O mundo não acabou, 2012 também não (quase), mas este blog só quer saber de 2013. Por isso, ao contrário dos anos anteriores, uma tentativa de retrospectiva (que fiz de alguma forma no Data Música aqui e aqui) vai dar lugar a algumas perguntas que podem encontrar respostas no ano que em breve começará. São cinco, que entrarão no ar ao longo da semana. Voilá:
O Planet Hemp aumentou a lista de bandas que se reuniram; quem vai fazer o mesmo em 2013? |
2)Reuniões de bandas, turnês comemorativas de décadas de carreira e de discos icônicos. O saudosismo vai continuar ampliando seu espaço na música?
Planet Hemp, Pulp, Black Sabbath e Stone Roses voltaram a tocar este ano depois de deixarem de existir. Blitz, Titãs, Barão Vermelho e Rolling Stones fizeram shows e turnês badalados alusivos a uma efeméride de suas carreiras ou de algum disco significativo. Até Rouge e É o Tchan entraram na onda e esboçaram um retorno. E ainda tem os hologramas, assunto do post anterior, que trazem de volta o passado em outros termos. O fato é que o rock já é um sujeito velho, quase na terceira idade, e somando isso à nossa tendência de revisitar o passado com mais benevolência e deslumbramento que o presente, o que um dia foi clássico está ficando mais clássico ainda (porque é mais passado do que já foi um dia) e, portanto, mais suscetível à nossa veneração. Pronto. Estamos a um passo de entrar num círculo vicioso que pode transformar a experiência musical num eterno retorno enquanto o presente passa diante dos nossos olhos - e só iremos perceber o quanto esse presente é legal o dia que ele for passado e lá estaremos nós perpetuando o saudosismo no futuro. Vixe. História e memória são fundamentais para dar forma ao que somos hoje e o que seremos um dia, mas talvez seja a hora de usar um pouco o freio quando o assunto é música.
PS: Simon Reynolds, crítico inglês, já alertou para isso em seu último livro, "Retromania - Pop Culture's Addiction to It's Own Past", leitura que me obrigo a fazer em 2013.
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