Eu poderia escrever aqui, mais uma vez, sobre como é sublime um show do Paul. Estive no show do dia 21, em Recife, e no do dia 25, em Florianópolis, mas tentar, inutilmente, descrever o sentimento que uma apresentação dele me provoca só repetiria o que já disse aqui, em 2010, e aqui, em 2011. Esses dois últimos shows só serviram de confirmação daquilo que vivenciei nos dois anteriores e chega a ser desrespeitoso com os meus sentimentos insistir em tentar traduzí-los mais uma vez em palavras - elas não dão conta, tadinhas. Vou aproveitar a deixa para falar de outra coisa. Peço apenas que, antes de seguir com a leitura, esqueçam que sou fã, pois esta é uma reflexão fria da situação.
Com essas três visitas do Paul ao Brasil em anos consecutivos, começou a ser comum dizer que "virou festa" ou chamá-lo de "arroz de festa" e coisas do tipo - comentários semelhantes aos que já ocorriam em relação a bandas como o Deep Purple e o Iron Maiden, visitantes frequentes do Brasil há muito mais tempo. A questão central disso tudo: por que haveria de ser motivo de chacota turnês constantes de artistas estrangeiros no país se lá fora, nos EUA e na Europa, esses mesmos artistas se apresentam frequentemente? Por que seria normal um artista fazer 14 shows nos EUA em 2010 e outros 7 em 2011, mas seria oba oba tocar três vezes no Brasil em 2010 e duas em 2011? Por que seria natural para o fã brasileiro esperar cinco, seis anos, para um novo show enquanto os americanos só precisam esperar a virada do ano?
É fato que esses shows constantes por aqui têm uma forte razão econômica: com Europa e Estados Unidos, os principais mercados do entretenimento, em recessão, economias que resistiram mais aos efeitos da crise inciada em 2008, como o Brasil, se tornam opção atrativa e mais segura para esse tipo de empreitada. Mas se, finalmente, estamos com a economia e um mercado de entretenimento capazes de ensaiar uma aproximação com o hemisfério norte, o mais justo seria que passássemos a receber um volume de shows mais próximo daquele que os fãs gringos recebem, não é mesmo? Afinal, somos fãs como os demais e, a despeito da carência de shows por longos anos, sempre consumimos o que fosse possível dos nossos ídolos.
O que parece ocorrer é que parte do público daqui se acostumou com aqueles tempos de terceiro mundo quando shows gringos por aqui eram coisa rara, quase uma caridade de quem vinha de fora. O mundo deu voltas, a economia deu reviravoltas e agora estamos, finalmente, começando a experimentar as coisas do jeito que elas sempre foram para os ricos lá de cima. Acostumem-se com a nova realidade, por favor. E aproveitem para eliminar esses resquícios do complexo de vira-latas (cães fofinhos do mundo, me perdoem).
Com essas três visitas do Paul ao Brasil em anos consecutivos, começou a ser comum dizer que "virou festa" ou chamá-lo de "arroz de festa" e coisas do tipo - comentários semelhantes aos que já ocorriam em relação a bandas como o Deep Purple e o Iron Maiden, visitantes frequentes do Brasil há muito mais tempo. A questão central disso tudo: por que haveria de ser motivo de chacota turnês constantes de artistas estrangeiros no país se lá fora, nos EUA e na Europa, esses mesmos artistas se apresentam frequentemente? Por que seria normal um artista fazer 14 shows nos EUA em 2010 e outros 7 em 2011, mas seria oba oba tocar três vezes no Brasil em 2010 e duas em 2011? Por que seria natural para o fã brasileiro esperar cinco, seis anos, para um novo show enquanto os americanos só precisam esperar a virada do ano?
É fato que esses shows constantes por aqui têm uma forte razão econômica: com Europa e Estados Unidos, os principais mercados do entretenimento, em recessão, economias que resistiram mais aos efeitos da crise inciada em 2008, como o Brasil, se tornam opção atrativa e mais segura para esse tipo de empreitada. Mas se, finalmente, estamos com a economia e um mercado de entretenimento capazes de ensaiar uma aproximação com o hemisfério norte, o mais justo seria que passássemos a receber um volume de shows mais próximo daquele que os fãs gringos recebem, não é mesmo? Afinal, somos fãs como os demais e, a despeito da carência de shows por longos anos, sempre consumimos o que fosse possível dos nossos ídolos.
O que parece ocorrer é que parte do público daqui se acostumou com aqueles tempos de terceiro mundo quando shows gringos por aqui eram coisa rara, quase uma caridade de quem vinha de fora. O mundo deu voltas, a economia deu reviravoltas e agora estamos, finalmente, começando a experimentar as coisas do jeito que elas sempre foram para os ricos lá de cima. Acostumem-se com a nova realidade, por favor. E aproveitem para eliminar esses resquícios do complexo de vira-latas (cães fofinhos do mundo, me perdoem).