20 de mai. de 2014

Para os fãs de Beatles: quem não tem Liverpool caça com Buenos Aires

Museus dos Beatles pelo mundo: Memorabilia em Buenos Aires X Experiências (como adentrar um submarino amarelo) em Liverpool

Eles têm o Papa, uma quantidade invejável de livrarias, um dos melhores sorvetes do mundo e um jogador de futebol belamente corajoso que se diz melhor que Pelé. O que mais poderiam ter os argentinos que ninguém - ou quase ninguém - nesse mundo poderia ter? Um museu dos Beatles e um Cavern Club, coisas que, de fato e de direito, fazem sentido em Liverpool - onde, realmente, ainda funciona o mítico Cavern Club e também o fofo museu Beatles Story.

Mas a questão é: esse é um diferencial vantajoso dos hermanos? Depende. Depende do quanto e de como você gosta dos Beatles e de música em geral, depende do que você considera ser um museu interessante, depende se você pode arcar com uma viagem com custos em peso ou em libras.

Único museu dedicado aos fab four fora de Liverpool (havia um em Hamburgo, na Alemanha, mas ele foi fechado por falta de público), o Museo Beatle é essencialmente um micro-complexo de memorabilia da banda. É uma pequena sala que concentra cerca de dois mil itens do aficionado Rodolfo Vazquez, argentino que consta no Guinness Book como o maior colecionador de objetos relacionados aos Beatles. Sua coleção soma cerca de 10 mil itens, que rotativamente são expostos no local. Há discos, roupas, bonecos, relógios, autógrafos, bichos de pelúcia, canecas, ingressos, chinelos (sim, um par que foi lançado para promover "Wingspan", um dos álbuns do Paul com o Wings), vitrolas, pacotes de chiclete, peruca e tijolos (sim, um do Cavern Club e outro do Star Club, de Hamburgo, onde os Beatles fizeram uma temporada no estilo prova de fogo antes do estrelato).

Depois da visita, não diria que é um museu dos Beatles, mas sim um museu de um fã dos Beatles. Um museu da beatlemania. Indiretamente, ele indica um pouco do que foi a banda, mas acho que ensina muito mais sobre o tipo de devoção e admiração que a banda provocou nesse último meio século. Lembra muito a London Beatles Shop, que tem à venda muitos dos mesmos itens postos a venda na loja de souvenirs localizada na Baker Street - inclusive autógrafos.

Completam o conjunto de atrações a Sala John Lennon - uma espécie de teatro de bolso, o Star Club Café, com pratos batizados com os nomes dos fab four (como o café Paul) e o Cavern Club portenho, que recebe shows, adivinha, de bandas que fazem cover de Beatles, mas também algumas peças de teatro, obedecendo à vocação de sua sede - tudo está localizado no Paseo La Plaza, uma galeria que concentra salas de teatro e alguns bares.

O Beatles Story, em Liverpool, já segue outro caminho e te oferece uma visita mais focada na experiência que na memória. Como o nome entrega, há um resgate da trajetória da banda e isso é feito principalmente pela reconstituição de espaços que, de uma maneira ou de outra, se tornaram icônicos na história da banda. A impressão que tive foi quando visitei o Beatles Story é que a intenção é te transportar para dentro dessa história. Você caminha pela Mathew Street, endereço do Cavern, sobe no palco do clube em questão, senta-se nas poltronas do avião da Pan Am que levou a banda para a gloriosa e determinante visita aos Estados Unidos, fica preso em um cubículo abafado pela gritaria estridente e histérica das fãs e descobre como o submarino amarelo é por dentro. Alguns objetos e documentos históricos, além de uma sala dedicada à trajetória pós-Beatles de cada um dos fab four e de uma outra dedicada à memória de John completam o material do Beatles Story.

Como sou mais afeita a estes museus moderninhos, e nunca fui uma fã chegada a acumular objetos, acho o Beatles Story um lugar que tem muito mais a acrescentar para quem gosta de Beatles (gente, poder entrar dentro do Yellow Submarine e descobrir como as coisas supostamente seriam lá dentro é uma viagem). Mesmo assim, consigo ver o Museo Beatle como um complemento nessa história toda. Ele é um espaço que dimensiona, em partes, o tipo de impacto que a banda gerou no público e não dá para falar de Beatles sem falar dos beatlemaníacos. Na dúvida, e havendo possibilidade$$$, visite os dois.

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