31 de mai. de 2013
By Priscila Brito on maio 31, 2013
Passei no teste. Todos os quase 200 versos de "Faroeste Caboclo" continuam intactos em minha memória, mesmo o hábito de ouvir Legião Urbana estando em algum lugar da minha vida nos tempos de 5ª série. Fui atrás da música motivada pelo revival provocado pela chegada aos cinemas do filme homônimo.
Se naqueles meados dos anos 1990 eu ouvia a música gravada a partir de uma rádio em fita K7 em clima de gincana, no intuito voraz de decorar os versos escritos à mão por uma amiga em algumas folhas arrancadas de seu caderno (era pré-Google, pré-internet, entende?), nesta semana ouvi a música em tom reflexivo, notando as nuances da melodia que acompanham a atmosfera dos episódios vividos por João do Santo Cristo em sua saga e fazendo paralelos com a realidade passada e presente do Brasil, percebendo noções de violência e justiça social que Renato Russo provavelmente tinha - coisas que a gente não faz quando tem 12 anos.
Ainda devo demorar alguns dias para ir ver o filme, para evitar a muvuca e filas longas típicas de filmes recém-estreados. Não vou com o espírito pseudo-crítico/analítico como este que marcou meu reencontro com a música e sim com aquele clima juvenil de oba oba e diversão pura da menina que tentava decorar a letra na década passada. Para quem é da geração MTV e, portanto, aprendeu a gostar de música vendo clipes, ver "Faroeste Caboclo" - que não tem clipe - se transubstanciar em imagem é receber o pagamento de uma dívida de anos.
Ok, sei que o filme não é uma reprodução à risca da música, tampouco um videoclipe tamanho família da mesma - o diretor René Sampaio já esclareceu isso em diversas entrevistas. Mas a inconsequência juvenil que permeia minha admiração e minha história com a música me obriga a ter menos exigência e picuinha crítica com o filme. This girl just wanna have fun.
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