3 notas sobre a morte de David Bowie

O que eu trouxe na bagagem da Colômbia

A(s) pergunta(s) que eu não fiz para Steve Aoki

21 de jun. de 2014

Mea-culpa 16/6 a 20/6

"Justin Bieber é o futuro do rock", diz Iggy. OI Q???

Tudo que eu queria ter postado essa semana, mas não postei:

- Anistia Internacional usa Iggy Pop e Justin Bieber para mostrar a ineficácia da tortura

- Morrissey homeopático: mais uma faixa do novo "World Peace is None of Your Business", "The Bullfighter Dies"

- Warpaint faz cover de Duran Duran para tributo à banda. Ouça "The Chaffeur"

- Superjam: Skrillex, Lauryn Hill, Warpaint e Janelle Monae dividem o palco no Bonnaroo

- Os meninos ferdinandos estão de volta por completo: turnê do Franz Ferdinand no Brasil passa por São Paulo, no dia 30 de setembro, e no Rio, no dia 2 de outubro, como já havia sido anunciado

- Um clipe bonito para uma música bonita: "Shades of Cool", da Lana del Rey

- Josh Homme apresenta a nova "Villains of Circumstance"

- Interpol também tem novidade: "Anywhere"

- Metallica lança versão oficial de "Lords of the Summer"

20 de jun. de 2014

Ok Go, uma banda de tributo ao clipe

Eles são uma banda videoclíptica

Tente mencionar o nome de uma música do Ok Go. Ou ao menos cantarolar. Talvez não seja tão fácil assim. Agora tente citar um clipe da banda. É provável que imagens mais marcantes surjam na sua memória - as coreografias improváveis na esteira, o plano sequência no estilo de abertura do Rá-Tim-Bum, os cachorros fofinhos.

Talvez um caso inédito na história, o Ok Go virou uma banda que se sobressai exclusivamente por causa de seus vídeos do que por suas músicas. E isso de modo algum é uma coisa ruim (e vamos ser justos, a música da banda é bem agradável). Já há umas duas décadas aproximadamente que o consumo de música tornou-se em, partes, uma atividade audiovisual, muito em função da MTV. O Ok Go é a coroação disso.

Nesta semana, a banda deu mais um passo no sentido da consolidação dessa condição com "The Writing on the Wall". Com a benção de Escher e Dali, o vídeo brinca o tempo todo com a ilusão de ótica em planos milimetricamente montados com pinturas, espelhos e umas parafernálias. E disseram uns anos atrás que o clipe estava na pior. Se isso está na pior, pohãn...

Veja o clipe:



17 de jun. de 2014

O pop explica a primeira rodada da Copa

A Copa é pop, a Copa é hit

A Copa começou com gol contra e pênalti duvidoso, continuou com muitas viradas, alguns poucos empates e surpresas e uma média de gols maior que a de edições anteriores. Tem gringo falando que é a Copa das Copas, tem meme pra mais de metro e não se fala de outra coisa. É um hit mundial a Copa do Fuleco. E se a Copa é pop e a música é uma linguagem universal, juntar as duas coisas pode te ajudar a entender nestes primeiros jogos. É mais ou menos assim que se configura a parada de sucessos do futebol ao fim da primeira rodada:

A Espanha, atual campeã do mundo, é aquela banda que passa pela crise do segundo disco. Fez um baita sucesso no primeiro trabalho, mas na busca pelo bi corre o risco de virar um cover de si mesma por causa da falta de renovação. O primeiro sintoma foi o 5 a 1 aplicado pela Holanda, que é como aquela banda indie super competente, mas que inexplicavelmente nunca atingiu o estrelato. Pode ser que o sucesso mundial finalmente venha agora, mas historicamente é aquela banda que não cruza a fronteira do mainstream mesmo tendo estabelecido referências usadas por muita gente. É um Velvet Underground.

Portugal é o Bon Jovi da Copa. Tem aquele cara bom de hit e bonitão ali na frente e só. Sem alguém como Richie Sambora para armar o ataque fica pior ainda. Cristiano Ronaldo, coitado, responde por um time inteiro, assim como Jon Bon Jovi é praticamente uma metonímia para sua banda, o Bon Jovi.

Os Estados Unidos surgem como aquela banda amadora que passou anos tocando em churrasco e agora resolveu contratar um empresário sério para dar um rumo mais profissional para a carreira. Como o chefe é do ramo (Jürgen Klinsmann, campeão mundial pela Alemanha em 1990) e os caras finalmente estão levando a sério o negócio (gente, os americanos estão se empolgando com uma Copa do Mundo), pode ser que tenhamos pela frente uma novidade interessante.

Chile, Bósnia, Croácia e Bélgica são como aquele pessoal da ~world music~: não seguem a linha do pop mainstream, a crítica especializada costuma apostar, mas eventualmente não se converte em sucesso estrondoso. A Costa Rica é séria candidata a one hit wonder por conta dos 3 a 1 sobre os bicampeões do Uruguai, mas se ganhar mais uma vira o hype da Copa.

Por fim, tem a turma do classic rock. Os feitos do passado vão parecer sempre mais brilhantes que o presente, mas existe um legado que sempre traz junto consigo certa expectativa. O Uruguai é aquela banda das antigas que resolveu ressuscitar a carreira depois de décadas, você achou que viria coisa boa, mas foi surpreendido por um single muito meia boca na estreia. Inglaterra e França são aquelas bandas que fizeram um disco histórico pra nunca mais e desde então vivem altos e baixos. A Inglaterra começou esta Copa com mais um baixo e a Itália, um alto.

A Argentina, tal qual o U2, liderada por uma figura messiânica e com cara de bom moço, arrastando uma multidão de fiéis na mesma proporção que a multidão de haters, fez sua parte e mostrou que continua grande. A Alemanha, linda, ostenta a dignidade inabalável de um Bruce Springsteen. Goleia Portugal por 4 a 0 com a mesma facilidade com que o Boss faz um show de três horas.

O Brasil é o Stones da coisa toda. O mundo sabe que não se pode simplesmente ignorar os gigantes da história ainda que "Exile on Main St" e "Let it Bleed", assim como as seleções de 1970 e 1982, sejam sempre melhores que qualquer coisa que se faça agora. Faltou show e sobrou polêmica na primeira apresentação, mas polêmica também faz parte do rock. Oh, wait! Será que é conveniente comparar a seleção com a banda do maior pé frio da história das Copas?

16 de jun. de 2014

O pop na Copa: Neymar e o Jay-Z enquanto Godzilla das favelas

Jay-Z também tá na Copa!

Você já sabe: tá tendo Copa. E tá tendo muita música da Copa também, e muita música melhor que aquela lá da Fifa, como já provou o Bonde do Rolê. A boa de hoje é "Jungle", remix do senhor Beyoncé, Jay-Z, para "The Game Before the Game", parceria do britânico Jammie N Commons com os norte-americanos do X Ambassadors. Então, na verdade, são duas boas.

Em ambos os casos, as músicas fazem a trilha sonora de um comercial da Beats, marca de fones de Dr Dre, produzido para o mercado norte-americano. Mostrando uma surpreendente capacidade de compreender o espírito da Copa, os americanos, que levam o futebol masculino cada vez mais a sério, revelam os rituais pré-jogo de Neymar, Götze e Chicharito, além de torcedores anônimos e famosos, tais como Serena Williams e Lil Wayne.

Na versão original, de mais de cinco minutos, com música do Commons e dos Ambassadors,  Neymar é a estrela absoluta e abre e encerra o vídeo com uma conversa motivacional com seu pai em belo português, som tão raro para ou ouvidos norte-americanos. No remix de Jay-Z, com versos de tom combativo, o Brasil vira o centro das atenções com referências à Cidade de Deus, o Cristo Redentor e com o rapper se auto-proclamando "o Godzilla das favelas".



Shirley Manson e Brody Dalle só para baixinhos

Elas têm muito o que ensinar às crianças

Shirley Manson e Brody Dalle, essas duas moças super amigas e super fantásticas, estão mais uma vez unidas pela música, após a recente parceria no single "Girl Talk". Desta vez, a novidade é na linha do, hum, digamos, pop mirim (oi?). As duas são as novas colaboradoras do programa infantil "Pancake Mountain", que foi sucesso na TV norte-americana há cerca de cinco anos e está de volta com nova temporada disponibilizada no YouTube e no site da produção.

O programa, que ficou famoso por incluir gente descolada do mundo adulto para atrair a atenção dos pais, tem em sua temporada de retorno música de abertura composta por Brody, que também estrela a vinheta do programa. Bem fiel ao que é, a mãe da Camille e do Orrin com o papi Josh  não se distancia em nenhum momento da atmosfera punk. Já Shirley participa do segundo episódio da temporada, um longo clipe no qual ela ensina termos básicos do alemão para os pequenos. Wunderbar!

Os novos episódios são divulgados todas as segundas-feiras aqui. A participação das superpoderosas Shirley e Brody você vê abaixo.


14 de jun. de 2014

Mea-culpa 9/6 a 13/6

Drake e Lil Wayne se juntaram à la Street Fighter

Tudo que eu queria ter postado essa semana, mas não postei:

- "Drake Vs. Lil Wayne": não é jogo da Copa nem treta de rapper. É só uma turnê que os dois farão juntos nos próximos meses

- Prime Music x Spotify, Pandora e Beats: não é jogo da Copa, mas é treta. O novo serviço de streaming da Amazon quer competir com os demais

- Nile Rodgers manda "Get Lucky" ao vivo

- Psy vive, ainda por cima em dueto com Snoop Dogg em "Hangover"

- Mais uma nova do Morrissey com début ao vivo em Boston: "Kick the Bride Down the Aisle"

- Mais um cancelamento do Morrissey: shows da turnê americana são cancelados por motivos de saúde. Paul McCartney também cancelou shows de junho nos EUA por recomendações médicas e só volta aos palcos em julho

- Arcade Fire toca Echo and the Bunnymen que toca Velvet Underground

- Weezer anuncia disco novo: "Everytinhg Will Be Alright in the End", ainda sem data de lançamento

13 de jun. de 2014

Bonnaroo ao vivo na TV: frescor, repetecos e medalhões

Vai ter Jack White e Bonnaroo na sua TV


Os canais BIS e Multishow transmitem de hoje (13) a domingo (15) alguns dos shows do festival Bonnaroo, que acontece desde ontem no Tennessee, nos Estados Unidos. Serão 17 shows, um compilado razoável, mas apenas um recorte das mais de 30 atrações diárias que o evento apresenta.

Na seleção que foi liberada para o Brasil, Damon Albarn e Jack White lideram o lineup novidadeiro. Ambos apresentam shows de seus mais recentes trabalhos solo, "Everyday Robots" e "Lazaretto", respectivamente. O show de Damon pode servir como tira-teima para o público brasileiro: assista e veja se o novo trabalho funciona bem ao vivo ou não (desconfio que não), e decida se vale vê-lo ao vivo em uma possível turnê brasileira no segundo semestre (um show na Argentina, no dia 7 de outubro, foi confirmado esta semana). Já o show de Jack é o début grandioso e cheio de frescor do novo trabalho que foi lançado na última terça (10) - um recém-nascido.

Em clima de repeteco, Vampire Weekend e Disclosure, que passaram pelo Brasil no Lolla deste ano, também terão seus shows exibidos por aqui. Elton John e Lionel Ritchie, alguns dos nomes de mais peso do festival (em termos históricos), arrematam a programação que será transmitida no Brasil.

Veja abaixo a programação completa.

AO VIVO NO MULTISHOW
SEXTA (13/06)
00:00 -  Kanye West (apresentação aguardando confirmação)

SÁBADO (14/06)
22:00 -  Lionel Ritchie

DOMINGO (15/06)
23:30 - Elton John

AO VIVO NO BIS
SEXTA (13/06)
18:45 - Ben Howard
19:30 - Janelle Monáe
20:30 - Danny Brown
21:30 - Vampire Weekend
22:45 - Pusha T

SÁBADO (14/06)
18:45 - Dr Dog
19:45 - Damon Albarn
21:00 - Phosphorescent
23:30 - Chromeo
00:30 - Jack White

DOMINGO (15/06)
18:45 - Disclosure
20:00 - Warpaint
21:00 - The Avett Brothers
22:30 - City And Colour

12 de jun. de 2014

O pop na Copa: Bonde do Rolê

O Bonde tá na Copa


Habemus música da Copa, finalmente. Quando parecia que o beco estava sem saída, com Jennifer Lopez e Pitbull te cercando de um lado, e Fernanda Takai e Paulo Miklos de outro, o Bonde do Rolê surgiu dando golpes de power rangers aniquilando as inimigas. O trio curitibano apresentou ao mundo "Na Copa do Brasil Só Vai Ter CRAQ", que dá o recado em apenas 1:36.

É rapidinha, bem direta, até porque não há muito o que dizer. Mas tem aquele jeitinho le lek do futebol brasileiro, da ginga e da música local (Phd em trocadilhos infames), além de uma colagem de referências espertas.

#játátendocopa - com gol contra, pênalti roubado e tudo mais



O pop na Copa: St. Vincent

St Vincent bate um bolão

Bem. Não se trata exatamente de uma interseção do pop com a Copa, pois o vídeo é do início do ano, mas o pontapé inicial para o mundial, hoje, fez o material ressurgir das profundezas da internet. Trata-se de imagens da moça St. Vincent ensinando como se faz uma lambreta. Bem no estilo vídeo-tutorial, a cantora evoca o nome de Pelé para em seguida mostrar o passo a passo do drible, que no inglês foi batizado de rainbow kick.

Mas por que justo ela?  Porque St Vincnet, como a própria revela no vídeo, jogou futebol até os 12 anos, e executar bem uma lambreta era uma de suas obsessões. Ela nunca chegou a utilizar o drible em jogo, mas sempre se dedicou a treiná-lo. Quando descobriu a guitarra, também aos 12 anos, a obsessão mudou de foco e ela trocou o esporte pela música.

Veja o vídeo abaixo.


9 de jun. de 2014

Mais um motivo para amar Josh Homme loucamente

Sim, dá para amar Josh Homme cada vez mais

Eu sei, a simples existência de Josh Homme já traz algumas centenas de motivos para amá-lo loucamente. Mas o frontman mais macho alfa da história adicionou mais uma razão à lista neste fim de semana. Durante o show de seu Queens of the Stone Age no Rock am Ring, festival alemão realizado na cidade de Nuremberg, Josh interrompeu a introdução de "A Song for the Deaf" para dar uma bronca nos seguranças do evento que impediam o pessoal da plateia de subir nos ombros dos outros, aquele recurso básico que muita gente usa pra ver um pouquinho melhor o palco. Em um ímpeto lindo de desobediência civil, Josh desautorizou a segurança e falou para o pessoal fazer o que bem entendesse.

Não sabia que isso era prática em festivais gringos, mas quem frequenta festivais aqui já deve ter visto cena semelhante quando alguém do público é colocado sobre os ombros de outra pessoa. Imediatamente os seguranças pedem que a pessoa desça. A desculpa, segundo corre por aí, é que isso atrapalha a visão de quem está atrás. Sim, atrapalha. Mas, pohãn, ninguém fica o show inteiro nos ombros de outra pessoa. Quando muito, uma musiquinha só. Que mal há?

Com tantas câmeras impunemente sendo levantadas em shows, igualmente atrapalhando a visão dos outros, mas orincipalmente alienando o dono da câmera em questão da experiência ao vivo, um gesto que te integra ao espetáculo não deveria ser tolhido. De maneira muito menos rebuscada e muito mais deliciosamente badass, o Ginger Elvis resumiu a ideia:

"Você não tem que descer do ombro desse cara. Vocês podem subir nos ombros dos outros, você podem curtir, vocês podem fazer o que quiserem. Não escutem a porra desse cara aqui. Subam nos ombros dos outros, enlouqueçam. Essa noite é de vocês, porra. Não deixem esses filhos da puta dizerem o que vocês devem fazer. Fodam-se esses caras"

Hero.

No vídeo abaixo, que traz o show do QOTSA completo em alta qualidade, a sequência começa na altura do minuto 58.


O pop na Copa: Morrissey e Jay-Z

Um deles abençoou a seleção inglesa, o outro pode zicar o ataque norte-americano

Agora não tem mais volta. Parece que vai ter Copa mesmo. E, ainda por cima, com a benção de Morrissey. Indo na contramão de toda uma nação, o maior inglês vivo desejou sorte pessoalmente à seleção inglesa. O receptor da honrosa mensagem positiva foi o lateral-esquerdo Leighton Baines, que juntamente com o restante da seleção, estava hospedado no mesmo hotel que Moz em Miami.

Um indie no futebol, fã de Tame Impala e Miles Kane, Baines contou ao jornal The Mirror que abordou nosso ranzinza preferido após certo nervosismo (pois ele também é fã de Smiths) e recebeu a reação simpática do ex-Smiths. Como nada é perfeito, Baines ficou #chatiado ao perceber que, além dele, só o auxiliar técnico Gary Neville reconheceu Moz.

Da Inglaterra para os Estados Unidos, um nome para você prestar atenção nesta Copa é Chris Wondolowski, atacante do Exército do Tio Sam (Sam's Army), apelido que a seleção yankee ganhou. Não que ele seja candidato a disputar a artilharia da Copa e brilhar como se espera que Neymar brilhe, mas porque ele tem um dos rituais pré-jogo mais pitorescos que se poderia imaginar.

Antes de uma partida, ele entra em campo e visualiza as redes do gol devidamente paramentado com seus fones de ouvido, que tocam os discos do Jay-Z "Reasonable Doubt", "The Blueprint" e "Magna Carta", exatamente nesta ordem. O propósito é concentrar-se e entrar no clima do jogo. A história completa está na Rolling Stone gringa. Se faltar inspiração (ou se surpreender) no ataque dos Estados Unidos, você já sabe que a culpa é do marido da Beyoncé.

8 de jun. de 2014

Mea-culpa 2/6 a 6/6

Vem, Paul!

- Interpol anuncia novo disco, "El Pintor", para 8 de setembro, com direito a bastidores de estúdio

- Não vai ter música: Os Beastie Boys não vão fazer música nova, honrando promessa feita a Adam Yauch antes de sua morte

- Vai ter música: Michael Stipe entrega primeira composição depois do fim do R.E.M

- Morrissey recita mais uma música nova do disco que está para sair do forno: "Earth is the Loneliest Planet"

- Weezer revela prévia de duas músicas novas: "Ain't Got Nobody" e "The Waste Land"

- Dá pra ouvir um pedacinho de uma misteriosa nova música do Foo Fighters no teaser do documentário "Foo Fighters: Sonic Highways", sobre estúdios dos Estados Unidos

- "48:13", novo disco do Kasabian, e "Lazaretto", novo do Jack White, disponíveis para ouvir em Streaming

- Nirvana no Hall da Fama do Rock, a cerimônia

6 de jun. de 2014

O pop na Copa: The Fall, Kaiser Chiefs e Lily Allen

Esta foto tem a única finalidade de embelezar este post. Sei que o Beckham já se aposentou.

Ingleses, este povo que inventou o futebol mas só ganhou um título mundial até hoje (e nenhuma Eurocopa), são muito mais campeões quando se trata de música pop. Às vésperas da Copa, tem gente boa por lá juntando a invenção nacional com o talento artístico para fazer músicas que empurrem a sempre desacreditada (por eles) seleção inglesa rumo a um bicampeonato mundial que vem sendo adiado há quase meio século.

Mark E Smith, para sempre o senhor The Fall, lançou hoje "England's Heartbeat", bem menos sujinha que seu pós-punk e bem mais down do que se espera de uma música que pretende embalar um time na Copa do Mundo. A letra segue esse clima e clama em tom de ressentimento a glória inglesa dentro da história do futebol: "When will the inventors of the game get justice?".




Lily Allen, num esquema "de repente, não mais que de repente", chegou no Twitter e apresentou para todo mundo "Bass Like Home" como sua música tema para a campanha inglesa, com uma ode patriótica-espirituosa a alguns dos grandes ingleses da história. "Who gave you Shakespeare, who gave you Lennon, who gave you Gazza, twistin your melon. God save the Queen with a pint of lager", ela canta.



Correndo por fora, o Kaiser Chiefs oferta "Coming Home", faixa do novo "Education, Education, Education & War". Ricky Wilson, que revelou que a banda rejeitou convite para criar o tema oficial da Inglaterra na Copa de 2006, encara a nova música como um hino não oficial da seleção de seu país e disse que espera que a mesma seja tocada quando "a Inglaterra estiver voltando pra casa com o título". O Kaiser Chiefs vai ter tempo para conquistar os ouvidos da seleção inglesa, já que faz um pocket show para os jogadores no jantar que antecede a viagem do time para o Brasil.

5 de jun. de 2014

Cinco clipes em P&B lançados esta semana

O hit da semana é fazer clipes em preto e branco

Enquanto o Brasil não se colore de verde e amarelo em meio a esse dilema de "ter Copa ou não ter, eis a questão", a música esta semana está bem básica e chique, em preto e branco. Quatro clipes lançados nos últimos dias, coincidentemente, abriram mão da variedade de cores para promover suas músicas.

"Black and White" (sério?) do Parquet Cours é o primeiro da lista - a propósito, "Sunbathing Animal", primeiro clipe lançado para promover o disco homônimo, também era em preto e branco. Tem também Jack White em "Lazaretto", um clipe que envolve explosões, fogos e vidros quebrados. O Women's Hour vem com um vídeo todo gestual em "Conversations" e o Young Widow chega todo sombrio em "The Last Young Widow". Daqui do Brasil, mas cantando em inglês, Rodrigo Amarante produz, dirige, atua e, claro, canta no viajante "Hourglass". Enjoy.








4 de jun. de 2014

Franz Ferdinand e o indie ostentação

Eles são bons de palco, são chiques, mas estão ficando caros

Se o assassinato do arquiduque Franz Ferdinand foi o estopim para a Primeira Guerra Mundial, o preço dos ingressos para ver aqui no Brasil outro Franz Ferdinand, aquela banda mezzo-escocesa/mezzo-brasileira, poderia servir de estopim para uma micro Terceira Guerra Mundial.

A banda se apresenta no Vivo Rio, no dia 2 de outubro, com entradas que variam entre R$ 360 e R$ 600, valores muito acima dos cobrados nas 4564589 passagens anteriores dos escoceses pelo Brasil. A propósito, tanta frequência assim (com vindas duas vezes em 2006, além de turnês em 2009, 2010, 2012 e 2013) basicamente sempre nos mesmos lugares (RJ e SP) poderia resultar em preços mais sensatos, já que o quarteto não é tão mais novidade assim (mas não deixa de ser uma das minhas bandas preferidas da safra pós-Strokes para todo o sempre, amém).

Na estreia da banda por aqui, em 2006, com shows primeiro na abertura do show do U2 no Morumbi, no finado Motomix, ambos em São Paulo, e na noite dita histórica no Circo Voador, no Rio, a média de preços dos ingressos ficou em R$ 196. Em 2009, o show concorridíssimo na The Week, em São Paulo, custou R$ 260 para cada um dos apenas 500 fãs que tiveram acesso aos ingressos. Em 2010, a média de preços na turnê tripla (que incluiu RJ, SP e POA) ficou em R$ 176. Em 2012, vimos o Franz de graça, com direito a tumulto da PM, no Parque da Independência, em São Paulo. No ano passado, entre o Lollapalooza e um show no Recife, a média foi de R$ 275 (no Lolla, pagava-se R$ 350 para ver o Franz e mais uma boa dezena de bandas). Até que chegamos a uma média de R$ 446 para os shows do Rio, neste ano. Todos os valores consideram os preços de entrada inteira.

Uma inflação que teima em não ser controlada, uma crise no meio do caminho e um câmbio que nunca mais ficou abaixo dos R$ 2 justificam até certo ponto o aumento dos preços, mas é difícil conseguir justificativas para os R$ 360 reais cobrados por um lugar na frisa que dá visão parcial do palco do Vivo Rio. O mesmo valor também é cobrado para a pista. A maioria acaba pagando menos, pois se beneficia (honestamente ou não) da meia entrada, mas subir os valores da inteira é uma forma esperta e há muito tempo usada para tornar a meia entrada mais rentável.

Ah, e o nonsense dos preços cobrados neste show do Rio chega ao ponto de um tal camarote B custar R$ 20 a mais que a frisa com visão parcial. A frisa, que não te dá visão completa do palco, custa R$ 360 (mesmo valor da pista, inclusive) e o camarote, R$ 380. Mas como um lugar com visão parcial pode custar praticamente o mesmo que um camarote? Há também um camarote no estilo VIP do VIP por R$ 600. Já podem inaugurar o gênero indie ostentação.


Veja abaixo os valores de inteira para todos feitos pelo Franz Ferdinand no Brasil até agora.

Franz em 2006 (média R$ 196)
Na abertura do U2
R$ 160 (arquibancada)
R$ 200 (pista)
R$ 230 (cadeira superior)

No Circo Voador
R$ 100 no Circo Voador

No Motomix 
R$ 120

Franz em 2009
No The Week
R$ 260

Franz em 2010 (média R$ 176)
R$ 80 e R$ 120 em Porto Alegre
R$ 140 em São Paulo
R$ 180, R$ 240 e R$ 300 no Rio

Franz em 2012
De graça, no Parque da Independência

Franz em 2013 (média R$ 275)
No Recife
R$ 200 no Recife

No Lolla
R$ 350, o dia, ou R$ 495 o passaporte para os três dias

Franz em 2014 (média R$ 446)
R$ 360 pela pista, balcão ou frisa com visão parcial (!!), R$ 380 para camrote B e R$ 600 para camarote A, no Rio

3 de jun. de 2014

A videografia do Depeche Mode refeita

Meio sem querer, a Dior recriou três novos clipes para o Depeche Mode

Há três temporadas, o Depeche Mode é a trilha sonora da Dior nos vídeos criados pela marca francesa para promover suas coleções. A série, chamada Secret Garden, ganhou mais uma peça promocional nesta semana com "Strange Love" dando ritmo às imagens. Anteriormente, "Enjoy The Silence" e "Behind the Wheel" haviam sido as escolhidas.

Em tese, a música está em função da imagem, mas o formato escolhido pelos diretores Inez van Lamsweerde e Vinoodh Matadin, que utilizam a música em toda sua extensão (a versão longa do terceiro vídeo ainda não foi lançada), acaba criando novos clipes para singles já clássicos da banda inglesa. Chega a lembrar aqueles tempos áureos do George Michael, lá no início dos anos 1990, quando ele povoava seus clipes com as modelos top da época - lembra-se de "Freedom '90" e "Too Funky"?

Nos três vídeos, o cenário é o mesmo: o luxuoso Palácio de Versailles, na França, aquele em que Kanye e Kim chegaram a cogitar para realizar seu casamento - a cerimônia acabou sendo em outro palácio, em Florença, na Itália. Há cenas nos interiores do local, com destaque especial para a belíssima Galerie des Glaces, que aparece em dois dos três vídeos. Com mais timidez (uma pena), as imagens exploram os jardins do palácio - estes sim o grande absurdo de suntuosidade e beleza do local.

O Depeche Mode finalizou em março deste ano a Delta Machine Tour e segue sem vir para o Brasil.

Veja baixo os três vídeos, do mais recente para o primogênito da série.











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