3 notas sobre a morte de David Bowie

O que eu trouxe na bagagem da Colômbia

A(s) pergunta(s) que eu não fiz para Steve Aoki

30 de abr. de 2012

Eu poderia escrever aqui, mais uma vez, sobre como é sublime um show do Paul. Estive no show do dia 21, em Recife, e no do dia 25, em Florianópolis, mas tentar, inutilmente, descrever o sentimento que uma apresentação dele me provoca só repetiria o que já disse aqui, em 2010, e aqui, em 2011.  Esses dois últimos shows só serviram de confirmação daquilo que vivenciei nos dois anteriores e chega a ser desrespeitoso com os meus sentimentos insistir em tentar traduzí-los mais uma vez em palavras - elas não dão conta, tadinhas. Vou aproveitar a deixa para falar de outra coisa. Peço apenas que, antes de seguir com a leitura, esqueçam que sou fã, pois esta é uma reflexão fria da situação.

Com essas três visitas do Paul ao Brasil em anos consecutivos, começou a ser comum dizer que "virou festa" ou chamá-lo de "arroz de festa" e coisas do tipo - comentários semelhantes aos que já ocorriam em relação a bandas como o Deep Purple e o Iron Maiden, visitantes frequentes do Brasil há muito mais tempo. A questão central disso tudo: por que haveria de ser motivo de chacota turnês constantes de artistas estrangeiros no país se lá fora, nos EUA e na Europa, esses mesmos artistas se apresentam frequentemente? Por que seria normal um artista fazer 14 shows nos EUA em 2010 e outros 7 em 2011,  mas seria oba oba tocar três vezes no Brasil em 2010 e duas em 2011? Por que seria natural para o fã brasileiro esperar cinco, seis anos, para um novo show enquanto os americanos só precisam esperar a virada do ano?

É fato que esses shows constantes por aqui têm uma forte razão econômica: com Europa e Estados Unidos, os principais mercados do entretenimento, em recessão, economias que resistiram mais aos efeitos da crise inciada em 2008, como o Brasil, se tornam opção atrativa e mais segura para esse tipo de empreitada. Mas se, finalmente, estamos com a economia e um mercado de entretenimento capazes de ensaiar uma aproximação com o hemisfério norte, o mais justo seria que passássemos a receber um volume de shows mais próximo daquele que os fãs gringos recebem, não é mesmo? Afinal, somos fãs como os demais e, a despeito da carência de shows por longos anos, sempre consumimos o que fosse possível dos nossos ídolos.

O que parece ocorrer é que parte do público daqui se acostumou com aqueles tempos de terceiro mundo quando shows gringos por aqui eram coisa rara, quase uma caridade de quem vinha de fora. O mundo deu voltas, a economia deu reviravoltas e agora estamos, finalmente, começando a experimentar as coisas do jeito que elas sempre foram para os ricos lá de cima. Acostumem-se com a nova realidade, por favor. E aproveitem para eliminar esses resquícios do complexo de vira-latas (cães fofinhos do mundo, me perdoem).

28 de abr. de 2012


Com identidade musical indissociável de sua geografia natal, a Nação Zumbi levou quinze anos para fazer um registro em áudio e vídeo um show em casa, no Recife. Foram necessários quase mais outros três anos para que o material viesse público, mas a espera, enfim, terminou. Gravado em dezembro de 2009 no Marco Zero, na capital pernambucana, chegou ao mercado em março deste ano o DVD “Ao Vivo No Recife”, motivo de mais uma turnê da banda que passa por BH no próximo sábado (28), às 22h, no Music Hall.

“Recife não tinha os equipamentos necessários, tivemos que trazer algumas coisas de São Paulo. Também precisamos da ajuda da Secretaria de Cultura, da Globo. Muita gente estava envolvida no processo”, diz o baixista da banda, Dengue, justificando a demora do lançamento. Mesmo com os entraves logísticos e técnicos enfrentados durante a gravação – seis das 21 músicas gravadas não puderam ser aproveitadas, o resultado final é satisfatório aos olhos da banda. Ao ar livre e em seu próprio berço, com tomadas aéreas e muito movimento (12 câmeras capturaram as imagens) a gravação resultou em uma performance mais “solar”, em comparação com o primeiro DVD ao vivo da banda, “Propagando”, de 2004. “O outro show foi em São Paulo, era mais escuro, soturno, mais denso. Esse tem uma coisa de Carnaval, o clima de Recife. São duas épocas diferentes”. Ainda que não tenha sido a intenção, o material também tem forte carga histórica, não só pela locação, mas também pelos extras, que trazem um documentário que recupera as origens dos integrantes da banda, no bairro de Peixinhos, em Olinda.

Agora que o DVD saiu da gaveta, a espera se concentra no sucessor de “Fome de Tudo” (2007) e no primeiro registro em disco do Los Sebosos Postizos, projeto paralelo da banda voltado para releituras do repertório de Jorge Ben Jor. Deve levar um tempo, novamente. Além de o foco estar, nos próximos meses, na divulgação do DVD, a ausência de contrato com uma gravadora pode atravancar os projetos. “Fazemos as coisas pagando do próprio bolso. A gente não fica de braço cruzado, não fica reclamando. A gente vai e faz, mas às vezes demora”, afirma Dengue. O material dedicado a Ben Jor já está gravado, mas ainda aguarda masterização e não tem previsão de lançamento. O disco de inéditas, segundo o baixista, deve sair no ano que vem. “Eu acho que esse disco tem muitas revoluções harmônicas, mais que os outros. Tanto na guitarra, no baixo quanto na voz do Jorge (du Peixe, vocalista). É um disco meio cru, na verdade. Não tem papas na língua. É a Nação Zumbi tocando ao vivo”, adianta.

Enquanto as coisas se definem, a internet dá conta de antecipar o que está por vir. Uma prévia do novo trabalho já circula desde o ano passado no YouTube, quando a banda soltou uma leva de vídeos intitulados “Fita Demo”, que revelaram alguns momentos das sessões de gravações. Um vídeo publicado há menos de uma semana no mesmo site também revela takes de estúdio de uma das músicas do novo álbum, sem revelar o nome da composição. A Nação Zumbi também começou a quebrar a curiosidade ao vivo, incluindo uma faixa do futuro disco no repertório do show de divulgação do DVD: “Foi de Amor”, que tem presença garantida no setlist de BH.

Nação Zumbi – Lançamento do DVD “Ao Vivo no Recife”
Sábado (28), às 22h. Music Hall (Avenida do Contorno, 3.239, Santa Efigênia) Ingressos: R$50 (inteira, antecipado) e R$60 (inteira, na bilheteria)

*Reportagem publicada na edição de 21/4 do Jornal Pampulha

17 de abr. de 2012

A Nação Zumbi vem aí, para fazer show de lançamento de seu DVD, no próximo dia 28, em BH, no Music Hall. Para quem ainda não viu a gravação, um especial da Globo Nordeste com trechos do show, gravado em dezembro de 2009 no Marco Zero, em Recife, está no YouTube. A qualidade das imagens está longe do resultado cristalino que se vê no DVD, mas é um bom esquenta para a apresentação.



Show de lançamento do CD e DVD “Nação Zumbi Ao Vivo no Recife”
28/04 – sábado às 22 horas
R$ 25,00 meia / R$ 50,00 inteira  (antecipado) e R$ 30,00 meia / R$ 60,00 inteira (bilheteria)
Classificação: 18 anos
Informações: 8690-4977

16 de abr. de 2012

Volta e meia ouve-se dizer que a tecnologia ajuda a trazer de volta quem não está mais entre nós. Dois exemplos recentes da afirmativa corriqueira:

1) O holograma do Tupac no show do Snoop Dogg no Coachella. O ano passado surgiu um rumor de que Paul e Ringo fariam algo parecido com hologramas do John e do George. Nada aconteceu, até que o rap fez o serviço.




2) O tumblr keithharing.tumblr.com/, uma extensão da exposição Keith Haring 1978-1982, em cartaz no Brooklyn Museum, em Nova York, até o dia 8 de julho. Diariamente, enquanto a mostra estiver aberta ao público, serão postadas no tumblr páginas dos diários de Keith Haring. São desenhos, poemas, pensamentos e rascunhos que tornam o artista e a exposição mais próximos.


12 de abr. de 2012

Quem pensou um pouco e titubeou na hora de comprar ficou sem ingresso para ver Bob Dylan em BH - as entradas se esgotaram em um dia, há mais de um mês. Para não ficar na carência de ouvir Dylan ao vivo, é só ir pra Obra, a partir da meia-noite do próximo dia 19, para o show da banda The Zimmermans, que tocará unicamente músicas de Bob (note que é no mesmo dia da apresentação do norte-americano, o que pode ser uma desculpa para fazer um "estica"). “All I really gotta do”, “Tambourine man”, “Don’t think twice, it’s all right”, “If not for you” e “Like a rolling stone” devem estar no set.

Reunião de músicos de várias bandas de BH, os Zimmermans foram formados exclusivamente por ocasião da passagem do músico por BH. Sim, curiosamente, BH, que tem um circuito de bandas de rock cover tão forte, ainda não tem nenhuma dedicada a Bob Dylan. Quem sabe agora?

Dylan's Night 
19/04 à 0h
A Obra (Rua Rio Grande do Norte, número 1168, Savassi)
Informações: 3215-8077 / 3261-9431

11 de abr. de 2012

Senhoras e senhores, eis o candidato favorito à eleição da presidência do Banco Mundial, o norte-americano descendente de coreanos Jim Yong Kim. Reitor da Universidade de Darmouth, ele aparece no vídeo abaixo em performance durante um concurso de talentos da instituição. Tem mais aqui (dica: Michael Jackson).


9 de abr. de 2012


Notícia de 14/03: Mais uma vez, Belo Horizonte não vai ter show de Paul McCartney - “Se tivessem sido feitas duas mudanças simples no Independência, haveria o show. A negociação financeira sempre esteve pronta.”

Notícia de 5/04: Show de Maria Rita em Belo Horizonte quase foi cancelado - "Maria Rita pensou em desistir da apresentação. O motivo foi a decisão da Prefeitura de Belo Horizonte de restringir o acesso do público ao local em 10 mil pessoas."

De um lado, esforço de menos para adequar espaços para eventos. De outro, esforço demais pra limitar o acesso a eventos. Em ambos os casos, ações do poder público. Existe nitidamente, hoje, na cidade, a formação de uma queda de braço entre um grupo da população e esse mesmo poder a fim de mudar esse quadro - vide as inúmeras manifestações que buscam sublinhar o direito da população de se divertir e de usufruir do espaço público. Mas a parcial desse luta com proporções - por enquanto - de Davi e Golias ainda não tomou o rumo da famosa história da antiguidade. Não dá para amar BH radicalmente. Tento amar BH ao menos minimamente. Minhas relações com a cidade estão desgastadíssimas. Fim do desabafo.

4 de abr. de 2012

Hoje estava ouvindo "Techonologic", do Daft Punk. Lá dos idos de 2005, a letra da música transforma ações típicas da internet em imperativos - zoom it, press it, paste it, burn it, rip it. Fui pesquisar aleatoriamente as relações da letra com a internet e me deparei com esta paródia que faz a atualização necessária da letra, dados os sete anos que a separam do presente, uma eternidade para essa era 2.0. O que fica mais claro nesse novo relato musical da internet é o peso das redes sociais. Quantos termos sequer imaginávamos que poderiam existir em 2005, não é?




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2 de abr. de 2012

O artista pop Peter Blake está chegando aos 80 anos e para comemorar decidiu recriar a sua obra mais conhecida: a capa de "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band". Para isso, colocou novos personagens no lugar daqueles que aparecem na capa original - os Beatles foram reduzidos unicamente ao Paul. Curioso é notar que a versão século XXI da capa, considerada um dos ícones da cultura pop, tem um pé muito mais presente no pop que a capa mãe, cujo time de personalidades transitava entre o cult e o ideológico, com toques de provocação. Divagações à parte, para saber quem é quem no "novo" Sgt. Peppers, é só clicar aqui para ver o infográfico detalhado que o sempre descolado Guardian fez.


 
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