10 de set. de 2014
By Priscila Brito on setembro 10, 2014
Do mainstream ao indie, passando por você, ninguém resistiu a cantarolar "i'm so faan-cy, you already kooooow" nos últimos meses. Não deu outra. "Fancy", da rapper australiana Iggy Azalea, foi coroada como a música do verão pela revista Billboard neste mês, e este não é um exagero das recorrentes listas pretensamente definitivas da imprensa musical. Na verdade, há uma lista de razões para justificar o que a publicação norte-americana chancelou.
Sucesso comercial
Comercialmente, o equivalente ao "Beijinhho no Ombro" do lado de lá foi o sonho de qualquer executivo da indústria e fez todo mundo comer poeira na parada da Billboard. Num período de 14 semanas, "Fancy" liderou as medições que combinam execuções no rádio, reproduções em streaming e vendas - daí o título concedido pela revista ao final do período.
Viral
De sua parte, o público não só ouviu a música e comprou o disco/single, como deu um grande empurrão no sucesso da música ao viralizá-la na web. O YouTube indica quase 2 milhões de resultados para "iggy azalea fancy cover". Até quem, em tese, não tinha nada a ver com isso entrou na onda e abriu os braços para o rap ostentação da australiana. O indie foi contaminado pela febre com sintomas apresentados pelo Killers, que entregou cover mais melódica, ao piano; e pelo Kasabian, que fez um cover acústico com direito a muitas cordas, de violões e violinos.
Iggy é a nova Cher (a da ficção), e ainda melhor
Por trás da precisão dos números está o apelo irresistível de música e clipe. A paródia, no clipe, do filme "As Patricinhas de Berverly Hills" (1995), foi certeira não só por embarcar na onda de revival que atinge agora os anos 1990 com um clássico do cinema adolescente daquela década. Como se não bastasse estimular a memória afetiva da infância e adolescência de muita gente ao reencarnar Cher, a protagonista do filme, Iggy mostra que a personagem pode ser ainda mais interessante, com sua versão mais desafiadora, insolente e auto-confiante da estudante interpretada por Alicia Silverstone (a moça da trilogia Crazy, Crying, Amazing do Aerosmith). E pra quem é jovem demais para pescar as referências ainda resta o apelo eterno do ambiente colegial para o público mais novo, que tem servido de Malhação a Britney Spears em "Baby, one more time".
Refrão-desejo
Por último e talvez mais importante, "Fancy" tem refrão (cantado pela inglesa Charli XCX) que não é simplesmente chiclete, o que já bastaria para pavimentar o caminho do hit. É um refrão chiclete que todo mundo quer cantar para fantasiar e esfregar na cara "dazinimiga" que é chique e extravagante. Ninguém resiste, ninguém escapa. Sem mais, o carro-chefe do disco de estreia de Azalea, "The New Classic", é o novo clássico da década.
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