13 de mar. de 2014

O rock proibidão dos Rolling Stones (na China)

Ditadura chinesa não quis saber de "Honky Tonk Women"

Mais uma da série não tá fácil pra ninguém: os Rolling Stones tiveram que alterar o repertório de seu show em Xangai, ontem, devido à censura do governo chinês. "Honky Tonk Women", que vinha sendo presença constante no setlist da turnê 14 on Fire, foi "vetada", conforme informou eufemisticamente mensagem no twitter da banda. O teor sexual da letra - que, convenhamos, é apenas levemente sugerido - pode ter motivado a censura.

"Brown Sugar", que também vinha sendo em shows da turnê, ficou igualmente de fora, porém nada foi dito para explicar sua ausência no setlist. Mas é bom lembrar que "Brown Sugar" é também um dos "desafetos" do governo chinês. Em 2006, quando os Rolling Stones se apresentaram pela primeira vez na China, o governo proibiu que a banda a tocasse - a letra da música é inspirada em uma das namoradas de Jagger, mas brown sugar também é uma gíria para se referir à heroína. "Honky Tonk Woman", junto com "Beast of Burden" e "Let's Spend the Night Together" também foram vetadas à época. É praxe que bandas submetam às autoridades do país a lista de músicas antes de sua apresentação ao vivo.

Mesmo com as restrições, tio Mick e companhia parecem ter se divertido. Em sua conta no Twitter, Mick Jagger disse que ficou impressionado com o fato de alguns fãs terem compreendido seu mandarim. Já Ronnie Wood subiu ao palco com uma camiseta vermelha (um vermelho digno da bandeira chinesa) com uma estampa de cavalo (exatamente agora que, em 2014, o animal rege o ano, segundo a tradição do horóscopo chinês). Espertinho esse Ronnie.

Serelepes na China, Mick falou mandarim e Ronnie evocou simbologia do horóscopo chinês

Os Stones passeiam com a 14 on Fire pela Ásia e Oceania até abril. No segundo semestre, ao que tudo indica, a rota vai se deslocar para a Europa. Nesta semana, a banda confirmou shows na Bélgica e na Holanda, em junho, período em que o calendário europeu de shows está em seu auge em função dos incontáveis festivais de verão do hemisfério norte - não por acaso, os dois shows anunciados serão em festivais. No fim do ano, a América do Sul pode ser o destino: a banda abriu a agenda de novembro para negociar datas no lado de baixo do Equador (inclusive o Brasil), conforme antecipou o jornal Destak.  


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