de Bob Dylan e do Paul, o Guardian publicou dia desses um artigo em que atribui um novo status ao rock: música do envelhecimento. Além da idade avançada de dois de seus grandes medalhões, o texto faz referência a um trecho da entrevista de Paul à Rolling Stone EUA na edição de fevereiro, no qual ele chama o pessoal do Foo Fighters (cuja média de idade dos membros é de 43 anos) de "kids" (garotos). Em suma, tenta mostrar que quem faz rock hoje não é mais gente tão nova assim como o foi desde o início.
O fato é que, quanto mais o tempo passa, mais distante e frouxa fica a mola propulsora do rock lá nos anos 1950: já não é tão necessário assim meter o pé na porta para externar a rebeldia e o desejo . Os jovens hoje são mais livres, a educação é mais flexível, a adolescência já é uma faixa etária reconhecida e percebida e o mundo já aceitou que os adolescentes são "rebeldes" por natureza (até certo ponto).
As rugas de Paul, Dylan e seus 70 anos nas costas reforçam a ideia de que toda aquela magia que transitou entre os anos 1950 e 1970 pertence mesmo ao passado, apesar da perenidade de suas obras musicais. E o rock passou de transgressor a música "séria", estudada como fenômeno social pela academia, executada por orquestras e alguns de seus principais representantes alçados a grandes gênios do século XX (mais uma vez, Dylan e Paul, ao lado dos Beatles, servem como exemplo).
Só fico imaginando se ainda é possível assistirmos a um fenômeno semelhante nos próximos anos. Arrisco que não. Com a influência do mercado musical amortecida pela despolarização, pluralidade e efemeridade que a internet traz, fenômenos com essa uniformidade e perenidade parecem não ter mais tanta expectativa de vida. A internet ganha muitos pontos em abrangência, mas também impõe certa transitoriedade.
Enfim, o rock amadureceu até aquele ponto em que não dá mais para esconder a idade. Até aquele ponto em que o ritmo do tempo é um para o envelhecido e outro bem mais rápido para o mundo ao seu redor. E isso não é saudosismo ou lamentação. É só constatação. A vida segue e a música também.
O fato é que, quanto mais o tempo passa, mais distante e frouxa fica a mola propulsora do rock lá nos anos 1950: já não é tão necessário assim meter o pé na porta para externar a rebeldia e o desejo . Os jovens hoje são mais livres, a educação é mais flexível, a adolescência já é uma faixa etária reconhecida e percebida e o mundo já aceitou que os adolescentes são "rebeldes" por natureza (até certo ponto).
As rugas de Paul, Dylan e seus 70 anos nas costas reforçam a ideia de que toda aquela magia que transitou entre os anos 1950 e 1970 pertence mesmo ao passado, apesar da perenidade de suas obras musicais. E o rock passou de transgressor a música "séria", estudada como fenômeno social pela academia, executada por orquestras e alguns de seus principais representantes alçados a grandes gênios do século XX (mais uma vez, Dylan e Paul, ao lado dos Beatles, servem como exemplo).
Só fico imaginando se ainda é possível assistirmos a um fenômeno semelhante nos próximos anos. Arrisco que não. Com a influência do mercado musical amortecida pela despolarização, pluralidade e efemeridade que a internet traz, fenômenos com essa uniformidade e perenidade parecem não ter mais tanta expectativa de vida. A internet ganha muitos pontos em abrangência, mas também impõe certa transitoriedade.
Enfim, o rock amadureceu até aquele ponto em que não dá mais para esconder a idade. Até aquele ponto em que o ritmo do tempo é um para o envelhecido e outro bem mais rápido para o mundo ao seu redor. E isso não é saudosismo ou lamentação. É só constatação. A vida segue e a música também.