3 notas sobre a morte de David Bowie

O que eu trouxe na bagagem da Colômbia

A(s) pergunta(s) que eu não fiz para Steve Aoki

29 de mar. de 2014

Mea-culpa - 24/3 a 28/3

A banda que ainda chamam de Guns n' Roses em rolezinho pela UnB

Tudo que eu queria ter postado essa semana, mas não postei:

- O Guns-que-não-é-o-Guns está no Brasil fazendo rolezinhos: primeiro, em um protesto (!?) na UnB, depois, na exposição do Bowie no MIS

- O Pixies não para: vai lançar disco novo, "Indie Cindy", em abril, e soltou mais um clipe, desta vez para a faixa "Snakes"

- Jake Bugg também apareceu de clipe novo esta semana: "Messed up Kids"

- Mas o clipe novo mais legal da semana é o do Pains of Being Pure at Heart. "Simple and Sure" é inspirado na cultura dos GIFs

- Woodkid tentou transformar "Happy", do Pharrell, em uma música sad, mas não rolou

- Billy Corgan vai virar apresentador de um programa sobre luta-livre, esporte que tem uma liga profissional criada pelo próprio desde 2011

- Fernanda Takai e Samuel Rosa aportuguesaram George Michael em uma versão mineirinha de "Heal the Pain". Ouça "Pra Curar Essa Dor"

- Renato Russo ganhou, enfim, um site oficial

28 de mar. de 2014

Lollapalooza Brasil: cinco expectativas para o festival

Nos próximos dias 5 (sábado) e 6 (domingo) tem a a terceira edição do Lollapalooza Brasil, no Autódromo de Interlagos. A julgar pelo que algumas atrações aprontaram em shows recentes lá fora, dá para ao menos criar expectativas diante da possibilidade de tributos, covers e duetos que podem dar uma outra cara para as apresentações do festival. Dica: se você não se importa com spoilers, pode ficar de olho nas edições vizinhas do Lolla. Chile e Argentina recebem o festival antes da gente, nos dias 29 e 30/3 e 1º e 2/4, respectivamente, e o que acontecer por lá pode ser um indicativo do que veremos em São Paulo.

"Superunknown", do Soundgarden, na íntegra

O quarto e mais bem-sucedido álbum da banda da era grunge de Seattle está na lista dos grandes discos que completam duas décadas em 2014. Ciente disso, Chris Cornell e companhia tocaram todas as 15 faixas recentemente em show no festival South by Southwest. Como o Soundgarden tem uma 1h30 de show, e como as 15 faixas de "Superunknown" somam juntas cerca de 1h13, dá para tocar o disco inteiro sem pressa e ainda sobra tempo para alguma coisa do "Badmotorfinger", tipo "Outshined", ou "Rusty Cage". O Soundgarden se apresenta no Lolla no domingo (6).

Um cover local do Arcade Fire

Não é só Bruce Springsteen quem agrada o público fazendo cover de nomes importantes da música local. O Arcade Fire adotou a ideia e, na turnê este ano, a banda já homenageou o INXS ("Devil Inside") na Austrália e alguns artistas americanos em shows realizados nos estados onde nasceram. Caso de Stevie Wonder ("Uptight"), no Michigan; Prince ("Controversy"), em Minnesota; e Boyz II Men ("Motownphilly"), na Philadelphia. Se o Boss já tocou Raul aqui no Brasil, por quem a turma de Will Butler optaria? Os canadenses se apresentam no Lolla no domingo (6).

Daft Punk

Sim. Mas por intercessão de são Julian Casablancas. Em shows surpresa, e também na apresentação dentro do South By Southwest, Julian incluiu no repertório "Instant Crush", sua colaboração com o Daft Punk. Como os robôs franceses juram de pés juntos que não há planos para uma turnê da dupla, talvez "Instant Crush" com o sr. Strokes seja o mais próximo que vamos chegar de ouvir algo ao vivo do já clássico "Random Access Memories". Julian Casablancas se apresenta no Lolla no sábado (5).

Jake Bugg + Johnny Marr

Ou Johnny Marr + Jake Bugg. Não importa quem vai participar no show de quem, mas a lenda cult e a nova promessa do brit pop poderiam repetir o encontro que aconteceu em fevereiro no Royal Albert Hall, em Londres. Na ocasião, Bugg recebeu Marr no palco para um dueto na faixa "Kigpin", faixa do segundo disco de Bugg, "Shangri La". E olha só como está fácil reprisar essa parceria: ambos se apresentam no Lolla no domingo (6).

Lorde + Disclosure

Um dos hits de 2013, "Royals", da mocinha Lorde, foi belamente renovado em fevereiro quando a neo-zelandesa dividiu o palco do Brit Awards com o duo eletrônico Disclosure. Nada mal se a gente pudesse ouvir aqui essa versão oxigenada da música, que já está caminhando para ficar meio surradinha. E olha só como está fácil reprisar essa parceria [2]: ambos se apresentam no Lolla no sábado (5).

27 de mar. de 2014

O funk carioca desconstruído

Sango: tem gringo no funk

Nos tempos de Cabral, descobria-se o Brasil cruzando o oceano em uma caravela. Hoje, descobre-se a terra brasilis por meio de "Call of Duty". Foi por meio do jogo de tiro que o produtor norte-americano Sango, Kai Asasavon Wright, se deparou com o país da Copa, jogando o nível chamado "Favela". Dizendo pra si mesmo "que loucura, que lugar é esse?", ele deu uma googlada no Brasil e tomou conhecimento do funk carioca. Baixou exemplares do gênero, colocou sua veia musical pra funcionar e deu ao mundo os discos "Da Rocinha" e "Da Rocinha 2".

São estudos do funk carioca, como o próprio Sango define. Ele picota funks como "Passinho do Volante" (MC Federado e os Lelek's) e "Quero Te Dar" (Gaiola das Popozudas), além de outros menos conhecidos, e adiciona camadas de r&b, trap (uma variante do hip hop) para produzir colagens minimalistas do gênero.

Ouvidos ~resistentes~ ao funk têm grandes chances de achar que Sango "limpou" ou "sofisticou" o gênero nascido nas favelas do Rio, mas, não. Ele só levou a música a sério mesmo.

Ouça abaixo os dois álbuns de releitura do funk carioca produzidos por Sango. Acessando o site do produtor, você pode ouvir também o EP "Otra Vez", que faz trabalho de releitura semelhante com diversos gêneros latinos. Vale ouvir também os remixes de sango para músicas de Nas, Bon Iver, Drake, Janelle Monáe e outros.



26 de mar. de 2014

O Daft e o Drake querem te vestir

Pra ficar na moda com o Daft

Nem só de camisetas dos Ramones nas araras da Riachuelo vive a moda rocker. Ainda bem. Daft Punk e Drake lançaram nesta semana sua própria modinha. O duo faz-de-conta-que-eu-sou-robô, com seu marketing espertinho, fez um anúncio com jeito retrô para lançar a Split Helmet T-Shirt, "100% algodão" - detalhe - cultivado nos Estados Unidos. Tirando uma com a boa onda na qual eles vêm surfando desde que lançaram "Random Access Memories", eles declaram a peça um clássico "instantâneo".

Com menos pompa e mais opções, o rapper Drake produziu uma linha de 12 peças para a britânica Browns. A coleção, que leva o nome do selo criado pelo artista, October's Very Own, tem moletons, jaquetas varsity e camisetas com a simpática coruja que é símbolo do canadense.  


24 de mar. de 2014

A nova do Black Keys e o que a gente (não) sabe sobre o próximo disco

Azul é a cor mais quente
Dia 13 de maio o Black Keys dará à luz "Turn Blue", sucessor de "El Camino", aquele disco de 2011 que, com o impulso dado anteriormente por "Brothers", tirou a banda das profundezas do blues-rock sujinho e a colocou nas graças do mundo indie. Como aperitivo para saciar a fome de três anos de espera, o duo divulgou hoje o primeiro single do disco, "Fever". A novidade vem logo depois de uma semana em que a banda soltou teasers mezzo-enigmáticos, mezzo-engraçadinhos do novo álbum. Juntando as pistas oferecidas até agora, a gente pensa assim sobre a volta do Black Keys:

1) "Fever", o novo single, coloca a banda ainda mais distante das referências de blues, que eram fortes nos primeiros discos, mas foram se desmanchando nos trabalhos mais recentes.



2) Uma atmosfera kitsch-hipnótica-psicodélica permeia o disco. Ou a banda está apenas de zueira com a gente.



3) "Blue", com todos os vários significados que a palavra tem em inglês, pode ser um norte para as composiões do disco. Ou não. Pode ser só zueira do Patrick, que postou essas fotos no seu perfil do Instagram.



22 de mar. de 2014

Mea-culpa 18/3 a 21/3

Courtney Love fazendo ALÔCA mais uma vez e achando que localizou o avião da Malaysian Airlines

- Apresente o Paint pra Courtney Love, acrescente a falta de noção que ela tem e, pá, ela te mostra a localização do avião desaparecido da Malaysian Airlines

- Azealia Banks avisa que vai vazar seu disco, "Broke With Expensive Taste", dia 5 de abril

- Madonna aparece madonnando no vídeo de divulgação de sua recém-lançada linha de produtos de beleza, MDNA Skin.

- Depois de "Dark Side of the Moon", do Pink Floyd, e "Stone Eoses", dos próprios, Wayne Coyne e seu Flaming Lips vão regravar "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band", dos Beatles, with a little help from Miley Cyrus e MGMT

- O Interpol tocou, de surpresa, duas músicas novas em um show na Inglaterra: "My Desire"  e "Anywhere"

- E o Weezer provavelmente está fazendo música nova, como denuncia este vídeo da banda no estúdio

- E o Veruca Salt em breve, depois de muuuuito tempo, deve fazer música nova, como entrega esse post no Facebook

- O Kaiser Chiefs já tem 10 músicas novas, todas faixas do novo "Education, Education, Education & War", e você pode ouvir uma prévia de cada uma delas aqui

- Kate Moss já estrelou clipe, gravou em estúdio, namorou músico. Só faltava escrever sobre música. Não mais: leia a resenha que ela fez pra Vogue sobre o novo disco do George Michael, "Symphonica"

- Criolo lançou um clipe curta-metragem para as duas músicas de seu novo single, "Duas de Cinco + Cóccix-ência"

21 de mar. de 2014

Quem ainda compra disco no Brasil?

Erguei as mãos e dai glória aos irmãos que ainda compram discos

Resposta para a pergunta do título deste post: majoritariamente, católicos e fãs de música sertaneja (principalmente os que preferem Paula Fernandes). Os padres cantores e alguns dos principais nomes do sertanejo dominam a lista de discos mais vendidos no Brasil em 2013, conforme levantamento divulgado pela Associação Brasileira de Produtores de Discos (ABPD). Juntos, eles respondem por 11 dos 20 discos que mais saíram das lojas para a casa do consumidor no ano passado.

Paula Fernandes é a artista mais bem-sucedida da lista, com três títulos entre os campeões de vendas. Luan Santana (que emplacou dois discos na lista) e as duplas Victor & Leo, Jorge & Mateus e Zezé Di Camargo & Luciano, com um título cada, completam o reinado do sertanejo no mercado tradicional de discos - são oito das 20 posições da lista.

Os padres cantores Marcelo Rossi (o recordista em vendagens de 2013), Fábio de Melo e Reginaldo Manzotti formam o segundo pelotão de bons vendedores. Se acrescentarmos a cantora gospel Damares e a coletânea "No Coração da Jornada", com temas da Jornada Mundial da Juventude, ao time de padres, veremos que a fatia religiosa, como um todo, responde por um quarto dos discos mais vendidos (cinco títulos no total).

Roberto Carlos, em sua condição de rei, repetiu o sucesso comercial do EP "Esse Cara Sou Eu" e emplacou mais um EP entre os mais vendidos, "Remixed", o vice da lista. Anitta, em sua condição de grande revelação comercial de 2013, também está na lista com seu disco homônimo.

A lista ainda reafirma uma marca de décadas do mercado fonográfico brasileiro que é a prevalência do consumo de música nacional. Demi Lovato, One Direction e Lady Gaga são os únicos representantes estrangeiros dentre os mais vendidos.

Só não vale deduzir deste levantamento que os demais gêneros estão em baixa no país. Comprando menos, pirateando ou baixando, há gente ouvindo de tudo e o que bem entende, diante de uma oferta exorbitante, bem longe dos filtros medidores do mercado.

Veja a lista completa dos 20 discos mais vendidos no Brasil em 2013:

1) "Já Deu Tudo Certo" (EP) - Padre Marcelo Rossi
2) "Remixed" (EP) - Roberto Carlos
3) "Um Ser Amor" (EP) - Paula Fernandes
4) "Edição Especial" - Paula Fernandes
5) "Anitta" - Anitta
6) "Multishow Ao Vivo" - Paula Fernandes
7) "O Nosso Tempo é Hoje" - Luan Santana
8) "O Maior Troféu" - Damares
9) "Faça-me Crer" - Padre Reginaldo Manzotti
10) "Midnight Memories" - One Direction
11) "Canções Mágicas Disney" - Vários
12) "Te Esperando" (EP) - Luan Santana
13) "No Coração da Jornada" - Vários
14) "Sambas de Enredo 2014" - Vários
15) "Viva Por Mim" - Victor & Leo
16) "Artpop" - Lady Gaga
17) "Queremos Deus" - Padre Fábio de Melo
18) "Live in London - At Royal Albert Hall" - Jorge & Mateus
19) "Teorias" - Zezé Di Camargo & Luciano
20) "Demi" - Demi Lovato




19 de mar. de 2014

Produtor argentino entrega: negociações para Paul no Brasil em setembro; Stones no último trimestre

Me segura, Braseeeeel, que eu tô voltando
O produtor argentino Daniel Grinbank, considerado uma das principais figuras na cena de shows internacionais em seu país, abriu o verbo em entrevista à rádio local Rock & Pop e entregou algumas negociações de shows na América do Sul que estão em curso.

Segundo Grinbank, Paul McCartney negocia um retorno ao Brasil em setembro ou outubro para completar sua turnê latina. O músico já está com datas confirmadas no Chile, Peru, Equador e Costa Rica no mês que vem.

O produtor também reforçou que há negociações para que os Rolling Stones façam uma turnê sul-americana no último trimestre do ano - a informação já havia sido antecipada aqui no Brasil pelo jornal Destak. A conclusão das negociações depende, porém, da decisão dos Stones de prosseguir com a "14 On Fire", disse o produtor. A banda anunciou o cancelamento de datas na Austrália e na Nova Zelândia em decorrência da morte da namorada de Mick Jagger, L'Wren Scott, encontrada morta na última segunda (19). Gribank disse que, se a vinda dos Stones à América do Sul não se concretizar neste ano, não se concretizará nunca mais. De acordo com o produtor, parte da equipe que trabalha na turnê da banda já está comprometida com excursões do AC/DC e do U2 planejadas para 2015.

Ouça a entrevista de Grinbank aqui.    

17 de mar. de 2014

Desculpe, Neymar. #VaiTerMúsicaAntiCopa

"Desculpe, Neymar", é o que canta Edu Krieger

A Copa de 2014 ainda não tem um tema musical pra chamar de seu (só um rascunho do que vai ser a música-tema com Pit Bull cantando algo que não tem identificação com a relação entre o brasileiro e o futebol). Mas uma música que expõe o outro lado da Copa, o da insatisfação popular, que explodiu, num belo capricho do destino, em pleno país do futebol, já existe: "Desculpe, Neymar", recém-lançada pelo carioca Edu Krieger.

Em pouco mais de dois minutos de voz e violão, o compositor fala diretamente com o principal ídolo da seleção e com o técnico Felipão sobre sua rejeição do mundial em função de muitas das mesmas razões que vêm sendo expostas pelos movimentos das ruas (ainda que as demandas dessas manifestações não se restrinjam a questões relativas à Copa) - os gastos bilionários com a competição X o descaso com as incontáveis mazelas do país, pra resumir. Parece que as canções de protesto estão de volta, mesmo.

Ouça a música e veja a letra abaixo.


DESCULPE, NEYMAR
(Edu Krieger)

Desculpe, Neymar
Mas nesta Copa eu não torço por vocês
Estou cansado de assistir o nosso povo
Definhando pouco a pouco
Nos programas das TVs
Enquanto a FIFA se preocupa com padrões
Somos guiados por ladrões
Que jogam sujo pra ganhar
Desculpe, Neymar
Eu não torço desta vez

Parreira, eu vi
Aquele tetra fez o povo tão feliz
Mas não seremos verdadeiros campeões
Gastando mais de 10 bilhões
Pra fazer Copa no país
Temos estádios lindos e monumentais
Enquanto escolas e hospitais
Estão à beira de ruir
Parreira, eu vi
Um abismo entre Brasis

Foi mal, Felipão
Quando Cafu ergueu a taça e exibiu
Suas raízes num momento tão solene
Revelou Jardim Irene
Um retrato do Brasil
A primavera prometida não chegou
A vida vale mais que um gol
E as melhorias onde estão
Foi mal, Felipão
Nossa pátria não floriu

Eu sei, torcedor
Que a minha simples e sincera opinião
Não vai fazer você, que ganha e vive mal
Deixar de ir até o final
Junto com nossa seleção
Mesmo sem grana pra pagar o ingresso caro
Nunca vai deixar de amar o
Nosso excrete aonde for
Eu sei, torcedor
É você que tem razão

O Metallica acabou em 1991 pra muita gente

O Metallica trabalhando à toa para produzir música nova que a maioria não quer ouvir

Conforme prometido quando anunciou a turnê na América do Sul, o Metallica vai apresentar uma música nova no lado de cá do Equador. A banda divulgou na semana passada imagens dos trabalhos em estúdio durante a produção da composição inédita. Mas James e cia. talvez não precisassem se dar ao trabalho. A julgar pela decisão do público, que teve a oportunidade de escolher, dentre todas as músicas já feitas pelo Metallica, quais a banda tocará no show do próximo dia 22, no Morumbi, a maioria não está com vontade de ouvir coisa nova.

Das 17 músicas mais votadas pelos fãs brasileiros, 15 foram compostas até 1991 (veja abaixo). A exceção, de fato, ao Metallica pós-"Black Album" (o disco lançado neste limite temporal (in)conscientemente criado pelos fãs) é "Fuel", presente em "Reload", de 1997. Há também "Whiskey in the Jar", gravada em 1998 para o disco "Garage Inc.", mas, além de não ser de autoria do Metallica, é uma música mais velha ainda que os sucessos que a banda produziu entre 1983 e 1991 - a música é uma tradicional canção irlandesa e já foi gravada por muita gente do rock, sendo uma das principais versões a do Thin Lizzy, feita em 1993. O resultado das votações no Equador, Chile, Argentina, Paraguai, por onde a banda também vai passar, e por países europeus difere quase nada do resultado da enquete brasileira. Quando há alguma música diferente, ela também é pré-1991 (caso de "Whiplash", de 1983, e "Blackened", de 1989, recorrentes nos resultados dos demais países sul-americanos).

É claro que toda banda tem seu auge criativo, seguido por momentos não tão inspirados, e é por isso que, por exemplo, o público quer ouvir cinco músicas do "Black Album". Ou que "Master of Puppets", do disco homônimo de 1986, e "One", de "...And Justice For All", de 1989, são a primeira e a segunda mais votadas em todas as enquetes da América do Sul e nas votações que foram abertas na Europa até o momento. É um consenso muito claro e óbvio que o melhor período do Metallica se concentra nesse espaço de tempo. E é claro que um setlist não pode virar as costas pra isso. Mas é curioso perceber que a maioria do público simplesmente ignora o que a banda fez nos últimos 23 anos. Será que é tão ruim assim? (Não acho que é. Sério que "Hero of the Day" não significa nada pra vocês que aprenderam a ouvir Metallica nos anos 1990 por causa da MTV?). E se for tão ruim assim, por que continuar acompanhando a banda se você não está disposto a abrir os ouvidos para o que ela tem a te oferecer enquanto está em atividade?

O fato de o Metallica ser uma banda que ajudou a levar o heavy metal para o mainstream e, com isso, conseguiu atrair gente acostumada a ouvir outros gêneros musicais pode ser apontado por alguém como justificativa para a prevalência das músicas mais populares em detrimento de outras mais, digamos, alternativas na votação. Mas não acho que fãs ocasionais estejam mais interessados em escolher o que a banda toca do que fãs que são profundos conhecedores da discografia do grupo. Seja lá quem votou, houve uma opção acomodada pelo mais do mesmo (o repertório escolhido é parecidíssimo com os dos shows mais recentes da banda aqui, no Rock in Rio em 2011 e 2013) num raríssimo momento em que o artista deixa os fãs escolherem o que ele vai apresentar.

Vira o disco, alguém diria pra esse pessoal. Mas parece que ninguém quer virar porque fez a agulha propositalmente arranhar a última faixa do "Black Album", que vai ficar se repetindo eternamente na vitrola do tempo. Por isso mesmo, não vai dar para aceitar choradeira quando o Metallica decidir terminar, porque isso já aconteceu há 23 anos para os ouvidos de muita gente, que só não percebeu porque está dormindo profundamente por causa do Sandman.

Veja abaixo as escolhas dos fãs segundo o álbum e a lista de músicas que estarão no show conforme porcentagem de votos. 

Ouça, mais abaixo, a nova música do Metallica, "The Lords of Summer", que foi apresentada pela primeira vez no domingo (16), em Bogotá, na Colômbia.





Editado às 10h21 de 17/03/2014.

15 de mar. de 2014

Mea-culpa 11/3 a 14/3

Ele é fucking Marr, mas não é super herói e está com a mão quebrada

Tudo que eu queria ter postado essa semana, mas não postei

- Johnny Marr quebrou a mão, mas a produção do Lolla garante que ele não vai deixar o Brasil na mão

- Kanye West veio carnavalizar no Brasil e aproveitou pra dar um rolezinho no estúdio com o Emicida

- Uma semana de muitos covers: Krist Novoselic tocando Lorde

- Arcade Fire tocando Prince

- Prince tocando Michael Jackson

- E Tame Impala também tocando Michael Jackson

- Tem clipe novo do Johnny Cash pra promover o lançamento da caixa de raridades "Out Among The Stars"

- E clipe novo da Lily Allen, "Our Time", com cenas da moça bêbada que não ver ser cortadas do vídeo, conforme pediu a MTV

- Alguém resgatou do além essa parceria do Jay-Z com o Daft Punk

- O Led Zeppelin entrou na farra dos relançamentos e vai colocar outra vez no mercado os três primeiros discos com algumas inéditas

14 de mar. de 2014

Santigold, Rita Ora, Rihanna ou Lord: escolha sua make

Santigold buscou inspiração no fim do mundo pra te deixar mais bonita


Parece até que foi combinado. Santigold, Rita Ora e Rihanna lançaram neste início de ano, uma após a outra, linhas de maquiagem em edição limitada com gigantes dos cosméticos. Lorde será a próxima da lista, provavelmente em meados de 2014. Não deixa de ser uma jogada super esperta das marcas, que associam as moças famosas ao seus produtos para fisgar o público, mas é interessante ver como elas, hum, se expressam fora da música.

A parceria da Santigold com a californiana Smashbox é a mais interessante nesse sentido. Em desenvolvimento desde 2012, aquela época em que o mundo inteiro falava sobre o fim do mundo, a coleção carrega um pouco dessa mística e é inspirada, segundo a cantora, nessa "era dourada pós-apocalíptica". Por isso mesmo, foi batizada de The Santigolden Age. Ela acrescentou seu interesse por seres extra-terrestres na história e, voilá, temos o delineador "verde marciano" e o rímel "El Dorado" (que é dourado). Há também dez tons de sombras, gloss e um batom em formato de anel em tons que, em tese, caem bem em todos os tons de pele. As embalagens também foram criadas por Santi.



Rita Ora, por sua vez, se juntou à Rimmel para lançar uma linha de esmaltes e batom hidratante. As 12 cores de esmalte seguem bem o estilo vibrante da cantora: vêm em tons de azul, verde e laranja. Os nomes dos tons, como é regra geral na indústria de esmaltes, são a parte pitoresca da história: Oragasm, Rita Rouge e White Hot Love. O batom hidratante (aqueles em formato de lápis que a Clinique transformou em febre com o Chubby Stick) vem em cinco tons que passeiam pelo rosa e vermelho, todos eles escolhidos por Rita.  



Já RiRi repetiu sua parceria com a MAC, para quem já desenvolveu liha completa de maquiagens, mas desta vez de forma mais enxuta. Ela lançou dois novos batons para a linha Viva Glam. Parece pouco, mas são dois vermelhos escandalosos, a cara de Rihanna e do jeito que a gente gosta.



Lorde, que tem nos lábios cobertos por batons de tons dark um dos elementos marcantes de sua imagem, vai se juntar a Rihanna no time de colaboradoras da MAC e lançar, no verão do hemisfério norte, sua própria coleção com a marca canadense. Ainda não há informações detalhadas sobre os itens e as tonalidades que vão compor a linha, mas um dos gráficos liberados para divulgar a parceria dá pistas de que ela será fiel ao visual meio vamp, meio gótico que tem apresentado publicamente.



No Brasil, os produtos da Smashbox e da MAC estão disponíveis na Sephora - lembrando que a MAC também tem lojas próprias no país. Produtos da Rimmel só mesmo quando pintar aquela viagem internacional.

13 de mar. de 2014

O rock proibidão dos Rolling Stones (na China)

Ditadura chinesa não quis saber de "Honky Tonk Women"

Mais uma da série não tá fácil pra ninguém: os Rolling Stones tiveram que alterar o repertório de seu show em Xangai, ontem, devido à censura do governo chinês. "Honky Tonk Women", que vinha sendo presença constante no setlist da turnê 14 on Fire, foi "vetada", conforme informou eufemisticamente mensagem no twitter da banda. O teor sexual da letra - que, convenhamos, é apenas levemente sugerido - pode ter motivado a censura.

"Brown Sugar", que também vinha sendo em shows da turnê, ficou igualmente de fora, porém nada foi dito para explicar sua ausência no setlist. Mas é bom lembrar que "Brown Sugar" é também um dos "desafetos" do governo chinês. Em 2006, quando os Rolling Stones se apresentaram pela primeira vez na China, o governo proibiu que a banda a tocasse - a letra da música é inspirada em uma das namoradas de Jagger, mas brown sugar também é uma gíria para se referir à heroína. "Honky Tonk Woman", junto com "Beast of Burden" e "Let's Spend the Night Together" também foram vetadas à época. É praxe que bandas submetam às autoridades do país a lista de músicas antes de sua apresentação ao vivo.

Mesmo com as restrições, tio Mick e companhia parecem ter se divertido. Em sua conta no Twitter, Mick Jagger disse que ficou impressionado com o fato de alguns fãs terem compreendido seu mandarim. Já Ronnie Wood subiu ao palco com uma camiseta vermelha (um vermelho digno da bandeira chinesa) com uma estampa de cavalo (exatamente agora que, em 2014, o animal rege o ano, segundo a tradição do horóscopo chinês). Espertinho esse Ronnie.

Serelepes na China, Mick falou mandarim e Ronnie evocou simbologia do horóscopo chinês

Os Stones passeiam com a 14 on Fire pela Ásia e Oceania até abril. No segundo semestre, ao que tudo indica, a rota vai se deslocar para a Europa. Nesta semana, a banda confirmou shows na Bélgica e na Holanda, em junho, período em que o calendário europeu de shows está em seu auge em função dos incontáveis festivais de verão do hemisfério norte - não por acaso, os dois shows anunciados serão em festivais. No fim do ano, a América do Sul pode ser o destino: a banda abriu a agenda de novembro para negociar datas no lado de baixo do Equador (inclusive o Brasil), conforme antecipou o jornal Destak.  


12 de mar. de 2014

O Brasil felizão com o Pharrell

Pharrell quer te ver feliz


Repetindo o que aconteceu com "Lisztomania", do Phoenix, alguns anos atrás, gente do mundo inteiro está fazendo vídeos dançando "Happy", do Pharrell, pelas ruas de suas respectivas cidades. O Brasil entrou na onda com BH, Curitiba e Campinas e os vídeos você vê abaixo. O projeto We Are Happy From, criado por fãs da França, se esforça para compilar todo esse material e, até o momento, reúne quase 600 vídeos de 78 países.

Pharrell também quer que você mostre sua felicidade pra ele e está recebendo vídeos. A proposta, porém, é mais ampla, e envolve uma parceria com a ONU para celebrar o Dia Internacional da Felicidade (sim, descobrimos que ele existe), em 20 de março. Você pode enviar seu vídeo "seja dançando, cantando ou apenas sendo feliz", conforme as instruções do site criado para o projeto. No dia em questão, o material será exibido no site 24 Hours of Hapinness, no mesmo formato do 24 Hours of Happy, que hospeda a versão de 24 horas de duração do clipe de "Happy".  


)

)

)

11 de mar. de 2014

Mais um motivo para você amar Beyoncé

Ela simplesmente está no comando. Nada mais, nada menos

Depois de chamar atenção para a desigualdade de renda entre os gêneros em artigo para o The Shriver Report (relatório produzido pela organização A Woman's Nation, que pesquisa as mudanças do papel da mulher na sociedade), Beyoncé colaborou para mais uma iniciativa voltada para a valorização das mulheres.

Ela é uma das vozes da campanha #BanBossy, realizada pela Lean In, organização da chefe operacional do Facebook, Sheryl Sandberg, que discute formas de dar mais poder às mulheres. O propósito da campanha é desencorajar o uso do termo mandona ("bossy") para se referir a meninas e mulheres que demonstram comportamento de liderança. A iniciativa quer chamar atenção para o fato de que, usualmente, esse tipo de comportamento ganha leituras diferentes se apresentado por um homem ou mulher. Se um homem é assertivo e se impõe, ele é visto como um líder, palavra com valores positivos; se é uma mulher, é vista como mandona, um termo com carga positiva - talvez alguém que se lembre que essa foi uma discussão bastante recorrente na época em que a presidente Dilma Rousseff assumiu o cargo e ganhou fama de, adivinhe, mandona.

A ideia, em última análise, é estimular a confiança e atitudes de liderança em garotas - segundo dados da campanha, entre o ensino fundamental e o médio, a confiança das meninas diminui 3,5 vezes mais que a dos meninos; meninas estão propensas a se preocupar duas vezes mais que os meninos com a possibilidade de que um cargo de liderança as faça parecer "mandonas".

Além de Beyoncé (que é líder de si mesma, posto que tem total controle sobre tudo em sua carreira), outras mulheres em postos de liderança de destaque também dão suporte à campanha, como a ex-secretária de Estado norte-americana Condoleeza Rice e a estilista Diane Von Furstenberg. Homens, que ainda não são figuras tão recorrentes quanto necessário em iniciativas desse teor, também participam da campanha. No vídeo que reúne depoimentos de todos esses apoiadores (veja abaixo), sobrou para Beyoncé a fala mais diva, curta e grossa possível: "I'm not bossy. I'm the boss" (Não sou mandona. Eu sou a chefe). Who run the world?


)

10 de mar. de 2014

Cinco filmes sobre música que você vai ver em breve

Ney Matogrosso, Tim Maia, Frankie Valli, James Brown e Jimi Hendrix vão estar nos cinemas
Agora que as estatuetas do Oscar foram entregues e que 2014 começou pra valer, com a passagem do Carnaval, já estamos autorizados a colocar o foco naquilo que o cinema nos reserva neste ano. Pra quem gosta de cinebiografias e documentários sobre ícones musicais, a safra é promissora. Ney Matogrosso, Tim Maia, os Four Seasons, James Brown e Jimi Hendrix estão no cardápio de estreias previstas para os próximos meses. Veja:




Olho Nu, sobre Ney Matogrosso
Apresentado como um filme-ensaio sobre o cantor, é um mosaico de memórias antigas e recentes do artista construído a partir de 300 horas de imagens guardadas pelo próprio Ney e outras 200 feitas especialmente para o longa. A direção é de Joel Pizzini. O filme já circulou por alguns festivais no Brasil e vai se transformar em série a ser exibida pelo Canal Brasil.
Previsão de estreia: 8 de maio




Jersey Boys, sobre Frankie Valli e os Four Seasons
Com direção de ninguém menos que Clint Eastwood - o que já justifica a ida ao cinema, é a cinebiografia do conjunto vocal dos anos 1960 que deu ao mundo o hit romântico "Can't Take My Eyes Off You". O foco maior será na trajetória do líder do grupo, Frankie Valli, interpretado pelo ator e cantor John Lloyd Young, que viveu Valli no musical da Broadway homônimo ao filme.
Previsão de estreia: 26 de junho




Tim Maia
Cinebiografia do Síndico baseada no livro Vale tudo – O som e a fúria de Tim Maia, de Nelson Motta, que também serviu de referência para o musical que rodou teatros brasileiros no ano passado. Tim Maia será vivido por Robson Nunes (que interpretou o artista no especial da Globo Por Toda Minha Vida) na fase adolescente e por Babu Santana na fase adulta. A direção é de Mauro Lima (Meu Não é Johnny).
Previsão de estreia: 31 de julho




Get on Up, sobre James Brown
Cinebiografia que retraça a história do menino pobre que se converteu no Godfather of Soul. Quem vive Brown é Chadwick Boseman, que recentemente fez o papel de outro ícone negro nos cinemas: Jackie Robinson, primeiro jogador negro da liga de beisebol dos Estados Unidos cuja história foi retratada em 42 - A História de uma Lenda (2013). A direção é de Tate Taylor e a produção, de Mick Jagger, que conviveu com o cantor nos bastidores da música nos anos 1960 e 1970.
Previsão de estreia: 1º de agosto nos Estados Unidos. Ainda não há previsão de estreia no Brasil




Jimi: All Is By My Side, sobre Jimi Hendrix
É muito provável que a tradição de títulos com tradução esdrúxula aqui no Brasil resulte em algo como Um Ano Na Vida de Jimi Hendrix. A narrativa sobre o guitarrista que é levada para o cinema está condensada nos anos de 1966 e 1967, período em que o músico saiu de Seattle para Londres, formou a Jimi Hendrix Experience e viveu o auge de sua produção artística. O longa inglês, que será exibido pela primeira vez em território norte-americano nesta semana, na mostra de filmes do monstruoso festival South by Southwest, ganha fôlego em momento preciso: a direção e o roteiro são de John Ridley, que levou o Oscar de melhor roteiro adaptado pelo já consagrado 12 Anos de Escravidão. Já Hendrix é vivido por Andre 3000, vocalista do duo Outkast, que volta aos palcos nos próximos meses após hiato de sete anos.
Previsão de estreia: será lançado no circuito comercial no verão do hemisfério norte. Ainda não há previsão de estreia no Brasil


9 de mar. de 2014

Tchau, iPod. Olá, PonoPlayer. É isso que o Neil Young quer

Em formato de embalagem de Toblerone, o  player de música digital (que não é MP3) do Neil Young vai ser apresentado na terça e estará à venda a partir de quinta

Neil Young vai contar pra gente nesta terça (11), em palestra no South by Southwest, qual é a real do seu Pono, novo formato de arquivos de áudio, reprodutor (PonoPlayer) e serviço de música digital (PonoMusic) que promete música em alta resolução no qual ele vem trabalhando há aproximadamente dois anos. Tudo isso pra ver se convence a moçada a comprar o PonoPlayer, a parte física do sistema, que vai estar à venda a partir de quinta (15) no Kickstarter a preço promocional - embora o valor do desconto não tenha sido informado, é oficial que o aparelho chegará ao mercado custando US$ 400.

Um purista do som, Neil Young quer salvar os ouvidos das novas gerações do que ele considera ser uma baixa qualidade do áudio oferecido nos serviços de música digital como iTunes e Spotify. Em entrevista feita quando o projeto ainda se encontrava em fase preliminar, Young disse que arquivos de MP3 chegam a ter apenas 5% dos dados contidos em uma gravação original. E o que ele quer (e está prometendo) é recuperar essa qualidade perdida.

Young recrutou a Ayre, empresa especializada em tecnologia de áudio, para desenvolver um formato de áudio que permitisse aos ouvintes ter acesso às gravações com qualidade de estúdio e a maior fidelidade de áudio possível. Estima-se que os arquivos terão uma taxa de bits de 320 kbps (kilobit por segundo). Este é o valor máximo suportado atualmente pelo MP3, mas, em média, estes arquivos vêm com uma taxa de 128 kbps. A taxa de bits indica a quantidade de dados guardada por unidade de tempo.

Na prática, o Pono vai funcionar assim: o PonoPlayer vai vir com memória de 128 GB, o suficiente para armazenar entre 1 mil e 2 mil álbuns, segundo o fabricante (daí a estimativa de cada arquivo ter uma taxa de bits de 320 kbps). Em formato de embalagem de Toblerone, o aparelho tem tela touch screen, suporta cartão de memória e vai custar US$ 400 (nos Estados Unidos, o iPod Classic, com 160 GB, custa US$ 260). A PonoMusic é a loja online onde será possível fazer o download de músicas e discos do catálogo de gravadoras grandes e independentes por valores ainda não informados. Fones de ouvido customizados para o PonoPlayer também estarão à venda na loja. Um aplicativo para desktop vai fazer a ponte entre os dois anteriores, permitindo o download e a sincronização de música não só do Pono, mas também de "outros serviços de música de alta resolução", segundo o comunicado oficial sobre o lançamento do produto.

Muito poético, Neil Young disse que ouvir o Pono é como "ver os primeiros sinais da luz do dia logo depois de sair de uma sala de cinema em um dia ensolarado". Eu, que só vou ao cinema no fim da tarde ou à noite (quando vou, porque às vezes vejo os filmes do meu computador), e que passei a infância ouvindo vinil e fitas K7, comecei a adolescência ouvindo CD e sigo firme no MP3 desde a era Napster, aprendi a não me apegar a formatos. Quero mesmo o som entrando pelos meus ouvidos da maneira mais fácil e imediata possível. E acho que meus ouvidos, nesse meio tempo, desaprenderam a diferenciar contrastes em ondas sonoras, bits ou que o for - a não ser que sejam diferenças muito óbvias. Suspeito que tem toda uma geração pós-Napster mais radical ainda nesse sentido. Ou seja, Neil Young tem um grande desafio pela frente. Mas, como é um senhor muito do distinto, merece pelo menos nossa atenção.

8 de mar. de 2014

Mea-culpa 3/3 a 7/3

Pitty e Sky Ferreira têm algo pra te ensinar sobre as mulheres


Tudo que eu queria ter postado essa semana, mas não postei:

- Pitty e Sky Ferreira fizeram declarações que ensinam muito mais sobre a condição feminina que este 8 de março. LEIA aqui e aqui

- Julian Casablancas revelou trechos do seu segundo disco solo e parece que não é tão ruim quanto o primeiro

- Ouça o EP do Kimono Kult, novo projeto do Frusciante e do Omar Rodríguez-López

- Se você tiver paciência, pode ver o show de oito horas que o Billy Corgan fez inspirado em "Siddhartha"

- Clipes novos na praça: "Erdbeer Mund", do Franz; "Greens And Blues", do Pixies; e "Arabella", do Arctic Monkeys

- O U2 amarelou e adiou o lançamento de seu novo disco. Agora, só em 2015

- "World Peace Is None Of Your Business". Este é o Morrissey sendo Morrissey e dando nome pro seu novo disco (que deve sair em junho ou julho)

- Enquanto o disco não sai, você pode se divertir com a timeline multimídia que conta a história dos Smiths

7 de mar. de 2014

O cafezinho do Beck

Ação promocional relâmpago não permitiu sequer sentir o cheirinho do café

Depois de James Murphy, é a vez de Beck lançar seu próprio blend de café, batizado de "Morning Phase", mesmo nome do álbum que o músico acaba de lançar. Em versão limitadíssima, o produto foi feito especialmente para promover o novo trabalho e foi servido em algumas audições do disco promovidas nos Estados Unidos. A produção ficou a cargo da Handsome Coffee Roasters, baseada em Los Angeles e especializada em cafés artesanais e exclusivos.

6 de mar. de 2014

Pharrell quer dominar o seu guarda-roupa (além do mundo, claro)

O midas modelando com uma peça de sua própria coleção para a Uniqlo

Depois de rapar todas no Grammy, lançar disco novo ("Girl") e dançar com a para sempre diva Meryl Streep e com a maravilhosa nova it girl no Oscar, Pharrell vai lançar uma coleção em parceria com a marca japonesa Uniqlo. A linha consiste em camisetas masculinas e femininas, além de bonés (nada de chapéu, será?), e foi batizada de "i am OTHER", em referência ao coletivo homônimo do produtor, que desenvolve projetos de música, cinema, moda, dentre outros, com base em conceitos de inovação e criatividade.

A coleção completa vai ser revelada no dia 31 de março e chega às lojas em 14 de abril. Como aperitivo, a partir do próximo dia 21, um número limitado de uma das camisetas, usada por Pharrell nas primeiras imagens de divulgação, vai estar à venda online.


Oceania Greatest Hits by Bruce Springsteen

Ele só quer saber de agradar a galera

Bruce Springsteen finalizou uma série de shows na Austrália e na Nova Zelândia nesta semana e mostrou que incluir um hit do repertório local no setlist não foi um agrado exclusivo para o Brasil - o boss tocou "Sociedade Alternativa" em sua passagem por São Paulo e Rio, no ano passado. Bruce é um cara legal sempre, e faz o maior esforço pra ganhar a plateia. Na Oceania, o músico lembrou ícones locais em cada um de seus shows com covers que foram escolhidos de forma certeira e detalhista. De modo geral, o foco foi na velha guarda. Da nova geração, só Lorde teve a honra de ser lembrada; ficou faltando um tributo à turminha psicodélica do Tame Impala, Jagmar Wa e afins.

"Highway To Hell", do AC/DC, para homenagear a banda cujos membros, apesar de terem nascido na Escócia, migraram para a terra do canguru e lá formaram essa banda que, você sabe, merece o respeito de qualquer um. Bruce tocou nos shows de Adelaide (com o muso Tom Morello), Melbourne e Perth - nesta última, há uma estátua de Bon Scott, primeiro vocalista da banda.



"Don't Change", do INXS, para homenagear a banda de Michael Hutchence no show de Sidney, mesma cidade onde o grupo nasceu. Bruce e a E Street Band mantiveram o jeitão oitentista do single, um dos primeiros da carreira do INXS, lançado em 1982.




"Friday On My Mind", do Easybeats, para homenagear esta banda que foi um dos principais nomes do pop rock australiano nos anos 1960. O cover também foi feito no show de Sidney, onde a banda se formou. Coincidentemente, o posto de guitarrista do grupo foi ocupado por George Young, irmão mais velho de Angus e Malcolm Young, a dupla endiabrada do AC/DC. George, inclusive, produziu a banda dos irmãos mais famosos e também é coautor de outro hit vindo da Austrália, "Love Is In The Air", mas este sucesso Bruce preferiu ignorar pra não pagar de tiozinho.



"Stayin' Alive", do Bee Gees, para homenagear os irmãos ingleses que se mudaram para Queensland, na Austrália, e lá deram início à sua carreira de sucesso (essa coisa de irmãos britânicos que se mudam para a Austrália para fazer música dá certo, não é mesmo?). A E Street Band deu bastante peso ao hit, o que livrou Bruce de dancinhas à la Tony Manero.



"Royals", da Lorde, em Auckland, na Nova Zelândia, terra natal da moça que é dona de um dos hits de 2013. O rap ganhou releitura pelas mãos de Bruce e virou um solo acústico com introdução de gaita.

5 de mar. de 2014

Iggy Azalea faz clipe-tributo a "Patricinhas de Beverly Hills"

Quem nunca sonhou, no alto de seus 11 anos,  fantasiar-se de Cher Horowitz?

Se Ferris Bueller ensinou que ~curtir a vida adoidado~ deve ser sempre uma premissa em nossa conduta, Cher Horowitz ensinou que é mais que necessário ter um computador para escanear todo nosso guarda-roupa uma moça apenas bonitinha com a cabeça vazia não vai a lugar algum. Por isso, "Patricinhas de Berverly Hills" (1995) é um daqueles filmes que se tornam ícone de uma geração para o bem ou para o mal - atire a primeira pedra a moça que nunca pagou R$ 2 na locadora pelo menos uma dezena de vezes pra ver e rever o filme que, pra ser ainda mais espetacular, tinha como protagonista Alicia Silverstone, a estrela da trilogia de clipes de "Get a Grip", do Aerosmith ("Crazy", "Cryin'" e "Amazing").

Do alto de seus 23 anos, a rapper australiana Iggy Azalea certamente viveu tudo isso anos atrás e, agora, presta a devida homenagem no clipe do single "Fancy". Vestida com um dos principais figurinos de Cher no filme - aquele terninho e saia xadrez com meias 3/4 brancas, a rapper desfila pelos corredores da mesma escola onde o longa foi filmado e conduz a brincadeira de adivinhar as referências a algumas das cenas do filme. O closet digitalizado, a amiga Dionne e seu espalhafatoso chapéu, a aula de educação física e o lanche no refeitório (quando Cher parte um hambúrguer com garfo e faca "porque assim engorda menos") foram alguns dos trechos que ganharam referência no clipe. Veja abaixo.


Veja também o making of do vídeo.

1 de mar. de 2014

Mea-culpa 24/2 a 28/2

Boss in Drama colocou Elis na pixxxta

Tudo que eu queria ter postado essa semana, mas não postei:

- Boss in Drama lançou mais um remix delicioso de sua (infelizmente) curta série de remixes com cantoras brasileiras: a escolhida da vez é Elis Regina com "Alô, alô, marciano"

- Criolo, DJ Marky, Lovefoxx e outros brasileiros contaram pro The Guardian quais músicas lhes remetem ao Carnaval. E o jornal inglês chamou tudo de world music. Blé

- James Murphy criou uma trilha sonora para o metrô de NY

- Kings of Leon e Coldplay apareceram de música nova nesta semana: "Temple" e "Midnight", respectivamente

- Mike Love homenageou Geroge Harrison na semana do aniversário de 71 anos do beatle com música nova, "Pisces Brothers"

- Mano Brown canta pra você um pedacinho de "Foi Num Baile Black", que vai estar em seu solo "Boogie Naipe"

- Bruce Springsteen vai lançar quatro músicas novas em abril
Tecnologia do Blogger.