3 notas sobre a morte de David Bowie

O que eu trouxe na bagagem da Colômbia

A(s) pergunta(s) que eu não fiz para Steve Aoki

30 de mai. de 2015

Enfim, um reality musical bom de verdade, brasileiro de verdade

PRE-PA-RA que é hora do show das poderosas

Um abraço apertado cheio de gratidão em quem teve a ideia de colocar no ar um programa como Lucky Ladies Brasil, o reality show que estreou na Fox Life na última segunda (25). Tendo Tati Quebra Barraco como chefona-poderosa-mentora-mor, o programa reúne MC Carol, Mary Silvestre, Karol Ka, MC Sabrina e Mulher Filé em uma cobertura super ostentação com vista para a praia de Copacabana. Sob orientação de Tati e do produtor musical Rafael Ramos, as moças vão ser preparadas para se apresentarem em um mega show ao lado de sua mentora ao final do programa.

Em uma tacada só, ficamos livres:

1) dos formatos engessados dos programas caça-talentos que pipocam na TV aberta
2) dos candidatos a ~ídolos~ que confundem gritaria com técnica vocal, cheios de trejeitos copiados do pop americano e muito carentes de personalidade, espontaneidade e presença de palco
3) dos jurados inexpressivos, e que só despertam algum tipo de reação no público quando são muito irritantes (pense na Milk da Bahia)

Em troca, Lucky Ladies nos deu:

1) um reality com uma cara bem própria. A Fox Life em sua versão hispânica tem seu Lucky Ladies também, mas ele mostra a vida das esposas de roqueiros famosos do México, claramente uma proposta bem diferente. E é claro que um programa que coloca figuras de personalidade voltadas para um objetivo comum, como é o caso do reality brasileiro, é muito mais propositivo e tem muito mais apelo
2) participantes que transbordam personalidade, mulheres com muita história pra contar, fortes, empoderadas e diferentes entre si no comportamento, na aparência e na carreira construída no funk até aqui
3) uma mentora igualmente de personalidade transbordante, forte, empoderada que vai falar o que for necessário sem meias-palavras

De bônus, o programa ainda vai atacar em outras duas frentes: mostrar as histórias de vida das cantoras, como boas personagens que são e ainda vai colocar o funk em discussão. Ficou claro já no primeiro episódio que há uma tensão muito grande no que diz respeito à autenticidade e legitimidade de uma funkeira (ex-miss, com origem longe das comunidades, Mary Silvestre quer provar que também tem o direito de fazer funk) e sobre como deve se pautar seu trabalho (Mulher Filé explora muito o próprio corpo. Tati Quebra Barraco já adiantou que ela precisa cantar mais e dançar menos. MC Sabrina se incomoda com o fato de essa postura perpetuar a ideia de que brasileira é só bunda).

Ou seja, vai mostrar que tem pessoas muito interessantes fazendo funk e levando a coisa toda a sério, como a indústria da música exige de qualquer outro artista que quer se projetar. Pra você que ainda faz cara de nojinho pro funk, essa é uma boa deixa pra mudar.

Lucky Ladies vai ao ar na Fox Life às segundas-feiras, às 22h30.

11 de mai. de 2015

Por livros de colorir mais diversificados (e musicais)

Ainda bem que eu tenho os Beatles para colorir e posso, assim, fugir das tediosas e repetitivas mandalas

Nos últimos quinze dias eu dei uns rolês por umas quatro ou cinco livrarias, aqui em BH e em São Paulo, e me deparei com a onda dos livros de colorir para adultos. Onda, não. Tsunami, porque a coisa veio com força descomunal e de maneira repentina. Em quaisquer das livrarias, lá estavam os livros de colorir em pilhas imensas, expostos bem na entrada, para (retro)alimentar um desejo misterioso surgido do nada por colorir desenhos.

Em tese, problema nenhum. Não me importa se isso é uma moda passageira, um fenômeno saudosista ou o indício de uma mudança comportamental e surgimento de uma nova tendência - quem tem um hábito, seja lá qual for, o mantém independente das oscilações do mundo exterior. Mas me incomodou demais notar que em todas as livrarias os livros eram sempre os mesmos. Exatamente os mesmos - aqueles com desenhos de paisagens naturais, flores, folhas, mandalas, com padrões repetitivos.

Muita gente pode ter ficado com vontade de colorir da noite pro dia, mas nem todo mundo tem vontade de colorir essas coisas. Eu não tenho. Quero colorir coisas que tenham a ver comigo e de que eu goste. Desenhos dos Beatles, por exemplo. As fotos deste post são de um livro de colorir que comprei há três anos em Liverpool, no Beatles Story, o museu que conta a história da banda. Queria achar outras coisas ligadas a este universo musical. Tem gente que deve estar a fim de colorir os heróis da Marvel, outros a fim de uns desenhos de Star Wars, outros dos Simpsons. Ou paisagens de cidades futurísticas, de grandes obras de arte, das sete maravilhas do mundo, do espaço, de aliens, zumbis, whatever.



E aí que tem umas outras opções de livros do tipo no mercado (desenhos do Warhol, do Van Gogh, uns desenhos divertidíssimos de suruba feitos por vários cartunistas brasileiros), e eu não entendo porque as livrarias simplesmente não aproveitam a onda para expor uma gama maior de produtos aos seus clientes. E não entendo porque os detentores dos direitos de personagens e franquias como as que eu citei acima não acordam pra vida e lançam livros com seus personagens para surfar na onda, ganhar um $ a mais e ainda fazer a alegria da galera que está órfã de livros de colorir que dialoguem com seus interesses.

A internet, como sempre, muito mais rápida, já oferece opções menos pasteurizadas, caso dos sites Super Coloring e The Color (desconsidere o uso de Comic Sans).

PS: Sim, é verdade o que dizem. Colorir realmente ajuda a dar uma relaxada, a mergulhar em um outro mundo, além de fazer o tempo voar sem você perceber. Mas também deixa a mão doendo pra caramba, mas isso não te dizem.
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