3 notas sobre a morte de David Bowie

O que eu trouxe na bagagem da Colômbia

A(s) pergunta(s) que eu não fiz para Steve Aoki

4 de ago. de 2015

Disclosure e Sam Smith são como pão com manteiga

Quem é o pão e quem é a manteiga?

Eles formam a dupla indie-eletrônica descolada e low profile; ele é o rapaz das músicas de amor e sofrimento estouradas nas paradas de sucesso. Portanto, não habitam exatamente o mesmo território. Mas quando eles, Disclosure, se juntam com ele, Sam Smith, é como se fosse pão com manteiga. A dupla de irmão britânicos, as duas fatias de pão; o cantor pop, a manteiga (e daquelas bem derretidas).

A primeira parceria, o single "Latch", lançado em 2012, poderia ter sido apenas um acaso de sintonia. Mas o recém-lançado single "Omen", a segunda parceria do trio, indica que há uma empatia artística entre Disclosure e Sam Smith que faz tudo se encaixar tão natural e suavemente que é como se os mocinhos formassem todos uma mesma banda. Sam ganha mais groove, Disclosure ganha mais sentimento. A propósito, porque eles não partem para fazerem um disco juntos? Já quero!








2 de ago. de 2015

Abrindo os ouvidos para a Noruega

Shining: é black metal, é jazz, é Noruega



Eu fiz esse texto há quase um ano para o Festivalando, mas ele acabou não sendo publicado. Falo sobre duas bandas que conheci (e gostei muito) durante o Brutal Assault, festival de heavy metal na República Tcheca, no qual estive no ano passado. Aproveitando que nesta semana rola mais uma edição do festival, resgato o texto neste espaço.

Reza o clichê dos festivais de música que os mesmos são uma ótima oportunidade para descobrir (e aprender a gostar de) novas bandas e artistas, já que há oferta grande de shows num curto espaço de tempo. No meu caso, não havia lugar melhor para colocar o clichê à prova do que o Brutal Assault, na República Tcheca. Festival de heavy metal, que não é exatamente a minha praia, com uma tonelada de nomes desconhecidos pra mim (ok, como eu sou poser, pelo menos o Slayer me era um nome familiar).

Clichê posto à prova, clichê comprovado: depois de uma dezena de shows, saí de lá com duas bandas que se tornaram as minhas favoritas de todos os tempos dos últimos meses. Shining e Combichrist, ambas coincidentemente da Noruega, ambas coincidentemente escaladas para tocar uma na sequência da outra na penúltima noite do festival.

Roupa de indie
"Olha, Pri! Tá parecendo essas bandas que você gosta". Foi o comentário da Gra quando o Shining subiu no palco. E era verdade. Todos super elegantes em peças pretas de alfaiataria super bem ajustadas. Poderiam se passar por um Interpol, Franz Ferdinand ou Kraftwerk caso alguém olhasse bem rápido, de longe. Talvez o visual indie-friendly tenha me deixa mais predisposta a curtir o show, o que aconteceu de fato.

O que me conquistou no Shining foi o híbrido ousado de industrial com black metal e... jazz, este último onipresente no sax do vocalista Jørgen Munkeby. O disco "Blackjazz", de 2010, sintetiza em seu nome o som que a banda vem fazendo desde então. Antes disso, a banda fundada em 1999 fazia jazz instrumental, com um flerte para o rock sintetizadores no meio do caminho que acabou culminando no som atual. Vale a pena ouvir os trabalhos desde o início para entender como o Shining chegou até o seu único e peculiar black jazz.




PS: Shining deve ser um nome de banda com muito apelo na Escandinávia, visto que há uma banda homônima sueca de black metal. Munkeby declarou em entrevistas que não vê problema algum na coincidência.

Rave metal
Eu já estava satisfeita com minha descoberta do Shining quando, na sequência, o Combichrist veio completar minha alegria de criança provando doce novo. O que me pegou na banda, que está na ativa desde 2003, foi a mesma lógica do Shining, a combinação de elementos que normalmente não dialogam muito. No caso do Combichrist, a receita é música eletrônica com vocais e batidas agressivas, o que os ~entendidos~ chamam de aggrotech, um derivado do industrial.

Mais legal que conhecer as duas bandas (pohan, como eu consegui não conhecê-las durante esse tempo todo?), foi ver o público curtir os dois shows tendo em vista as propostas menos ortodoxas em relação gênero dominante do festival. Abaixo, trechos do Shining e do Combichrist no Brutal Assault 2013, na história noite em que ambos me conquistaram :P



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