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O que eu trouxe na bagagem da Colômbia

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31 de mar. de 2012

Granfinos reabre com Queiroga*

Com a promessa de suprir a lacuna de casas de shows de médio porte em Belo Horizonte, o Granfinos reabre as portas neste sábado (31), reformado e com capacidade para 800 pessoas, após ficar fechado por cerca de um mês. Quem faz o show de estreia da nova fase do espaço é o cantor e compositor Lula Queiroga, que lança seu novo disco, “Todo Dia É O Fim do Mundo”, com participação especial do conterrâneo Otto (leia mais abaixo). “O Lula tem a cara do conceito geral da casa, essa nova frente de música brasileira contemporânea e moderna”, compara o produtor Kuru Lima que, da Cria! Cultura, empresa que cuidará da gestão da casa a partir de agora.

O novo comando começa redefinindo a funcionalidade de cada um dos três espaços da casa, que antes eram tratados como uma coisa só, segundo Kuru. “A parte de baixo fica como pista de dança e lugar pra shows. Os dois mezaninos vão ser tratados como ambientes diferentes. Um tem uma coisa mais descolada e despojada, mais sofás, puffs, mesas de sinuca e o outro está sendo transformado em restaurante”, detalha. O espaço do palco também foi ampliado. Haverá ainda uma loja com produtos de músicos da cena mineira e um local para exposição de obras de artistas do Estado que será renovada a cada dois meses. O estreante é JB Lazzarini, com seus trabalhos influenciados pela pop art.

Quanto à agenda da casa, o desejo é preencher todos os dias da semana com atrações. Às segundas-feiras, as noites serão reservadas ao projeto “Cedo e Sentado”, parceria com o Studio SP (casa da capital paulista) e o Circuito Fora do Eixo (rede de produtores culturais das regiões sul, centro-oeste e norte) que deve unir artistas da nova cena musical brasileira a algum nome local, sempre em apresentações gratuitas. A princípio quinzenal, a primeira noite do projeto, nesta segunda-feira (2), terá a banda paraibana Cabruêra e os mineiros do 4Instrumental. As terças-feiras devem ganhar um perfil mais acústico, mas a programação só deve engrenar em maio. Sextas e sábados vão ter atrações mais variadas, “de uma festa eletrônica até um grande show de MPB”, e os domingos vão ser ou dia de gafieira ou dia de forró, em esquema de revezamento. A programação das quartas e quintas ainda está em processo de definição. “A reconfiguração do espaço em definitivo vai acontecer ao longo do mês”, retifica Kuru.

Apesar do olhar mais voltado para o que acontece na cena nacional, o Granfinos também pretende abrir as portas para atrações internacionais e já negocia com alguns nomes. “Cabe olhar especial para a cena latino-americana, eu digo até ibero-americana, porque tem muita gente de lá querendo fazer coisas no Brasil”, completa Kuru. O produtor garante que, apesar da Cria! Cultura, responsável pelo espaço, atuar no mercado de produção de shows e eventos na cidade – como o Conexão Vivo e Banda Mole, haverá abertura para que as demais produtoras da capital também negociem shows no Granfinos. “A gente deseja que isso seja uma possibilidade de potencializar todas as outras produtoras de BH. A casa está totalmente aberta a parcerias com elas”.

No fim do ano, a casa deve ser novamente fechada, por aproximadamente 20 dias, para passar por uma nova reforma, desta vez mais “estrutural”. Não há detalhes sobre essas mudanças.

Compositor convida Otto
Lula Queiroga acredita “há muito tempo” nas hipóteses de fim do mundo, mas foram visões bem reais num dia qualquer em Recife – um homem de terno falando em direção à calçada e uma mendiga obesa e grávida com um bebê no colo – que o inspiraram a compor sobre o fim dos tempos em “Todo Dia é o Fim Do Mundo”, seu quarto disco. O apanhado de canções que versam sobre o apocalipse cotidiano vai ser lançado na cidade pelo cantor e compositor pernambucano neste sábado (31) no Granfinos.

“Comecei a ver o sofrimento de algumas pessoas, que vivem dando duro o dia inteiro, a vida inteira. Todo dia é o fim do mundo pra elas. Essas duas visões me deixaram num estado intenso de sentimento e decidi mergulhar nisso”, conta.

O resultado, bem recebido pela crítica, que considera Queiroga um dos melhores compositores da atualidade, são canções com temática sombria, mesmo quando tratam de amor, mas que variam na musicalidade – há espaço para rock, samba e baladas que se destacam pela leveza.

“Todo Dia...” marca a continuidade do pernambucano na carreira musical, que se iniciou em 1983 com um disco gravado ao lado do parceiro Lenine e passou por um hiato de 18 anos, período no qual Queiroga dedicou-se à sua produtora de vídeo, uma das maiores do nordeste. Em 2001 ele retomou o caminho da música, com o lançamento de “Aboiando a Vaca Mecânica”. “Eu disse que só voltava a gravar alguma coisa minha quando não tivesse uma luz acesa dizendo a hora que eu tenho sair. Aí eu construí um estúdio e no dia seguinte comecei a gravar do jeito que achava que tinha que ser”.

Lula Queiroga/Reabertura Granfinos
Sábado (31), à 0h. Granfinos (Avenida Brasil, 326, Santa Efigênia). Ingressos: R$40 (inteira). Informações: 31 3284-0709

*Matéria publicada na edição de 31/03/2012 do Jornal Pampulha

27 de mar. de 2012

Aprendendo com Ernesto Nazareth


Considerado o precursor do choro, Ernesto Nazareth ganhou um site para celebrar seus 150 anos, que serão comemorados no ano que vem. É o www.ernestonazareth150anos.com.br

Além desta página, há uma outra, divertidíssima. Na http://www.ernestonazareth.com.br/ há um quiz musical, subdividido em três temas: choro, ritmos e instrumentos de percussão. Bem didático, ele explica conceitos musicais com áudios de Nazareth, vídeos e, obviamente, perguntas. Uma aulinha básica de teoria musical para quem, assim como eu, tem vontade de entender melhor a música nesse aspecto técnico.


26 de mar. de 2012

Baiano e Os Novos Caetanos

Sou da geração Escolinha do Professor Raimundo, aquela que assistia ao programa - cuja fórmula foi copiada à exaustão mas nunca com a mesma qualidade - nos fins de tarde antes da Globo criar "Malhação" (sou dessa geração também). Por isso, minha referência de Chico Anysio é basicamente essa, apesar de tê-lo assistido em formato stand-up aqui em BH em 2010 e da minha mãe, sua fã, sempre ter comentado comigo sobre os famosos personagens que figuravam em Chico City.

Surpresa boa foi descobrir, em meio à revisão da carreira do artista em função de sua morte, na última sexta, o personagem Baiano, um dos vários que criou. Inspirado em Caetano Veloso, ganhou vida ao lado do também humorista Arnaud Rodrigues, formando assim a dupla Baiano e Os Novos Caetanos, uma sátira aos tropicalistas. Muito mais que imitar os trejeitos e o visual dos músicos do movimento, a dupla compôs, gravou e lançou quatro discos entre 1974 e 1985. Como colocar música no meio da história é flecha certeira para me pegar de jeito, não preciso dizer que adorei os personagens.

Passei a tarde de domingo ouvindo ouvindo as músicas da dupla, que misturam a atmosfera tropicalista, uma vibe meio bicho-grilo, rock rural e elementos da música nordestina. Surpresa melhor ainda foi perceber que uma música feita a princípio pra fazer graça é seriamente boa. Baiano e Os Novos Caetanos merecem um verbete no Cravo Albim.

No vídeo abaixo, os personagens estão em ação em uma cena de Chico City, mas dá para ouví-los em disco no YouTube e nos downloads da vida.



Em tempo
Ao longo desta semana, lá no mostratuacapa.tumblr.com, meu tumblr de capas de discos nacionais, vou postar as capas dos discos da dupla.

12 de mar. de 2012

Irish blood, English heart?



Honrando seu jeito rasgado de se expressar, Morrissey soltou a língua na turnê sul-americana que terminou ontem (11), em São Paulo: na Argentina, defendeu as Malvinas no conflito com os ingleses, colocou os músicos de sua banda para usar camisetas com os dizeres "Odiamos William e Kate"; no Rio, acusou o príncipe Harry, que visitava a cidade no mesmo dia, de querer apenas o dinheiro dos brasileiros.

As estripulias de Moz ecoaram em sua terra natal e alimentaram um breve debate promovido pelo jornal The Guardian. Um escritor e um crítico cultural inglês discutem o aparente paradoxo entre a importância que o ex-líder dos Smiths tem para a música de seu país e a rejeição que ele sempre demonstra por valores nacionais. Pra quem gosta dessas "cabeçudices", muito bom. Leia aqui.
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