8 de abr. de 2014

A depressão pós-Lolla

Sonhei que ainda estava no show do Arcade Fire. "Wake up!"
Acordei no meio da madrugada de segunda-feira achando que estava no show do Arcade Fire, que encerrou o Lollapalooza Brasil no domingo (6). Levou só alguns segundos pra eu perceber que estava na cama. E só mais outros poucos segundos pra sacar que este era o primeiro sintoma daquilo que chamo de depressão pós-show. É aquela sensação de vazio, aquela ressaca afetiva e emocional que costuma atacar depois de uma boa experiência ao vivo.

Após festivais, o quadro tende a ser mais agudo. No caso do Lolla, especificamente, monta-se aquele parque de diversões pra gente grande, com pipoca, picolé, roda gigante, pista de patinação AND bebida, caras gatinhos e uma sequência de shows que você só não acompanha de forma plena porque eles desafiam as leis do tempo (intervalos curtíssimos entre um e outro) e do espaço (distância nível maratona com obstáculos humanos e geográficos entre os palcos espalhados por Interlagos). É como se fosse uma gincana: divirta-se o máximo que puder porque tem hora pra acabar. E quando acaba você sente saudade do que aproveitou e frustração pelo que não deu pra aproveitar. Pimba! É a tal da depressão pös-show dando as caras.

Passa rápido, aviso. Dura até a primeira treta no trabalho, o trânsito ruim ou a conta pra pagar que vão cruzar seu caminho no dia seguinte - pequenos dramas reais do dia a dia. Mas o diagnóstico é quase tão certo quanto os perrengues que você vai arriscar passar pra viver tudo outra vez no ano seguinte.

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