14 de set. de 2012
As duas caras de "My Way"
Uma das estreias da semana nos cinemas é "My Way", cinebiografia do cantor e compositor francês Claude François, autor de "Comme d'habitude", que ficou mundialmente conhecida pelo mesmo nome do filme por meio da gravação de Frank Sinatra. O filme mostra a trajetória de Claude rumo ao sucesso nos anos 1960: garoto treinado pela família para ser músico clássico, encontrou seu lugar na canção popular depois de vencer obstáculos, mas teve que enfrentar a rejeição do pai pelo caminho seguido.
Mas o assunto aqui é outro. É a tal música, que acaba sendo duas. Entre a gravação original em francês e a versão em inglês, há uma distância tão grande quanto a extensão do Atlântico que separa a França dos Estados Unidos. O responsável por esse afastamento foi Paul Anka, que escreveu os versos em inglês da música lançada em 1967.
Enquanto a original ("Como de costume"), expõe o sofrimento de um homem diante do desprezo da esposa e da rotina fria que partilham em casa, "My Way" mostra um homem que, diante da proximidade do fim da vida, faz um balanço sincero sobre seus atos. Sendo o amor um tema absurdamente recorrente na canção popular, é preciso uma dose acima da média de inspiração e talento para não ser só mais um na multidão. Já as reflexões feitas por um homem maduro, inclusive aquelas sobre seus fracassos, proferidas por um todo-poderoso ídolo/intérprete, exige que, no mínimo, se preste atenção. E, como se não bastasse ser "a voz" cantando, Sinatra faz a gente acreditar em cada palavra que está sendo dita.
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