11 de fev. de 2014

As cartas de Morrissey

Morrissey é uma palavra de nove letras e um homem de muitas palavras 


Vegetariano mais que ferrenho e mais que militante, Morrissey escreveu nesta semana uma carta aberta aos príncipes Harry e William para criticar uma recente viagem de caça dos dois irmãos, ocorrida logo após a dupla participar de um evento que clamou pelo fim da caça ilegal. A princípio, nada de novo até aí. Esta foi só mais uma das várias cartas abertas que Moz costuma escrever a torto e a direito, com aquele jeitão amargurado e rasgado que a gente tem preguiça, mas no fundo adora.

O fato é que são tantas cartas escritas até hoje que talvez seja hora de começar a levar a sério esse material. Tipo, fazer um tumblr. Ou editar um livro (menos talvez). Ou tipo, brincar de imaginar um disco solo do Morrissey só com músicas escritas a partir dos títulos que ele dá para as cartas, já que elas carregam aquela alma singular dos nomes das músicas dos Smiths. Olha só:

"The story is old, I know, but it goes on" - Sobre a viagem de caça de Harry e William
"Oh Lou / Why did you leave us this way?" - Por ocasião da morte de Lou Reed
"The world won’t listen" - Xingando muito os carnívoros
"If I by chance your eye offend you" - Desculpa melosa para o cancelamento da tour sul-americana do ano passado
"Margaret Dale" - Homenagem a uma fã de longa data falecida em 2013
"Surely how I feel is not nothing?" - Anti-homenagem a Margaret Thatcher, também falecida em 2013
"Thankskilling" - Fúria pura contra Obama e os perus do dia de ação de graças
"Hats are not worth killing for: guards wearing real fur reflects the human spirit at its lowest" - Uma encrenca com os chapéus de pele usados pela guarda real britânica

Não parece uma playlist dos Smiths?

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