O British Music Experience (BME) não está nos guias de viagem de Londres. Uma pena. Este museu moderninho e interativo - daí o uso do termo "experience" no lugar do museu - sobre a música pop britânica é um dos lugares mais divertidos para se visitar em Londres quando se é melômano. Tão obrigatório quanto aquela passadinha em Abbey Road para fazer a clássica foto atravessando a rua.
Localizado na O2, complexo cultural que reúne em um só espaço a O2 Arena, restaurantes e cinemas, o espaço dedicado ao BME até que é pequeno se comparado à grandiosidade do complexo, mas há bastante informação condensada no museu (a propósito, foi pesquisando a programação de shows da O2 Arena no período em que estaria em Londres que felizmente descobri o museu).
O BME combina um extensa memorabília de artistas britânicos desde os anos 1950 aos dias atuais com estações interativas nas quais, com o toque das mãos, é possível conhecer os fatos mais importantes da música ligados aos nomes locais, muitos deles com contexto histórico. Há também estações mais didáticas, como as que tratam da influência musical mútua entre norte-americanos e britânicos e as que explicam determinados gêneros musicais e seus subgêneros por meio de conceitos e exemplos práticos. Neste último caso, para ativar as explicações, você toca em discos de vinis posicionados em uma mesa.
Para completar a diversão na poplândia britânica, há uma salinha em que você escolhe um ritmo e reproduz os passos de dança ensinados por uma professora em uma tela. Toda a sua performance é gravada por uma câmara. Outra sala reproduz um mini-estúdio com guitarras, baterias e, mais uma vez, vídeos gravados com instruções de professores. Sua performance como instrumentista também é registrada.
O mais legal de tudo é que você sai de lá com toda a sua experiência registrada. Junto com seu ingresso, você recebe um cartão com um código numérico. Ao longo da visita, você é instruído a tocar o cartão em sensores localizados em todas as estações. Saindo de lá, você entra no site do BME e cadastra o código. Voilá! Todas as informações às quais você teve acesso (além do seu vergonhoso vídeo dançando e da sua vã tentativa de ser um instrumentista) estão armazenadas na sua conta pessoal no site em áudio, foto e texto e podem ser acessadas a qualquer momento, além de compartilhadas no Twitter e no Facebook. Se houver uma segunda visita, o novo cartão pode ser cadastrado, e as informações deste serão agregadas às do primeiro.
Recomendo demais a visita para quem curte música pop - um assunto que os britânicos levam muito a sério e sabem muito bem como tratar. Vá lá: http://www.britishmusicexperience.com/
E no Brasil? Por que não?
A propósito, uma pergunta que não sai da minha cabeça desde que descobri o MBE: porque o Brasil ainda não tem algo nessa linha? Nossa música é uma das mais conhecidas no mundo, tem um alto grau de diversidade e é um dos elementos fundamentais na formação da "identidade" nacional. Temos uma história fantástica para contar, histórias, no plural, diga-se de passagem, dado que ainda há muitos pontos e casos mal resolvidos que ainda precisam ser melhor compreendidos e aceitos como parte de um universo ainda limitado que se convencionou chamar de música brasileira. Poderíamos ter um museu dez vezes maior que o dos britânicos. E usar o espaço para entender melhor um dos nosso principais produtos de exportação para o mundo desde os tempos de Carmen Miranda. Fica a dica.
Localizado na O2, complexo cultural que reúne em um só espaço a O2 Arena, restaurantes e cinemas, o espaço dedicado ao BME até que é pequeno se comparado à grandiosidade do complexo, mas há bastante informação condensada no museu (a propósito, foi pesquisando a programação de shows da O2 Arena no período em que estaria em Londres que felizmente descobri o museu).
O BME combina um extensa memorabília de artistas britânicos desde os anos 1950 aos dias atuais com estações interativas nas quais, com o toque das mãos, é possível conhecer os fatos mais importantes da música ligados aos nomes locais, muitos deles com contexto histórico. Há também estações mais didáticas, como as que tratam da influência musical mútua entre norte-americanos e britânicos e as que explicam determinados gêneros musicais e seus subgêneros por meio de conceitos e exemplos práticos. Neste último caso, para ativar as explicações, você toca em discos de vinis posicionados em uma mesa.
Dos tempos de Cliff Richard, o Elvis britânico |
A jaqueta do Brett Anderson e a guitarra do Noel |
Recomendo demais a visita para quem curte música pop - um assunto que os britânicos levam muito a sério e sabem muito bem como tratar. Vá lá: http://www.britishmusicexperience.com/
E no Brasil? Por que não?
A propósito, uma pergunta que não sai da minha cabeça desde que descobri o MBE: porque o Brasil ainda não tem algo nessa linha? Nossa música é uma das mais conhecidas no mundo, tem um alto grau de diversidade e é um dos elementos fundamentais na formação da "identidade" nacional. Temos uma história fantástica para contar, histórias, no plural, diga-se de passagem, dado que ainda há muitos pontos e casos mal resolvidos que ainda precisam ser melhor compreendidos e aceitos como parte de um universo ainda limitado que se convencionou chamar de música brasileira. Poderíamos ter um museu dez vezes maior que o dos britânicos. E usar o espaço para entender melhor um dos nosso principais produtos de exportação para o mundo desde os tempos de Carmen Miranda. Fica a dica.