3 notas sobre a morte de David Bowie

O que eu trouxe na bagagem da Colômbia

A(s) pergunta(s) que eu não fiz para Steve Aoki

28 de out. de 2013


É prática comum nas grandes publicações dos Estados Unidos, e em certo grau nas redações britânicas, a tentativa de resumir em apenas uma frase a vida e obra de personalidades nos obituários. É a chamada "cláusula quem", introduzida no New York Times pelo jornalista Robert McG Thomas Jr.

Quem me chamou atenção para isso há algum tempo foi o jornalista Mauricio Stycer, por ocasião da morte de Farrah Fawcett, e desde então fico atenta aos textos gringos dos jornalões - e "revistões" - que noticiam a morte de gente importante. Por mais árdua que seja a tarefa - condensar a complexidade de uma vida em poucas palavras com clareza - gosto de ver como as definições se complementam, se convergem ou divergem.

A morte de Lou Reed ontem - o cara que me fez entender lá pelos 16 anos que música "estranha" pode ser algo muito bom e, com isso,  abriu um buraco na minha cabeça dando espaço para novos sons - me fez prestar mais atenção ainda na prática. Abaixo, uma coletânea de "cláusulas quem" sobre ele, que vão da definição mais objetiva, com jeitão de dicionário, até a mais poética, deixando à mostra o fã que se esconde por trás de quem fez o texto.

Do New York Times:
Lou Reed, o cantor, compositor e guitarrista, cujo trabalho com o Velvet Underground em 1960 teve uma grande influência sobre gerações de músicos de rock, e que continuou a ser uma poderosa senão polarizante força para o resto de sua vida, morreu no domingo em sua casa em Amagansett, NY, em Long Island. Ele tinha 71 anos.

Do The Guardian:
Lou Reed, vocalista do Velvet Underground, cronista veterano do lado mais selvagem, desagradável e desesperado da vida, e um dos compositores mais influentes e distintivos de sua geração, morreu aos 71 anos de idade.

Da Rolling Stone:
Lou Reed, compositor maciçamente influente e guitarrista que ajudou a moldar quase cinquenta anos de rock, morreu hoje on Long Island.

Da NME:
Lou Reed, que morreu aos 71 anos, foi o eixo central por trás do Velvet Underground e um ícone da música com uma carreira de quase 50 anos.

24 de out. de 2013





Esqueça os mullets que Paul resolveu voltar a usar. Preste atenção nos amiguinhos que ele chamou para dividir a figuração de seu novo clipe "Queeni Eye", segundo single do recém-lançado álbum "New".

Como numa espécie de remake de luxo e em live action da capa do disco-dispensa-apresentações "Sgt Pepper's Lonely Hearts Club Band", personalidades contemporâneas estão reunidas em torno do beatle fazendo a festa nos estúdios de Abbey Road.

Johnny Depp, Jude Law, Meryl Streep, Sean Penn, Kate Moss, Tom Ford, Jeremy Irons e Tom Ford são "só" alguns deles. Peter Blake, o autor da capa de "Pepper", também dá as caras.

Abaixo, o making of do clipe.


16 de out. de 2013

Foto: Denilton Dias/O Tempo

Ver o Black Sabbath ao vivo , com sua formação clássica e original, é como ir a Paris e ver a Torre Eiffel. Você passou a sua vida inteira ciente da grandiosidade daquilo tudo, mas o impacto de ver aquele símbolo diante de seus olhos faz parecer que você está descobrindo a grandiosidade naquele exato momento, tornando o símbolo ainda mais poderoso.

A reunião dos membros originais já bastaria para causar este impacto, mas outros fatores deram ainda mais força à noite desta última terça (15) na esplanada do Mineirão. Ter a banda tocando no quintal de casa foi a primeira delas - apesar do show de Belo Horizonte ter sido confirmado tardiamente, três meses depois do anúncio da turnê nacional, o que levou muitos fãs mineiros ao Rio e a São Paulo. Ver nomes de peso da música mundial na cidade é uma realidade ainda recente, o que não deixa ser empolgante.

A segunda foi a excelente performance da banda, uma constante na turnê sul-americana. Em uma época em que tantas bandas armam reuniões, tornando o gesto por vezes duvidoso, é notável perceber que os sessentões do Sabbath, sejam quais forem as suas razões para a reunião, são capazes de fazer um show à altura do legado da banda. Ozzy, cuja dicção chega a ser um pouco confusa enquanto fala, em função das sequelas do uso de drogas, muda completamente quando abre a boca para cantar. Sua voz foi quase nada prejudicada pelo tempo. Além disso, é um show man dedicado, que incita a plateia a fazer barulho, bater palmas e pular - e que também diz seguidas vezes "God bless you" ("Deus os abençoe"), apesar do título de príncipe das trevas.

O guitarrista Tony Iommi, que passa por um tratamento contra um linfoma (câncer no sistema linfático), continua sem nenhum tipo de afetação e de pose no palco, o que valoriza ainda mais sua performance. Geezer Butler também teve seu momento de destaque com um solo emendado em "N.I.B"

E mesmo se a banda não estivesse 100%, ainda restariam os clássicos para sustentar o show. "War Pigs", primeira da noite, e "Black Sabbath" tiveram resposta enérgica do público. "Iron Man" já conseguiria sozinha enlouquecer os fãs, mas foi potencializada por um longo solo do baterista Tommy Cufletos - substituto de Bill Ward, o único membro original que não participa da turnê de reunião. Outro clássico de Ozzy e cia., "Paranoid" encerrou o show. No público, uma fã chorava emocionada. A cena, perdida em meio à multidão de 20 mil pessoas e inimaginável em um público de heavy metal, é uma prova de que o show que encerrou a turnê do Sabbath no Brasil passou longe de ser um show qualquer.  

Falhas
O ponto negativo da noite ficou por conta das longas filas para os banheiros e a falta de higienização dos mesmos, assim como a falta de bebidas. Em determinado momento, alguns bares já não tinham mais cerveja, refrigerante e água disponíveis.  

*Texto meu publicado no site do jornal Pampulha em 16/10/2013

6 de out. de 2013

Sou louca por ginástica artística desde o tempo em o esporte ainda era chamado de ginástica olímpica - cheguei até a ter aulas por uns dois anos, numa época pré-Daniele e pré-Daiane, e lembro-me de ter que ficar explicando na escola que coisa esquisita era aquela que eu fazia. Quando essa paixão apresenta encontros bem sacados com a música, minha paixão inconteste, eu dou um monte de duplo twist carpado de alegria. Foi o que aconteceu hoje, enquanto assistia à final do mundial de ginástica artística em Antuérpia, na Bélgica.

Em sua prova de solo, a romena Sandra Izbasa fez sua rotina de exercícios ao som de "Feeling Good", da Nina Simone. Longilínea e com uma graça toda peculiar na parte coreográfica, ela fez uma apresentação condizente com a beleza da música. Infelizmente, Izbasa perdeu altura na última acrobacia, o que a desequilibrou e lhe tirou dois pontos. Terminou a final em quarto lugar, com 13.733 pontos. O vídeo abaixo é um registro da mesma prova, mas no campeonato nacional de ginástica da Romênia, quando a atleta teve uma performance bem mais limpa e obteve incríveis 15.600 pontos.





Tendência
Já faz um tempo as ginastas não têm se limitado aos temas orquestrais para as trilhas das rotinas de solo, tirando a prova da mesmice. Um clássico da nossa ginástica nesse sentido - e, talvez, da ginástica mundial - é o Brasileirinho de Daiane dos Santos. No ano passado, as Olimpíadas de Londres também apresentaram exemplos muitos legais.  A romena Catalina Ponor fez sua rotina ao som de "Fever" (composição de Eddie Cooley e Otis Blackwell gravada por uma lista vasta de gente, de Elvis a Madonna); a australiana Lauren Mitchell, de "Besame Mucho" (Consuelo Vélazquez); e a britânica Beth Tweedle, de "Live and Let Die" (Paul McCartney).

Abaixo, na sequência, as performances de Daiane (primeiro vídeo), Catalina e Lauren (segundo vídeo, a partir de 14min20s ) e Beth (terceiro vídeo, em prova do campeonato britânico).


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