3 notas sobre a morte de David Bowie

O que eu trouxe na bagagem da Colômbia

A(s) pergunta(s) que eu não fiz para Steve Aoki

24 de dez. de 2020

 

Everyting is Everthing é pra mim, antes de tudo, uma memória visual - Nova York como um grande toca-discos é algo certo de ficar pra sempre na sua mente. Depois vem a batida forte, confiante. 

Quanto à letra, do alto dos meus 13 anos não necessariamente eu estava filosofando sobre as questões mais profundas que a Lauryn Hill escreveu (faltava maturidade e nível de inglês na época). 

Até que, uns 20 anos depois, eu me reencontrei com a música. 

Exatamente quando estive em Nova York, uns três anos atrás, graças a uma oportunidade daquelas que são preciosas. Inicialmente me pareceu inesperada, mas hoje vejo que foi um fruto que tinha chegado no momento de ser colhido. 

É claro que num primeiro momento eu pensei na música (no clipe, na verdade) quando me vi caminhando pelas mesmas ruas que via a Lauryin caminhando naqueles anos de adolescência regados a MTV - a memória visual. Mas depois de um atraso histórico resolvi prestar atenção nos versos que ela escreveu (agora sim com um inglês mais decente) e - bingo - a letra conversou muito comigo e com o que eu tinha passado até chegar naquele momento.

E agora eu volto nela outra vez como um religioso recorre a um salmo, nesse ano cheio de provações. Porque a força e a confiança da batida que eu falei ali no início também estão na mensagem da letra. Tem uma dureza necessária conduzindo tudo, mas é ao mesmo tempo reconfortante. Bem do jeito que a gente precisa pra atravessar tempos difíceis.  

23 de mai. de 2020



If I Ever Feel Better é a versão musical do zeitgeist do millenial adulto sem querer ter sido. A musicalidade ainda fresca e a aderência ao sentimento de tempos recentes nem de longe fazem lembrar que esse single do Phoenix foi lançado em 2000.

Naquela época, eu pelo menos, não imaginava que no futuro iria me enxergar tanto em uma música que contrasta uma melodia positiva com uma letra carregada. A melodia é praticamente uma brisa batendo no rosto em uma caminhada despreocupada numa manhã de verão em alguma capital cool da Europa. E a letra é aquele choro desatado no banho quando tudo desaba e só sobra a impotência. Só que tudo isso ao mesmo tempo, misturado, confuso, contraditório.

O caos está formado aqui dentro e lá fora, mas na aparência está tudo bem. Porque no fim pode não ser lá o fundo do poço, ou porque é um jeito de fingir que nada está acontecendo e fugir do problema, ou porque o otimismo da superação permanece de pé. Ou um pouco de tudo.

É o mesmo sentimento por trás do cachorro do "This is Fine"; do "tô rindo, mas é de desespero"; das piadas do Greg News sobre a realidade cada vez mais surreal e angustiante do Brasil; do verbo chorrir.

O que resta é se apegar àquilo que a letra deixa em aberto: se algum dia eu me sentir melhor...

"On Fire", quadrinhos de 2013 do artista KC Green 


24 de set. de 2019



Dia desses passou no meu feed de sugestões do YouTube pela enésima vez o clipe de "Con Altura", da Rosalía. Um sinal bem claro do tanto que tenho escutado a cantora recentemente. Mas não só eu. O que me chamou atenção para o thumbnail que nesse ponto da história já é um velho conhecido meu foi a contagem de visualizações. O clipe está na reta final para atingir 1 bilhão de reproduções. No dia em que notei isso, eles estava com aproximadamente 840 milhões de visualizações. Mais ou menos uns dez dias depois, enquanto escrevo este texto, ele já atingiu os 900 milhões.

A primeira vez que ouvi "Con Altura" foi no Lollapalooza Chile, exatos três dias após o seu lançamento. O single foi publicado em todas as plataformas no dia 28 de março, uma quinta, e Rosalía se apresentou no festival em Santiago no dia 31 de março, um domingo.

Quando a multidão reconheceu as primeiras notas, soltou aquele grito eufórico de aprovação, típico de quando está prestes a ouvir um grande sucesso ao vivo. Logo depois, surgiu aquele mar de celulares para registrar o momento, um gesto característico dos dias atuais de quando o público está ouvindo um hit ao vivo. E o refrão todo mundo já sabia de cor. Tal qual um hit.

Eu me lembrei desse momento quando vi os números estratosféricos no YouTube e fiquei feliz de estar lá como testemunha. Numa época em que a gente consegue medir tudo com tanta precisão, em tempo real, pelos views, streams, likes, retweets e outras métricas das grandes plataformas, presenciar in loco uma amostra desse sucesso brotando é como achar um bilhete premiado.

Os números de views no YouTube vão continuar crescendo loucamente sem que eu dê conta de acompanhar, mas a memória daqueles poucos minutos surpreendentes (e do resto do show) no Lolla Chile vai me acompanhar por muito tempo.

21 de set. de 2019


No post que marcou o fim de um hiato longuíssimo neste blog, comentei que um dos episódios que me gerou a inquietação para voltar a escrever aqui foi a viagem que fiz para Manchester no meio do ano. Mais especificamente, a viagem para a Manchester dos Smiths e do Joy Division. Detalhes dos porquês e dos rolês eu contei neste textão pro Festivalando, aquele blog que "me roubou" daqui (mentira, escolhas minhas :P).

8 de set. de 2019



Às vezes o alento para um momento ruim pode começar a partir da compreensão daquilo que se está sentindo. Eu estava outro dia pensando sobre a bagunça desses últimos anos no Brasil e sobre todo o esforço pra se manter ainda de pé nesse cenário de caos, incerteza, com tudo desmoronando aos poucos - mas num ritmo mais rápido neste ano - e comecei a racionalizar os efeitos disso tudo. Uma exaustão decepcionante, porque não vem acompanhada de nenhum resultado, mas sim da percepção de que todo o empenho não é suficiente pra levar a gente pra lugar nenhum. É um desgaste diário pra continuar na mesma. Como correr pra ficar parada - numa perspectiva menos pessimista, já que a sensação, na maioria das vezes, é de estar andando para trás.

E assim Running To Stand Still foi surgindo detrás da parte mais nublada da minha memória, já que nunca foi uma das minhas faixas preferidas do Joshua Tree. Mas estava lá, empoeirada, traduzindo com certa exatidão, nos limites que a interpretação permite, esse sentimento pesado que é preciso carregar pra viver no nosso país nesses anos improváveis, mas reais.

A letra foi inspirada originalmente na epidemia de heroína que atingiu a Dublin do U2 nos anos 1980, mas tem elasticidade o suficiente pra caber em outras realidades de batalha, pessoal ou coletiva, contra forças que parecem ser mais indestrutíveis que a nossa resistência.

Seguimos correndo.

30 de ago. de 2019



Reconhecer-se em uma narrativa traz conforto. É como se a gente encontrasse pronta a nossa mitologia pessoal. Por muitos anos, me agarrei a uma dessas histórias que a cultura pop fabrica para as massas, mas que ao mesmo tempo parecem ser uma representação pessoal sob medida.

Era "Quase Famosos", o filme que conta a história de William Miller, o adolescente que entrevistava bandas de rock e escrevia para a Rolling Stone - um filme quase autobiográfico, já que o diretor, Cameron Crowe, viveu um momento semelhante em sua vida.

William era o que eu tinha escolhido ser quando crescesse. Tudo bem que era menino, vivia nos anos 1970 e suas únicas referências possíveis eram o classic rock. Mas era o que mais se aproximava do que eu projetava pra mim e assim me apeguei afetivamente ao filme.

Corta para 2018, quase duas décadas depois. Eu estava pesquisando alguns livros para comprar e ler nas minhas férias de fim/início de ano quando me deparei com um romance da inglesa Caitlin Moran, que eu já conhecia de "Como Ser Mulher". O livro da vez era "Do que é feita uma garota". A sinopse: "Um romance de formação hilário, com trilha sonora de Velvet Underground, My Bloody Valentine e as melhores bandas indie rock nas paradas dos anos 1990". Não precisei de nada mais que isso para comprar o livro.

A minha expectativa era tão somente ler um romance agradável que teria a música como pano de fundo e pra mim isso já seria o bastante para valer o livro. Mas ali, enfim, eu me vi num espelho. Ali estava uma versão muito mais próxima do que eu posso adotar como minha mitologia pessoal.

A garota do título é Johanna Morrigan, uma adolescente dos anos 1990 fissurada em música de uma família pobre que se vira como pode para ouvir os discos das bandas de que gosta mas não tem dinheiro para comprá-los e em determinado momento vira jornalista musical da NME. Encontrei bastante de mim na Johanna, não só nesse resumo espremido do que é a personagem como também nas citações a Kurt Cobain, Smashing Pumpkins, Manic Street Preachers; nos crushes com os caras de bandas; nas descobertas, prazeres, perrengues e inquietações que só uma menina cis tem durante a adolescência.

Ler o livro a essa altura da vida foi como me reencontrar com a Priscila que eu fui um dia e com parte da Priscila que eu achava que eu iria ser. Porque um dia eu fui essa adolescente que decidiu ser jornalista de música para passar o resto da vida em uma redação de jornal ou revista escrevendo textos sobre bandas e resenhando shows. De fato, eu consegui ser exatamente isso por um tempo, mas fui além, graças às linhas tortíssimas e imprevisíveis da vida.

Nem nos meus sonhos mais fantasiosos eu imaginaria que eu acabaria co-criando um veículo próprio - o Festivalando, um blog de viagem para festivais de música, do zero, e que ele seria uma fonte de renda, uma referência e me permitiria fazer tudo o que eu sempre quis e o que eu não imaginava que poderia fazer para além dos limites físicos de uma fria redação de jornal. Eu faço esse tudo e algo mais pelo mundo afora. O meu eu do passado, que só viajava para o interior de Minas, só entraria em um avião aos 24 anos de idade e só sairia do Brasil aos 27, chegaria para o meu eu de hoje e diria espantadíssima: foi DESSE JEITO que você conseguiu?

Desde a leitura do livro, fiquei com a inquietação de voltar a escrever aqui. Este blog foi por algum tempo o espaço que eu usei para canalizar meu ímpeto de escrever sobre música com mais liberdade, sem as pré-definições que precisava (e ainda preciso) cumprir ao fazer isso profissionalmente. Meu playground, meu confessionário, meu momento "dance like nobody's watching". Só a minha vontade de escrever sobre o tema, que me acompanha já há mais de duas décadas, e nada mais.

No meio do ano, fiz uma viagem que me aproximou ainda mais disso tudo. Vi o The Cure ao vivo no Rock Werchter, na Bélgica; fui pra Manchester e perambulei pelos mesmos lugares onde um dia perambularam os Smiths e o Joy Division. Tão longe, tão perto, experimentei novos momentos de reconexão com aquela Priscila que um dia eu fui e que se transformou na Priscila que hoje está aqui.

A não ser pela falta de tempo, não deu mais pra segurar e cá estou eu quebrando um hiato longuíssimo para voltar a movimentar este blog. Não sei se vou conseguir, mas vou tentar. Preciso tentar, pois se eu sou o que sou hoje e faço o que faço hoje, é porque eu gosto de música e o que eu escrevo aqui é a expressão mais direta desse ímpeto.

25 de abr. de 2016

Em turnê pela América do Sul, Marillion prepara o álbum "FEAR" para setembro. Crédito: Carl Glover


Numa época em que impera a “retromania” – termo do crítico musical inglês Simon Reynolds para definir a obsessão da cultura pop em geral e da música em particular pelo passado, com inúmeras turnês de reunião, revivals e relançamentos de discos clássicos –, é notável quando uma banda com 37 anos de estrada não tenha ficado mais que quatro anos sem lançar material novo e esteja com mais um disco a caminho.

É exatamente o caso dos ingleses do Marillion que, em fase de finalização de seu 18º disco, abrem sua turnê 2016 com três shows no Brasil, um deles em Belo Horizonte, no domingo (1º), no Sesc Palladium. “Nós não conseguimos parar. Mais de 30 anos juntos significa que nós nos conhecemos uns aos outros muito bem e quando nós fazemos música juntos continua sendo divertido e especial. Porque deixaríamos de fazer isso?”, devolve o tecladista Mark Kelly.

Kelly promete um show com repertório diferente daquele visto há quase exatos dois anos, quando a banda tocou também em maio de 2014 na capital. “Nós também vamos fazer uso intenso de projeções de filmes de animação especialmente feitos para complementar as músicas”, promete.
O músico só não promete tocar – ainda – as músicas do novo álbum, que estão sendo lapidadas. O resultado final só virá a público em setembro, mês previsto para o lançamento de “FEAR – Fuck Everyone and Run” (“Medo”, cujas iniciais da palavra em inglês formam também as iniciais das palavras que compõem a frase que complementa o título, “f*** todo mundo e corra”, em tradução livre).

O título foi concebido pelo vocalista Steve Hogarth e carrega um significado mais profundo do que as palavras aparentemente mal-criadas e rebeldes possam sugerir num primeiro momento. “Todos os impulsos humanos que valem a pena vêm do amor. E todos os impulsos negativos vêm do medo. O título não carrega nenhum tipo de raiva nem tem intenção de chocar. Ele é usado num sentido terno, e também de tristeza e resignação, inspirado em uma Inglaterra e também em um mundo no qual a filosofia do ‘cada um por si’ cresce cada vez mais”, esclarece Hogarth, lembrando também que o título é mencionado na música “New Kings”, uma das faixas do novo álbum.

Sem economizar no realismo e na sinceridade, Hogarth adianta que “existe um sentimento de mau-presságio que permeia grande parte desse disco”. “Eu sinto que estamos nos aproximando de um tipo de mudança radical no mundo – uma tempestade política, financeira, humanitária e ambiental irreversível. Espero estar errado. Espero que o meu medo do que parece estar aproximando seja apenas isso mesmo, e não o medo do que de fato está para acontecer”, lamenta.

Kelly corrobora os efeitos desse cenário temerário na sonoridade do novo disco. “Liricamente o disco é bastante sombrio”, adianta. “Mas, de alguma forma, a combinação de música e letra é inspiradora”, pondera. Banho de realidade à parte, a banda conta que o disco novo soma, por hora, apenas quatro músicas próximas da finalização. Três delas têm mais de 15 minutos de duração. “É um álbum bastante progressivo que leva você numa viagem musical. Eu acho que vai se tornar um de nossos melhores discos”, aposta Kelly.

Sinal dos tempos para uma banda que lutou tanto para se desvencilhar, justamente, do rótulo de progressivo. “Não era cool ser chamado de progressivo, neo-progressivo ou qualquer outra coisa. Passamos a maior parte da nossa carreira não sendo descolados por causa disso e tentamos nos distanciar do rótulo de progressivo. Depois de um tempo, decidimos abraçá-lo. Hoje em dia, progressivo é cool, mas nem estamos reclamando. Nós somos qualquer coisa que as pessoas pensem que somos. Rótulos não importam tanto numa época em que é fácil apenas entrar na internet para conferir o que tem pra ouvir”, conclui.

Marillion
Sesc Palladium (av. Augusto de Lima, 420, centro, 3214-5350). Dia 1º (domingo), às 20h. R$ 350 (inteira, plateia 1), R$ 280 (inteira, plateia 2) e R$ 200 (inteira, plateia 3)

*Texto publicado originalmente no jornal Pampulha do dia 23/04//2016

11 de jan. de 2016

Starman


David Bowie morreu e eu passei o dia inteiro com três coisas na minha cabeça:

1) Estranheza é o sentimento mais forte pra mim neste momento 
Surpresos todos nós estamos, pesarosos também. Mas ainda tenho que lidar com o estranhamento porque Bowie parecia uma figura muito próxima nos últimos dias - o que por si só já é estranho. Eu passei a última semana de 2015 lendo O Homem Que Vendeu o Mundo - David Bowie e os anos 1970, uma análise exploratória super profundo e detalhada que Peter Doggett faz da obra de Bowie na década de 1970, período em que ele dominou a arte de surpreender o mundo (curioso que passei os últimos dias de 2014 também lendo um livro sobre Bowie, Dangerous Glitter - Como David Bowie, Lou Reed e Iggy Pop Foram ao Inferno e Salvaram o Rock´n´roll, de Dave Thompson.

É um calhamaço de quase 600 páginas e eu tinha mais de 400 para finalizar a leitura que eu havia interrompido lá pra agosto. Devorei umas 100 páginas num dia, umas 50 em outro, 80 em outro, e nesse ritmo voraz acabei me adensando no universo "bowiano". Ao fim, parecia que eu tinha conhecido Bowie de perto e batido alguns papos com ele. O lançamento de "Blackstar" alguns dias depois, o aniversário e alguns documentários que vi na TV por conta da comemoração dos seus 69 anos só reforçaram essa sensação de presença de Bowie em minha vida.

Ele parecia tão próximo nesses últimos dias (justamente nesses últimos dias!) e, no mesmo instante em que estava aqui, já não estava mais.

2) A internet está certa
Horas depois da notícia da morte de Bowie, começaram a pipocar na internet textos que analisam como seu último disco era, na verdade, um anúncio sobre sua morte. As simbologias em torno do nome ("Blackstar"), do single ("Lazarus", o personagem bíblico que morreu e foi ressuscitado por Jesus, as menções ao paraíso na letra) e do clipe do single em questão (com Bowie em um leito de hospital) foram logo decifradas. Poderia ser mais uma das pirações conspiratórias dessa terra sem lei chamada internet, mas desta vez não há motivos para o ser.

O que Bowie fez de melhor não foi criar uma escola musical ou revolucionar um gênero, apesar dos bons hits, bons discos e a influência em gerações de músicas posteriores. A música foi o principal veículo que ele encontrou para expressar suas intenções artísticas e criativas, mas no fim das contas ele foi um performer e sua grande maestria foi usar carreira, palco e seus inúmeros personagens como um laboratório de testes sobre o que é ser um artista, um performer e sobre como é possível construir, desconstruir e manipular tudo isso.

Se até então Ziggy Stardust e os Spiders from Mars eram o melhor exemplo disso, as interpretações em torno da simbologia de "Blackstar" e do single "Lazarus" (letra e vídeo) indicam que temos agora uma amostra inimaginável e ainda mais emblemática dos happenings que só Bowie soube produzir.

3) Não adianta querer fazer textão sobre Bowie
Quando se tem Jon Pareles para condensar em um único parágrafo toda a significância da existência artística de Bowie, talvez o melhor a fazer seja apenas ler, reler e tresler o trecho do texto em questão. E também agradecer o fato de que há sempre alguém muito mais habilidoso em seu ofício para expressar e dar sentido àquilo que as nossas limitações nossas nos impedem de fazer.

"David Bowie, o compositor infinitamente mutante e ferozmente vanguardista que ensinou gerações de músicos o poder do drama, das imagens e personas, morreu no domingo, dois dias após seu aniversário de 69 anos."

Esta é uma tradução livre do obituário que o sempre brilhante Pareles escreveu para o New York Times. Nos regimentos internos do jornalão norte-americano, o primeiro parágrafo do obituário, chamado "cláusula quem", deve resumir com riqueza de detalhes a vida da personalidade citada.


PS: Meu agradecimento ao Nirvana, que regravou "The Man Who Sold the World" em seu acústico e, assim, me apresentou David Bowie.
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