3 notas sobre a morte de David Bowie

O que eu trouxe na bagagem da Colômbia

A(s) pergunta(s) que eu não fiz para Steve Aoki

31 de jul. de 2012



Não são poucos os nadadores que estão se apresentando para as provas nestes jogos olímpicos com chamativos fones de ouvido - os mesmos que recentemente atingiram o status de acessório de moda. Em sua defesa, eles dizem que o aparato é para manter a concentração, uma vez que eles isolam o ruído exterior. E a discórdia reside exatamente neste ponto. Há quem sustente que os atletas estão, na verdade, ignorando os torcedores. A "polêmica" virou tema de reportagem no Daily Mail. Eu só queria saber uma coisa: será que toca alguma musiquinha que entra pelos ouvidos destes rapazes que adoram fazer cara de marrentos?

26 de jul. de 2012


Finalmente, nesta sexta (27) começam as Olimpíadas de Londres e dentro da minha cabeça há algumas perguntas que não querem calar:

A trilha da abertura vai ser aquela mesma que vazou pela imprensa inglesa?
"God Save The Queen", dos Sex Pistols, vai mesmo ser tocada em algum momento da apresentação? Se  sim, as câmeras vão focar a expressão da rainha, que provavelmente estará no Estádio Olímpico?
"Survival", a música tema dos jogos, feita pela Muse, vai pegar?
Wenlock e Mandeville, os mascotes, vão cair nas graças do público?
Vai ter bapho ou gafe da organização ou de algum atleta via redes sociais?
Quais memes as Olimpíadas deixarão como legado?
O show do Blur na cerimônia de encerramento vai ser o último da banda ou Albarn e Coxon vão continuar com o lenga lenga do fim da banda a.k.a chove não molha

Espero ter as respostas quando tudo acabar.

19 de jul. de 2012



Primeiro, as reuniões de bandas até então separadas. Depois, a moda dos lançamentos de luxuosíssimas caixas com discografias já encerradas inteiras. Junto com isso, os shows para tocar na íntegra aquele disco emblemático do passado. E o revival dos anos 1980. E dos 1990. Agora, a superação das vendas de discos velhos sobre os discos novos, como noticiado hoje pela NME.

Nada contra a música de décadas atrás e sua celebração - parte dos artistas que escuto e dos meus ídolos vêm de outras épocas. Mas acho muito curioso essa forte onda passadista que toma conta da música atualmente, justamente num período em que proliferam novos artistas, dadas as facilidades de produção, circulação e acesso à música promovidas pelas novas tecnologias. Nunca foi tão fácil ouvir gente nova. A oferta é grande, diária e gratuita. E é claro que esse pessoal novo também é ouvido, mas o volume do hit de ontem está tão alto quanto o som do aqui e agora.

Será que não tem nada tão bom assim? Será que a oferta é tanta que dá preguiça procurar em meio a essa montanha de novidades e o caminho mais fácil para agradar os ouvidos acaba sendo recorrer ao que já é de costume? Acho que preciso urgentemente encomendar meu "Retromania", livro do crítico inglês Simon Reynolds cujo subtítulo indica a reflexão sobre a qual o livro se debruça: o vício da cultura pop em seu próprio passado.

16 de jul. de 2012

"Everything is a remix" é uma série de quatro mini-documentários que trata do papel da cópia na criação. Defendendo a filosofia do "nada se cria, tudo se copia", com uma argumentação perspicaz, mas beeem enviesada, os filminhos batem na tecla de que a criatividade é uma mescla de cópia, transformação e combinação de ideias pré-existentes. Exemplos de como isso ocorre na música, no cinema e na tecnologia são apresentados, bem como um debate sobre propriedade intelectual e direitos autorais. Para pensar.

Vá lá: http://www.everythingisaremix.info/watch-the-series/

11 de jul. de 2012

No post de hoje da minha "série dentro da série" - locais relacionados aos Beatles em Londres na sequência de posts sobre a capital inglesa, dois lugares que serviram de cenário para a banda, mas que não atingiram o status icônico de Abbey Road.

4)Chiswick House and Gardens
Domingo no parque. Hora de sair da agitação da região central de Londres e ir para um bairro residencial, onde a vida parece mais normal, sem turistas de todo o mundo badalando a qualquer momento como se não houvesse amanhã. É neste bairro do oeste da cidade que fica o parque onde foram gravados os clipes de “Paperback Writer” e “Rain”. As esculturas que vemos nos clipes estão visivelmente mais bem conservadas hoje e a árvore de muitos galhos que lembra o cajueiro gigante de Natal (brinks) ainda está lá. Se no passado o lugar serviu de locação para os Beatles, hoje ele é palco do futebolzinho de domingo, do passeio com os cachorros e do piquenique com a família e os amigos. Os londrinos sabem muito bem como aproveitar as áreas verdes da cidade.  Desça na estação Turnham Green. Eu caminhei uns quinze minutos até chegar no parque. Como esta não é uma área turística a priori, não há sinalização indicando como chegar até lá, mas nada que pedir informação na rua não resolva.

A árvore de Rain...


5)Savile Row
The end. Termino meu relato onde uma parte da história dos Beatles também terminou. No número 3 da Savile Row fica o prédio onde no passado ficava o escritório da Apple e onde foi feito o rooftop concert. Tão frustrante quanto o fim da banda foi chegar lá e me deparar com tapumes que cobriam a entrada do prédio. Nada de foto posando de Apple scruff. Compartilhei minha decepção com dois espanhóis que estavam lá pelo mesmo motivo. A rua fica bem perto da estação Picadilly.


10 de jul. de 2012

Hoje, em mais um post dedicado aos Beatles dentro da série London, London, dois lugares que não estão nos guias de viagem, mas que guardam preciosidades da banda.

2)British Music Experience
Quinquilharias do passado. O British Music Experience (BME)é um museu dedicado à história da música pop britânica. Para quem, como eu, tem interesse (e fascínio) pessoal e profissional pelo som dos britânicos em geral, a visita já é valiosíssima. Fica melhor ainda porque, obviamente, os Beatles não ficariam de fora dessa história. O museu combina estações interativas,  em que você pode ouvir muita música e ter acesso a dados históricos, com uma vasta exposição de memorabília dos principais nomes da música da Grã-Bretanha.

Há um espaço dedicado somente aos Beatles com merchandising das antigas (como aquelas perucas que imitavam o corte mop top), um par de óculos do John, um Hoffner do Paul e o terninho que o Ringo usou em A Hard Day’s Night. Meu olhar de precisão cirúrgica identificou um sinal que denunciou a idade e o desgaste da peça: na altura do peito, dá pra ver uns furinhos no tecido! Adoro ver essas marcas que expõem a verdade dos objetos. Como tudo em Londres, é fácil chegar lá de metrô (BME). Localizado na The O2, um complexo de entretenimento, ele está integrado à estação North Greenwich.

British Library: fotos proibidas no interior,
assim como no BME
3)British Library
Relíquias. A biblioteca nacional do Reino Unido, imeeeensa, tem uma exposição permanente só com publicações raras. Em meio à Magna Carta, à Bíblia de Gutenberg e diários de contemporâneos de Shakespeare, há um espaço dedicado somente aos Beatles. Lá, vi com meus próprios olhos os manuscritos originais de “Help”, “Yesterday”, “Michelle” e “Ticket to Ride”, além de duas fotos raríssimas: uma tirada bem no início da banda, com o Stu ainda na formação, e outra de John, também desse mesmo período. A princípio é só uma foto aleatória, mas na imagem ele me encarava com aquele olhar magnético de Monalisa, topetinho à la Elvis e jaqueta de couro. Um olhar inescapável que me obrigou a pensar em tudo o que ele se transformaria a partir do instante em que foi tirada a foto e o desfecho de tudo nos anos 1980. Foi duro porque inconscientemente todos os quatro continuam vivos pra mim e de vez em quando rolam esses insights que me lembram do contrário: dois já se foram. Na lojinha da biblioteca, além de muitos livros e souvenirs relacionados à literatura, há mais merchandising oficial dos Beatles. Para chegar lá, fique na estação Euston.


9 de jul. de 2012

Para fechar a série London, London, ao longo desta semana vou publicar em partes um texto que fiz para o blog Beatles College descrevendo lugares relacionados aos Beatles em Londres. Afinal, é óbvio que os fab four não escapariam da minha rota turística. Começo com um passeio pelo distrito de St. John's Wood, que, por manobras do destino, reúne hoje quase meia dúzia de lugares relacionados à banda.

1)St. John’s Wood
Este é um distrito do noroeste de Londres que pode ser definido como um mini-complexo de atrações beatlemaníacas. Senta que lá vem história.

Um cafezinho, por favor. A diversão já começa quando você sai da estação de metrô, que leva o mesmo nome do local. À esquerda da saída, tem o Beatles Coffee Shop, um café bem pequenininho que serve lanches, café (óbvio), toca Beatles o dia inteiro e vende aqueles produtos oficiais da banda que podem arruinar suas economias.  A localização é estratégica: esta é a estação de metrô mais próxima de Abbey Road.  Se você pedir para algum dos atendentes informações sobre como chegar até a famosa rua, eles te darão um mapinha personalizado com as direções necessárias.

Enfim, Abbey Road. Com uns dez minutos de caminhada, você chega lá e se depara com uma cena comum a todos os pontos turísticos de Londres: muita gente chegando o tempo todo, falando todas as línguas do mundo. É preciso esperar sua vez para tirar a tão sonhada foto atravessando a rua dada a grande quantidade de interessados.  Um agravante é o trânsito do cruzamento: em contraste com boa parte do distrito, bastante calmo, o tráfego lá é movimentado (inclusive em um domingo à tarde, quando estive lá).  Das duas uma: ou você espera por um rápido momento sem passagem de carros e ônibus ou desafia os motoristas, muitos deles sem a menor paciência para aturar o movimento de turistas no meio da rua.

Olha eu

Residência McCartney. A aproximadamente dez minutos a pé de Abbey Road está, incrivelmente, a casa do Paul. Mais precisamente, na Cavendish Avenue. Como ele frequenta uma academia que fica basicamente a alguns passos de sua casa e procura levar uma vida de gente normal, há sempre aquela esperança de topar com ele virando a esquina. Não foi o que aconteceu comigo, mas a esperança se mantém para os que ainda irão fazer o mesmo caminho.  Fui lá na segunda (18), no dia do aniversário dele. Dei umas voltas no quarteirão para passar o tempo, mas achei melhor não dar margem a atitudes suspeitas e tomei o rumo da próxima parada do tour beatle por St. John’s Wood.

Money! Vinte minutos de caminhada depois, estava na Baker Street. O endereço foi primeiramente tornado célebre por ser o local de residência de Sherlock Holmes nas histórias de Conan Doyle, mas nos anos 1960 foi o lugar onde os Beatles instalaram a Apple Boutique.  O empreendimento como sabemos, logo morreu, mas o comércio relacionado aos fab four existe na rua hoje sob uma outra forma: é lá que fica a Beatles London Store, outro lugar fatal para o seu bolso: lá também há o mesmo merchandising oficial que se encontra na Beatles Coffee Shop, mas em quantidade e variedade exorbitante. O local divide as atenções com o museu dedicado a Sherlock Holmes. Os dois locais ficam separados por apenas uns três estabelecimentos.

5 de jul. de 2012

Uma pausa na série London, London - que continua na semana que vem - para falar de "Para Roma, com amor". Meu talento para a crítica de semana é o mesmo que tenho para física quântica, mas como espectadora digo que, no amontoado de histórias que Woody Allen resolveu contar, há umas cutucadas interessantes em certos valores e hábitos, deliciosas cenas de comédia nonsense e uma trama meio destoante das demais (a de Alec Baldwin e Jesse Eisenberg). Uma pena que tantos temas e tramas tenham que dividir entre si o espaço do filme. No fim, fica a sensação de que algumas delas foram injustamente subaproveitadas e poderiam render um filme sozinhas.

O que fica de mais marcante é um dos temas principais do filme, "Amada Mia, Amore Mio", composta originalmente em 1977 pelo italiano Paolo Zavallone, cujo nome artístico é El Pasador. Abaixo, a gravação original. Aqui tem a versão para o filme feita pela Starlite Orchestra.

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